-Estava a ver que já te tinhas esquecido dos meus beijinhos! - disse, virando-se para mim, com um determinado tom de brincadeira. E, aproximando-se de mim, colocou a sua mão sobre a minha cintura. Senti os seus lábios perto do meu ouvido. - Espero que tenhas gostado da prenda, Mary. Agora...ATAQUE DE CÓCEGAS! - o seu grito provocou em mim um pequeno arrepio. Cócegas? Nãoooooo... De seguida senti os seus dedos percorrer a minha barriga e o meu pescoço delicadamente, mas não consegui reter uma gargalhada.
-Pára, Du! Vá lá! - fiz um pequeno beicinho como as crianças. Ele desatou a rir, largando-me, momentaneamente. - Tens de fechar os olhos!
-Outra surpresa? Estás a habituar-me mal oh macaquinha!
-Fecha já! - coloquei a minha mão ao de leve nos seus olhos. Este não parava de rir. Começou, então, a tatuar a minha mão com as suas mãos quentes e suaves.
-Mostra! - gritava insistentemente.
Retirei rapidamente o pequeno embrulho da minha mala preta. "Só espero que ele goste!" Lá dentro encontrava-se a pulseira de cabedal que tinha comprado anteriormente.
Deslizei os dedos pela sua face, parando e acariciando o seu pescoço. Colei o meu nariz no seu e disse baixinho:
-Espero q gostes...
E passei-lhe o embrulho para a mão. O meu sorriso de orelha a orelha prevalecia. A curiosidade apoderou-se dele. Abriu-o tão rapidamente. Ficou preplexo quando o abriu. Será que não tinha gostado? Será que tinha sido má ideia? Talvez lhe devesse ter dado outra coisa?
-Não gostaste, Du? - O meu sorriso esmoreceu-se por momentos. Ele não dizia nada. Apenas olhava e olhava a pulseira preplexo. - Importas-te de falar comigo? Hello? Dawrling? I'm here! Look at me!
-M-A-R-Y! - disse soletrando o meu nome muito devagar. Estremeci. O seu olhar...
-DIZ! Fala comigo, Duarte Maria Pereira! - declarei rápido e estridentemente. Aquela espera pela sua reação deixou-me completamente passada. Os nervos cresciam cada vez mais dentro de mim.
-É tão...- disse deixando um longo espaço no ar. Continuava fixo no pequeno embrulho. A pulseira de cabedal com a inscrição.
-Tão... Tão quê? Diz logo, Du! Estás a deixar-me nervosa. Não gostas-te foi?
-É perfeita para nós, princesa! "You are my once upon a time!" - Repetiu a inscrição. O seu sorriso não podia ser maior. Os seus olhos brilhavam. A felicidade estava nítida nestes.
-Cheguei a pensar que não tinhas gostado...Não dizias nada.
-Que parvinha que tu és oh macaquinha! Achas mesmo? Eu AMEI a surpresa. - Fez sobressair a palavra "AMEI" dando-lhe uma entuação mais alta.
-Posso ter o previlégio de a colocar no meu macaquinho adorável? - Deu um pequeno sorriso, enquanto dramatizava um pouco o momento. Ele só ria e ria.
Uniu os nossos lábios de uma maneira tão carinhosa. Puxou uma das minhas madeixas de cabelo para trás da orelha. Colocou as suas mãos no meu pescoço com um toque suave. Pus as mão em torno do seu tronco. Abraçou-me. Um abraço apertado. Aquele momento pareceu não acabar... Não que eu me importasse muito com isso. Eu adorava aqueles momentos com ele. Era possível não gostar?
-Vou considerar isso um sim!
Voltei-me para ele. Coloquei o seu braço apoiado da sua perna. Retirei a pulseira do embrulho e pu-la no seu pulso. Ficava-lhe tão bem. A inscrição significava tanto para mim. E, agora, também para ele. Ele olhou fixamente para a pulseira. Depois deslocou o seu olhar até mim.
-Amo-te tanto, macaquinha linda! - a sinceridade reinava na sua face. Era impossível não corar depois de uma afirmação destas. E, logo eu, que era uma envergonhada de primeira. Voltou a colocar a sua mão, mas agora no meu ombro. Encostamo-nos um no outro. Ele procurou a minha mão esquerda. Cruzou os meus dedos nos seus. E ficamos ali. Parados. De mãos dadas. Sentadas na relva. E, depois, o fogo de artíficio começou...
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Dele...
Ficção AdolescenteEsta sou eu. Estes são os meus problemas. Estes são os meus sonhos. Estes são as pessoas que mais gosto. Estes são os meus maiores medos. Estes são os meus inimigos. Estas são as minhas escolhas. Esta é a minha história.