Quatro: Chame o viciado em romance pra sua casa

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- Ah, pobre Na Jaemin... Você vai acabar percebendo tarde demais... - Disse Donghyuck, e colocamos fim na conversa.

[...]

Já era o dia no qual Lee Jeno iria a minha casa para fazer o tal trabalho, ambos já havíamos lido o texto no desenrolar da semana, assim a gente só teria que fazer o trabalho, no caso responder as perguntas e fazer o texto. O que precisará de muita paciência minha.

Estava aguardando o garoto de cabelos loiros no portão da escola, batia o pé de forma agitada no chão, olhando para os lados, até que vi o garoto se aproximar com um leve sorriso.

- Desculpe a demora, a professora pediu minha ajuda para uma coisa. - Concordei com a cabeça, e comecei a andar, o chamando para me acompanhar.

- Pronto para ficar horas tentando forma um texto com a opinião de nós dois e no fim temos que entrar em um consenso? - Disse com um toque de humor, já que temos opiniões muito diferentes sobre o amor.

- Acho que não vamos entrar em um consenso, Na Jaemin. - Disse por fim, antes de encontrarmos meu pai.

- Oi filho. - Disse meu pai com um sorriso enquanto entramos no carro, logo que notou que Lee Jeno entrava, sorriu maior. - Você deve ser Lee Jeno, certo? Bom saber que o Jaemin fez novos amigos. - Pude sentir a leve ironia do meu pai na palavra "amigos", o que me fez olhar ele em repreensão.

- Não sei se podermos ser considerados amigos Senhor Na, já que brigamos no primeiro dia que nos conhecemos. - Disse brincalhão e olhou para mim, relembrando aquele dia, revirei os olhos.

- Acho que já sei o motivo da briga... - Disse meu pai me olhando pelo retrovisor enquanto ligava o carro, agora ele que me olhava me repreendendo. Concordei com a cabeça e olhei Jeno, que olhava levemente confuso nossa conversa de olhares.

Logo cheguei em casa, Jeno disse um "obrigado Senhor Na pela carona, tchau." com um dos seus sorrisos, que querendo ou não, eu tenho que admitir, são lindos. Me despedi do meu pai com um beijo rápido na bochecha, e sai do carro.

- Vamos? - Falei para Lee Jeno, que olhava em volta, como se analisasse o local, olhou para mim e concordou, logo entramos em minha casa. - Chegamos mãe! - gritei, e ela gritou um "oi" de volta.

Subi as escadas indo até meu quarto para fazermos o trabalho, sentamos no chão e colocamos tudo necessário no chão.

- Muito bem, primeira pergunta: O que você acha sobre Romeu e Julieta terem se encontrado no baile de mascará e logo decidirem se casar? Como você chama isso? - Leu Jeno, logo podia ver seus olhos brilhando. - Posso responder primeiro? - Concordei, e ele sorriu animado.

- Acho algo muito romântico e que faça até sentido, pois posso ja ver que eles são Almas Gêmeas, nascidos para serem um do outro, para ser a casa um do outro, por isso logo resolvem se casar, pois sentem e sabem que são nascidos para ficarem juntos. Logo, chamo isso de Amor a primeira vista e Almas Gêmeas. - Disse com um sorriso no rosto a todo momento, enquanto eu anotava. - Sua vez.

- Para mim, não faz o mínimo sentido. Romeu e Julieta não sabiam nada sobre um ao outro, haviam se visto só naquele dia, imagina se um deles fosse um louco? Eles terem escolhido se casar logo na primeira vez que se viram foi quase um ato de suicídio, totalmente idiota. Logo chamo isso de burrice. - Disse, e observei Jeno anotar minha resposta com um bico nos lábios.

- Coração de gelo... - murmurou, e suspirou. Pegou o papel com as perguntas e leu -  Próxima pergunta: O que acha da ideia de Frei Lourenço e de Julieta, quando não conseguem adiar o casamento?

- Eu respondo primeiro. Acho que não foi bem planejado, eles já deveriam saber que poderia ser que Romeu não receberia a carta, e foi algo  totalmente seguido pelos sentimentos, sem racionalidade, era claro que ia dar errado. - Disse, e observei Jeno anotar.

- Dessa vez, eu concordo, não foi bem planejado. - Disse, e deu um sorriso. - Não esperava que a gente concordasse com algo.

- Eu muito menos. - Disse, retribuindo o sorriso do garoto a minha frente. - Próxima pergunta, para acabarmos logo.

- Se quer tanto se livrar de mim, era só falar. - Disse rindo, logo pegou o papel novamente e leu. - Última pergunta: O que você acha sobre o suicídio de Romeu e Julieta por amor? Eu respondo primeiro. - Ele suspirou, e começou a dizer. - Eu me odiaria por eternos anos se eu soubesse que a pessoa que eu mais amo morreu por minha causa, eu prefiria que ela continuasse viva e seguisse em frente, mas, acho lindo essa ação, mesmo que não a apoie. Não consigo a romantizar a morte por amor, mas, é um verdadeiro gesto de amor. - Disse por fim, me encarando, o que me fez olhar em seus olhos de volta. Senti um calafrio estranho.

- A minha opinião sobre a morte de Romeu e Julieta é que, foi algo não tão esperto. Se eu for esquecer que eu não acredito no amor, e parar para pensar, como você mesmo disse, eu iria preferir ver ele vivo, imagino que se Julieta tivesse morrido prefiriria que Romeu continuasse vivo e vise e versa, eu tenho certeza. Mas se for pensar pelo meu lado de que não acredito no amor é algo inútil morrer por alguém que simplesmente faz seu coração acelerar, você realmente deixaria seus pais, amigos, animal de estimação, parentes e muito mais triste por uma pessoa só? Sinceramente... - Disse simplista, olhando para minhas mãos, apertando uma contra a outra. Eu acreditava fielmente na minha opinião, essa é a verdade. Olhei para Lee Jeno, e ele me olhava com um brilho de tristeza, o que me fez me sentir incomodado. - O que houve?

- É meio triste ouvir você falar assim do amor, algo que nós deveria dar esperança da vida, com tanto ódio e tristeza.

- É simplesmente mina visão sobre isso Lee Jeno, eu não acredito no amor. - Disse olhando no fundo dos olhos do loiro.

- Na Jaemin, eu irei provar para você que o amor existe. - E então ele sorriu, com um brilho esperançoso nos olhos.

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Medo de estar ruim

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