Seus filamentos me conduzem
As entranhas de sua intimidade
Onde geram-se os frutos
Na procriação da maldade
Nas palavras em sussurros
Lentamente pronunciados
Como um mantra imaginário
Dessa primavera que nos trás
À tona nossos tons mais claros
Como se fôssemos a origem
A fécula emergente
O centro do universo
Um planeta significante
La fora... distante...
Onde talvez se procure por vida
Duma galáxia longínqua
E nessas escalas de todas as coisas
Da qual muito se conhece por lenda
Somos uma fração de segundos
Seremos poeira.. sedimento..
Identificados sob quais impressões?
Mas eis que nos anunciam o Antropoceno
A era da tecnologia, das mentiras e estatísticas
E nela já se foram quantas gerações erodidas?
E quantas mais serão?
Como analfabetos recitando cordéis
Músicos que não sabem notas e entoam canções
O barulho de uma árvore que se parte na floresta
O som de um trovão
Um relâmpago que corta o céu
Um verme crescendo em suas entranhas
Mordiscando seu intestino pouco a pouco
Na raiva que escorre pela boca
Como lava percorrem nas veias
E me queimam a carne
E me pesam as costas
Nessa fadiga!
Quiçá será sobre a loucura
Talvez a minha ou a sua
No viés de dualidades
Que nos separam
Espremidos..
Em idades bem distintas
Em tarefas atribuídas
Nas brincadeiras de infância
Na informação dos adultos
Nos trabalhos, os escravos
O que se fazer pela manhã?
O que se aprender em criança?
Você se lembra o que sonhou hoje?
E pensa mesmo que não importa?
Os seus pesadelos te cantam uma canção de ninar
As palavras que você sabe só fazem trocas
E repetem velhos versos...
Hoje será como qualquer dia da história.***
Quando me deu por mim já fumava um cigarro, soprando nervosamente a fumaça observando a paisagem.
Absorvida.
Carrego sementes no bolso, mas me apodreço por dentro
E em meu substrato morto ao menos nascerão flores silvestres
Quem me dera eu pudesse escrever poesias
Andar por paisagens das quais queria
Misturar meu cotidiano com arte...
A minha voz saía suave até aos meus próprios ouvidos... distante
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Na Alma ecoam poesias
Poésie"Aqui a realidade se partiu. Num antes, num depois e um não sei do que se fazer do agora! Que me envolve como um coração enorme que pulsa externamente em mim, como uma membrana, um exoesqueleto gelatinoso, um aglomerado de emoções que me enublam a...