Décimo Quinto: Se for Lee Jeno, desista.

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- Você está me deixando estranho, Nono... - Digo em voz baixa, sem controlar muito o que digo. Rapidamente ele me olha, me fazendo engolir em seco.

- Como assim "eu estou te deixando estranho", Nana? - Ele diz baixo, apenas me observando. Relutei em o responder, e pelo seu olhar, dava para ver que ele teria total paciência comigo. O que me fez sorrir um pouco.

- Nem eu posso explicar algo do tipo, Jeno. - Digo, tentando começar aquele assunto de uma forma estranha, movimentando as mãos, entrando em um desespero interno. - Faz um tempo desde que me sinto estranho estando ao seu lado Jeno... E eu tenho medo disso.

Digo e olho para seu rosto, que permanecia inexpressivo. Tirando o pequeno sorriso que ele me dirigia, o que fazia eu me sentir derreter. Soltei um riso baixo, meio envergonhado pela situação atual. Quando o motivo de eu estar sentindo tantas emoções abriu a boca para dizer algo, o sinal toca, e eu saio praticamente correndo do banheiro.

Não estava pronto para o encarar depois daquilo, mesmo que, talvez, ele não tenha entendido desse jeito. Do jeito em que eu disse indiretamente "Eu sou apaixonado por você seu otário".

Saio da escola em passos rápidos, eu não estava pronto para encarar ele. Eu nunca imaginei que eu iria me apaixonar algum dia, e então, tudo acontece de repente. Não sei bem como agir com isso.

Ando em passos lentos em direção a uma praça. Sempre corro para esse lugar quando sinto necessidade. Da mesma forma que eu estou sentindo agora.

Me sento em um dos bancos embaixo de uma das árvores, e com um suspiro jogo minha cabeça para trás, fechando os olhos e tentando organizar meus pensamentos. Preciso ir por partes.

Bem, eu gosto de Lee Jeno. Eu gosto muito de Lee Jeno.
Lee Jeno saiu com Renjun. Eles andaram de mãos dadas e Jeno vive sorrindo quando está com ele.
Eu quase me declarei para Jeno. Dentro de um banheiro. Um banheiro imundo da escola.

Solto um riso desacreditado. Eu realmente não sirvo para o amor.

Passei a mão em meu rosto, enquanto com a outra peguei meu celular, e liguei para meu pai.

- Alô? Pai? Podemos conversar agora? - Falo, em um tom baixo, sentindo o peso dos sentimentos.

[...]

Nesse momento, eu estava dentro se uma cafeteria quentinha e confortável, tomando um chocolate quente enquanto meu pai tomava uma xícara de café. Demos um gole de nossas bebidas ao mesmo tempo, e em seguida ele começou a falar.

- O que houve, filho? - Ele disse enquanto olhava em meus olhos, me dando um de seus sorriso de pai. Sorri pequeno, agora olhando para o meu copo que ainda tinha achocolatado dentro. Deus, que vergonha.

- Bem... Você lembra do Jeno? Aquele garoto de cabelo loiro que você deu carona uma vez? - Depois de um tempo pensando, ele concorda com a cabeça, murmurando enquanto solta um risinho "o seu namoradinho". - Bem... Eu gosto dele. Eu gosto muito dele.

- Espera. O meu filho acabou de dizer que está gostando de alguém? Naquele sentindo? - Ele diz ingenuinamente surpreso, arregalando os olhos. Concordei com a cabeça, soltando um riso.

- É impossível não gostar dele. Ele é... Ele é Lee Jeno. Não tem nada melhor que possa defini-lo. - Digo movendo as mãos para tentar explicar, o que não deu certo. Solto um riso novamente, dando mais um gole em meu achocolatado.

- Sabe, filho, eu me senti assim com a sua mãe. - Ele disse e soltou um sorriso se lembrando da época em que se conheceram.

- Acho que esse é o pior exemplo que você poderia dar. - Digo, arrancando um riso dele.

- Verdade, mas, eu realmente amei sua mãe em todos os momentos que passei com ela. Infelizmente, nem o amor foi forte para vencer as diversas barreiras.

Solto um suspiro ouvindo aquilo, e passo a mão em meu cabelo. - Agora que eu aceitei que gosto do Jeno, eu não sei o que fazer. Ele parece interessado em Renjun, um garoto perfeito que também está interessado nele. - Digo, tentando desviar do assunto Separação Dos Meus Pais.

- Acho que você deveria dizer a ele o que sente, o máximo que irá receber é um não. Do jeito que aquele menino parece ser um doce, nem vai doer tanto ser negado. - Ele disse realmente pensativo, dando um sorriso reconfortante para mim.

- Sinceramente, vai doer sim. Mas, ver Jeno feliz é o que eu mais quero... - Falo enquanto passava o dedo na borda da caneca do achocolatado, de modo distraído. Mordo meu lábio inferior, soltando um suspiro. - Talvez. Só talvez, eu conte para ele.

- Esse é o meu garoto. - Ele bagunçou meu cabelo, e olhou o seu relógio de pulso. - É hora de eu voltar ao trabalho. Tchau, filho. Prometo não contar a sua mãe que você matou aula.

- Obrigado, assim você salvará minha vida. - Solto um riso enquanto me levantava, dando um abraço em meu pai. - Tchau pai.

Depois da despedida rápida, caminhei lentamente pelas ruas, respondendo as mensagens desesperadas de Donghyuck que queria saber onde eu estava. Depois de eu me explicar, ele apenas me xingou por eu ter o abandonada na apresentacao do trabalho só porquê eu "fui chorar por macho" de acordo com ele.
Apenas mandei ele tomar no cu e segui meu caminho.

Chego em minha casa e me tranco no meu quarto, sabendo que hoje minha mãe chegaria mais tarde, então não teria perigo de ela me ver enquanto eu mato aula.
Pego o celular mais uma vez, e rapidamente meu coração acelera e as borboletas começam a voar.

Lee Jeno
Acho que você também me deixa estranho, Nana.

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Se eu fizesse uma fanfic de outro shipp, e talvez/provavelmente de outro grupo, vocês leriam?

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