CAPÍTULO XXIII

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Anteriormente em These Roads (já que eu demorei 30 anos pra atualizar isso aqui rs):

Elizabeth achou a carcaça do ônibus em um ponto da estrada e uma estrada de terra batida oculta, por onde seguiu. Durante a caminhada, ela encontra um relicário com uma foto de Thomas e sua família. Liz continua caminhando (como de praxe nessa história) até anoitecer. Destruída pelo cansaço, ela vê ao longe uma luz e se dirige até o local, que era uma cabana. Ou melhor, a cabana da Sra. O'Neil, seu ponto de partida e onde ela fica desmaiada por um dia inteiro.

Ao acordar, ela, Sra. O'Neil, Will e Martin têm uma conversa franca sobre toda a situação, partindo do pressuposto de que havia mais um. Na mesma noite, Elizabeth decide deixar a cabana mais uma vez.

Durante sua caminhada, ele a encontra. Depois de um confronto corporal entre os dois, no qual Elizabeth foi capaz de atordoá-lo, ele promete acabar com Thomas - que, como Elizabeth deduzira, estava com ele - caso ela não o encontre até o amanhecer.

***

Estava amanhecendo.

Sobre meus joelhos, eu não quis acreditar naquilo. Eu me recusava. Não podia ser, de jeito nenhum. Devia ser impressão minha, tinha que ser. Apaguei a lanterna, com a vã esperança de que fosse apenas sua luz que melhorou de forma inesperada, irreal e impossível.

Mas não era. Não era. Eu não precisava nem olhar para cima pra saber que a luz cinzenta vinha de lá e se esgueirava sutilmente entre as copas das árvores.

Me desculpe, Thomas. Eu não pude fazer isso por você. Me desculpe.

Fui eu a causadora disso. Eu deveria ter ficado quieta, mas... Mas o que eu poderia fazer? Ele ia me matar e eu não podia morrer. Eu tive que reagir! Como eu ia saber que ele ia fazer isso, como eu ia saber?

Com as lágrimas nos olhos e aquele dilema no coração, me remoendo com as atitudes que eu deveria ter tomado, algo em minha visão periférica chamou minha atenção. Uma luz. Piscando três vezes de forma rápida, três vezes de forma mais lenta, três vezes de forma rápida e parando, apagada.

Limpei os olhos e franzi o cenho. O que diabos era aquilo?

Mirei aquela direção até que a luz piscou mais uma vez, rapidamente. Havia algo ali.

Levantei-me rapidamente. Apertei o passo naquela direção ignorando a dor da maneira que eu podia mesmo sem parar de senti-la nem que fosse por um segundo.

A luz piscara de novo. Eu me aproximava. Tropeçava em meus pés, caía, mas nunca perdia a direção em que vi a luz.

A figura da cabana ficava cada vez mais clara. O som de objetos sendo derrubados ficavam cada vez mais distinguíveis. E, junto deles, os sons de uma briga. A luz fora acesa e apagada, mais uma vez. Meu coração batia forte com a expectativa. O que estava acontecendo? Quem estava ali?

Eu havia chegado. Ouvi um baque, alguém gemeu de dor. Desesperadamente, corri até a porta e tentei abri-la, mas estava trancada.

Olhei para a barra de ferro que eu carregava. Larguei a lanterna no chão, segurei o bastão metálico com as duas mãos, quebrei o trinco e chutei a porta.

E bem em tempo. A cena à minha frente era tensa, desesperadora. Se eu não tivesse chegado nesse exato momento, talvez algo pior tivesse acontecido aqui.

Aqui estávamos nós; eu, Thomas e ele.

Nos encontramos.

Ele segurava uma faca, de maneira a acertar Thomas fatalmente, que estava caído à parede. Minha entrada repentina provavelmente tinha interrompido o trajeto daquela lâmina em direção ao meu namorado, já que ambos estavam paralisados, me olhando com surpresa.

These Roads - Nessas EstradasOnde histórias criam vida. Descubra agora