Chapter 10

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Narração de Jungkook

Droga, droga, droga!

Eu repetia isso mentalmente todas as vezes que me pegava lembrando do soco que dei em Taehyung. Ou ele tinha falado de mais, ou eu apenas estava entorpecido pela raiva que senti ao ver aquele cara tocando em seu pequeno corpo e ele chorando, indefeso, violado. Porra! Mais pareceu pior quando vi a decepção e o medo, caralho! Medo de mim quando eu ousei bater nele.
Eu não tinha, não tenho e nunca terei esse direito, eu o ofendi, o machuquei por dentro e por fora e isso é muito estranho, pois eu sinto que é assim que ele se sente e eu não o marquei nem o liguei á mim eternamente para saber de tudo isso, mas... Taehyung é tão transparente, seu olhar é tão claro que eu posso enxergar através de sua alma, e nesse momento, aqui em minha frente, o vendo encolhido num moleton desbotado, o cabelo bagunçado, mesmo que o deixasse adorável, e os olhos avermelhados, fundos... Eu sou um idiota, porra!

Eu queria poder pedir desculpas no avião, mas ele se sentou distante, me evitando ao máximo e nunca olhando nem em minha direção, tudo só piorou quando ele não foi trabalhar e eu quis tanto me bater por tê-lo magoado. Depois de algumas decepções com meus antigos relacionamentos passei a somente me envolver sexualmente com as pessoas, não que eu fosse um cafajeste ou algo do tipo, mas eu nunca prometia amor eterno para alguém que se dizia interessado por mim, delas eu só queria seu corpo por uma única noite. Mas ele... Taehyung simplesmente surge de repente e faz com que eu sinta tudo o que um dia eu cheguei perto de sentir, e muito mais.

Não sei como agir, o que devo fazer? Para quem eu poderia pedir concelhos? Eu sou tão patético!

Taehyung também não respondeu minhas mensagens, nem atendeu minhas ligações. Minha preocupação se elevou e eu tive medo que ele tivesse arrumado outro emprego e eu não fosse vê-lo nunca mais, que eu fosse burro o suficiente para deixar ele escorregar de meus dedos e esses sentimentos novos, tudo só me deixava mais confuso e mais atento a qualquer batida a menos ou a mais que meu coração dava quando eu pensava nele ou o via tão perto, quando sentia seu perfume fraco camuflado por prováveis remédios.
A medida drástica – desesperada na verdade – foi eu ter que conversar com minha omma e pedir para que ela me ajudasse e me dissesse o que eu deveria fazer, mesmo sabendo que isso seria muito infantil da minha parte. Mas se eu simplesmente viesse até ele sem nada ensaiado eu sabia que iria ficar nervoso e começar a gaguejar, porque Taehyung tinha esse efeito em mim.

Minha omma então disse algo que eu não havia parado para pensar, que Kim Taehyung era o ômega que meu lobo havia escolhido. E não só ele, mas eu mesmo havia escolhido Taehyung para ser meu.
Já tenho vinte e cinco anos, sou maior de idade, trabalho e sou responsável, Taehyung é lindo, puro de alma, encantador, frágil e forte ao mesmo tempo... Pensei nisso por alguns dias, tentando me convencer de que nós dois éramos adultos e responsáveis pelos nossos atos, que ninguém precisaria de meter em nossa vida e tentar nos impedir de viver nossas vidas juntos, mesmo que a outra metade de minha mente me dissesse que meu appa não era o tipo de alfa que aceitava esse tipo de coisa tão facilmente.

Mas era seguir vivendo aceitando as ordens dele para o resto da vida, ou arriscar me declarar para o único ômega, em muito tempo, que me fazia sentir borboletas no estômago e ter o instinto de o proteger e cuidar. E entre essas duas possibilidades, eu pretendo ficar com a segunda opção. Não tive medo após perceber que minha mãe estava certa.

Eu encontrei o meu ômega e não seria burro para o deixar escapar, não pela segunda vez, não importa o aconteça!

- o que faz aqui? - sua voz rouca estava ainda mais grave, ainda podia sentir o medo vindo dele e seu cheiro de autoproteção me fazendo quase recuar com o que eu pretendia fazer. - por favor, vá embora, Jungkook.

Subjugados |Taekook Livro 1| ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora