CAPÍTULO I

165 18 5
                                    

Era uma noite tão fria.
Era uma estrada tão longa.
Era tudo tão escuro.
Então veio o acidente.

Liz! Elizabeth! Elizabeth!!!

Nos encontraremos.

    Eu tenho que abrir os olhos. Sinto o chão sob mim e sei que não estou no ônibus. Eu tenho que abri-los.

     An... Uma floresta?

     Afinal de contas, o... o que aconteceu?

     Onde estou? Como eu vim parar aqui?

     Minha cabeça está girando, sinto uma dor terrível. Não vou conseguir levantar.

     Eu vou morrer aqui...

     Tem um papel sobre mim. Lixo, talvez?

     Não, é um bilhete. Quem diabos ia deixar um bilhete no meio de uma floresta?

    Nos encontraremos.

     O quê? Encontrar com quem?

     Estou começando a ficar assustada...

     Eu só lembro de estar no ônibus, e então... aconteceu o acidente... e acordei aqui.

     Cadê o Thomas? ONDE ESTÁ THOMAS?

      Eu... não... o quê? Eu tenho que levantar! Será que Thomas... Ah não, não, NÃO!

     Levanto-me rapidamente, com uma força que parece ter me surgido do nada.

     Pra quê eu fiz isso?

     Minha perna estava quebrada. Eu nunca havia sentido tanta dor na minha vida. Soltei um grito tão alto e doloroso que acho que o Canadá inteiro ouviu e caí no chão novamente.

     Legal, voltamos à estaca zero. Como eu vou sair daqui?

     E o Thomas... cadê ele?

     E como eu sobrevivi ao acidente?

     E esse bilhete?

     O que eu devo fazer? Eu estou machucada e perdida!

     As lágrimas já corriam livremente pelo meu rosto.

     E agora...?

     Desabo quando lembro que a última coisa que ele me disse foi "eu te amo".

     Acho que é agora que eu morro. Tudo tá começando a ficar embaçado e a dor só fica mais insuportável. E está tão frio. A neve caía calma, eu sentia os flocos sobre meu rosto. O frio iria me levar.

    Ouço vozes... seriam os anjos? Acho que... que...

     E fica tudo escuro... de novo.

     E continuo ouvindo as vozes...

These Roads - Nessas EstradasOnde histórias criam vida. Descubra agora