cap. 10 - O meu pequeno ataque

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Falei comigo mesma, em pensamentos, enquanto me corriam algumas lágrimas pela face:

-Porque é que os meus pais também não são assim? Gostava tanto de ter uma família assim unida. Eles amam-se tanto uns aos outros. Quem me dera ter um pai em condições. Um pai presente. Um pai que me amasse, a mim, à minha mãe e à Joana. Um pai como há naquelas famílias tal como na do Duarte. Que raiva! - Libretei-me de toda a minha raiva pelas lágrimas.

Senti algo a vibrar no bolso. Será que seria já a Joana? Olhei o meu Swatch preto e ainda nem passava das 5 da tarde. Quem seria? Fintei o ecrã do meu iphone branco. Era Duarte. Oh meu deus! Espero que esteja tudo bem com o seu pai.

Recompus-me e atendi, deslizando o dedo pelo ecrã: -Desculpa ter saído daí.-Espero que não tenha notado o tremer da minha voz.

-Estás bem, Mary? Estou Aqui à porta da casa de banhi, quando decidires sair. Já estás aí há pelo menos 20 minutos.

-Eu saio já. Não estiveste este tempi todo aí? Pois não? Devias ter estado com o teu pai. Não te preocupes comigo, Duarte. - disse-o só para o despachar. Não queria falar com ninguém.

-Eu sei perfeitamente que estiveste a chorar. Eu conheço-te, princesa. E sei o porquê de estares assim. Nós já falamos sobre isto antes. Não fiques assim. Não tens culpa de o teu pai ser assim. Ele ama-te, à sua maneira própria de o fazer.

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