8 - O Caso Desaparecido

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Arthur Carreiro

Desci os degraus com a maior velocidade que pude, mas acabei analisando a obra de Eloah, parecia ser o original, o que me deixou feliz por saber que ela queria voltar a seguir os passos do Senhor, porém meus pensamentos são cortados pela mensagem de Silva.

"Não encontramos os arquivos do caso dos pais dela, venha o quanto antes! Precisamos nos ver!" - Tenente Silva

Abro a porta logo depois de deixar a cópia da chave na parte de dentro da porta antes de sair e rapidamente estar dirigindo para a delegacia. Após a cena desoladora que vi na mansão dela, imaginava que não estava relacionado a nada e somente era alguém fazendo brincadeiras de mal gosto a ela, mas quando soube que o simbolo da trombeta quebrada estava na cena do acidente, tive certeza que o cara havia voltado a atormentar a cidade.

-O pai dela foi delegado aqui naquela época, como não existe nada, Silva? - o homem somente se jogou na cadeira a minha frente balançando os ombros e vejo Luiza e Amanda paradas a porta com os braços cruzados. -Nada, meninas? - elas negam.

Me jogo em minha cadeira e abro minha gaveta tirando meu coldre e colocando em minha cintura sob os olhos de minha equipe, que somente permaneciam em silêncio, não ousavam dizer algo.

-O que fazemos agora, chefe? - Luiza tem cabelos vermelhos e olhos escuros, mas hoje ela havia os prendido em um rabo de cavalo e via em seu semblante que também estava preocupada com o caso que estava em nossas mãos.

-Eu irei pegar o máximo de informação com Eloah... - vejo um olhar de malícia em Luiza. -Se abrir a boca, te mando para a recepção... - ela fica séria e revira os olhos. -Tenho que passar no supermercado, minha geladeira está vazia e Eloah acabou de sair do hospital, não posso deixa-la ter crise novamente! - a equipe arregala os olhos.

-O senhor levou uma mulher para sua casa? - Silva pergunta apontando para mim enquanto me levanto colocando o distintivo na calça.

-O senhor está com febre? - Luiza foi rápida ao me tocar na testa e eu afasta-la.

-Não diga besteira, garota! - me afasto indo a porta, mas paro e me viro. -Quero os três indo as outras delegacias atrás desse caso... - os três concordam. -Não esqueçam que se for o serial killer que achamos, temos que ter certeza, antes que volte a assassinar mais pessoas que assumem seguir alguma religião... - a equipe concorda e me afasto da sala.

-Chefe! - a voz de Amanda me faz voltar e olha-los dentro de minha sala. -Qual era a religião que ele atingiu na casa da senhorita Milok? - respiro fundo comprimindo os lábios.

-A que eu sigo! - falo trancando o maxilar e saio dali o mais rápido possível.

Entro no carro e permaneço em silêncio, peço mentalmente ao Senhor que aquilo não seja o que estou pensando, mas no trabalho é difícil eu não estar certo e se isso for concretizado, cada pessoa nesse país que acredita em um Deus e não esconde estaria com os dias contados. Mesmo que eu tentasse, talvez teria que chamar um colega de longe para me ajudar nesse caso, enquanto isso preciso me concentrar em Eloah e em seu passado, e não me envolver com ela até que tudo isso estivesse resolvido, pois sentimentos e trabalho não funcionam juntos. Não mesmo.

Passo na farmácia e compro o remédio receitado pelo doutor de plantão que atendeu Eloah, volto para o veículo e travo ao ver que há uma folha sulfite vermelha em meu para-brisa e observo tudo a volta, porém não há uma pessoa na rua, e isso me deixa tenso, pois é difícil São Paulo não estar lotado em horários de pico como aquele.

Me aproximo vendo o símbolo da trombeta e puxo meu celular tirando uma foto da folha em meu carro e ligo para Silva, peço para que me encontre ali e traga alguém para verificar se não implantaram algo no veículo. Espero sentado na calçada aproximadamente cinco minutos até ver uma viatura se aproximar e logo um antigo amigo nosso se aproxima retirando a folha e coloca dentro de um saco de evidências.

Minha BênçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora