Capítulo 31

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Vitória abriu a porta de sua casa e estranhou ver todas as luzes apagadas. Olhou no relógio do celular e viu que ainda era cedo demais para Ana e muito menos Helena estarem dormindo. Tentou ligar as luzes no interruptor, mas de nada adiantou, acabou revirando os olhos pensando na possível queda de energia.

Deixou suas coisas na mesinha como de costume e caminhou pelo pequeno corredor de entrada, vendo uma fraca luz alaranjada que vinha da sala. Assim que entrou no cômodo Vitória arqueou as sobrancelhas completamente surpresa com o que estava vendo. Sua sala havia dado lugar para uma perfeito e romântico cenário de filme.

A mesinha de centro estava coberta por uma toalha branca contendo dois pratos e duas taças sobre elas. Sobre o tapete felpudo haviam algumas das almofadas que ficavam no escritório de Ana, deixando o lugar com um ar totalmente simples mas confortável. Vitória olhou em volta da sala e pode ver o porquê da luz alaranjada, era tudo graças as velas perfeitamente posicionadas em volta do tapete.

Tudo estava perfeito. Simplesmente perfeito.

- Boa noite, senhora Falcão.

Vitória saltou despertando de seus devaneios ao ouvir a voz de Ana tão próxima de seu ouvido, ela nem havia percebido a aproximação da morena. Se virou encarando Ana de cima a baixo, sentindo o coração dar uma leve acelerada apenas com a beleza de sua esposa.

Ana tinha as mãos atrás do corpo do mesmo jeito que Helena fazia quando queria mostrar algo, ou estava pronta para fazer alguma chantagem. O vestido branco de tecido leve e solto se ajustava perfeitamente em seu corpo, quase se confundindo com o tom de sua pele. Os cabelos curtos estavam escovados para o lado, deixando o rosto com pouca maquiagem mais visível. Ana tinha uma expressão tranquila, com um pequeno sorriso brincando em seus lábios, a deixando com uma aparência um tanto fofa.

Quando percebeu que talvez estivesse admirando cada detalhe de sua espoa por muito tempo, Vitória balançou levemente a cabeça e engoliu a saliva em sua boca antes de encarar aqueles olhos castanhos que pareciam um poço de calma naquele momento.

- Boa noite – Foi tudo o que Vitória conseguiu responder, vendo o pequeno sorriso de Ana se aumentar.

- Eu sei que não tenho muita experiência com jantares, mas eu decidi tentar mais uma vez – Ana vendo que a esposa estava imóvel decidiu agir primeiro, segurando a mão de Vitória e a puxando para o meio da sala – O que achou?

- Está tudo... Perfeito – Vitória suspirou quando Ana soltou sua mão, sentindo falta do toque quente entre seus dedos no mesmo instante. Ana sorriu e indicou a almofada para que ela se sentasse. A esposa retirou os sapatos e se sentou com as pernas cruzadas de frente para a morena – Mas por que fez tudo isso?

- Alguns motivos – Ana se remexeu até achar uma boa posição naquela almofada e apoiou os cotovelos na mesinha – O primeiro de todos é o mesmo do último jantar, quero conversar com você. Conversar como adultas, apontando erros e acertos e como podemos fazer parar consertar tudo. Sem gritos, lágrimas e socos. Somente nós duas conversando normalmente – Vitória concordou vendo a morena abaixar a cabeça e continuar com um tom de voz mais hesitante – E.... Também porque eu queria te agradar.

- Me agradar?

- Sim, eu não tenho sido a melhor pessoa e muito menos a melhor esposa ultimamente. Quero me desculpar por tudo de ruim que falei e por todas as lágrimas que você derramou por alguma estupidez minha.

Ana mantinha o tom de voz hesitante e um tanto tímido. Vitória arqueou as sobrancelhas analisando tudo o que havia escutado podendo ver a sinceridade nos olhos e no tom de voz da morena. Soltou um suspiro esticando a mão até alcançar a de Ana sobre a mesinha, atraindo sua atenção.

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