5 - Noite Familiar II

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A sensação de uma presença a mais ainda estava forte, porém não me passava medo ou algo do tipo, somente paz e calmaria, o que me fez acabar sorrindo e observar a família que voltava a uma conversa alegre enquanto se serviam.

Então vejo Arthur me servir e logo todos já começavam a comer, e a mais velha das meninas se recusou a comer uma certa verdura que estava em seu prato.

-Não vou mãe! - ela repete cruzando os braços e fez sua mãe fechar o punho e respirar fundo.

-Não discuta comigo, menina! - Vitoria dá a palavra final e a menina nega insistentemente ficando ainda mais emburrada.

-CTR... - a menina me olha com a sobrancelha levantada ao ouvir minha voz e a mesa fica em silêncio. -Você poderia me dizer o que significa? - ela olha a mãe e franze o cenho não entendendo o que acontecia.

-Fale, filha! - Vitoria a incentiva mais relaxada.

-Conserve tua rota escolhendo o que é certo! - quando fala, ela sorri satisfeita por compartilhar o lema.

-Essa verdura... - apontei para o prato dela. -É sua escolha para conservar sua rota para ser saudável! - pisco para ela com um sorriso de lado e coloco a mesma verdura de meu prato na boca fingindo focar em minha alimentação, mas não perdendo de vista seu olhar para o alimento e um entortar de cabeça, seguida por um suspiro e uma garfada no alimento e sua mãe suspira não acreditando no que via.

-Obrigada! - Vitoria fala sem deixar que a menina visse, eu correspondi com um sorriso.

Voltei a comer e vi que todos da mesa me observavam, os olhares eram na maioria das vezes de surpresa, com toda certeza eles não sabiam que eu já tive contato com a igreja e talvez Arthur não tenha falado de mim.

Meus olhos se encontraram com o de Arthur e vi que sorria para mim, pegou na minha mão e beijou as costas da mesma, ele não ligou nenhum pouco quando sua mãe arregalou os olhos vendo a cena e seu cunhado o olhou com um sorriso brincalhão.

-Você é membro, Eloah? - Leí pergunta chamando minha atenção, pois o lema CTR somente é conhecido por quem passou pela organização da primária.

-Não! - respondi sorrindo de lado e percebi que Arthur não não soltou minha mão. -Mas frequentei a igreja até meus sete anos, foi quando meus pais faleceram e fui criada por minha tia que não podia ter filhos e não era membro....

-Por isso você me disse do templo hoje cedo? - Arthur me corta fazendo todos olhá-lo.

-Sim, sempre foi o que eu mais gostava quando eu era criança!

Me lembrei de quando minha mãe me levava e eu ficava com papai do lado de fora para que ela pudesse fazer as ordenanças lá dentro, ele sempre me comprava uma gravura de Jesus Cristo no Getsêmani. Cheguei a ter uma coleção incontável de gravuras.

-Você quer ir conosco domingo agora? Arthur pode te acompanhar! - Leí fala olhando o filho que sorria e travo com a proposta.

Meu coração estava a mil, eu esperava por esse momento, mas não imaginava que seria tão rápido, todos me olhavam com esperança. Arthur deu um leve aperto em minha mão e percebeu que eu chegava a tremer.

-Melhor não pai, ela vai quando se sentir confortável e se ela quiser! - ele fala sério e autoritário para o pai, todos o olhavam surpresos por seu ato e senti tensão em todos pelo modo como se colocou a frente da família por mim.

-Posso ir ao banheiro? - falo quase sem voz, aquela pergunta-convite tinha realmente mexido comigo.

-Claro meu bem... - a mãe de Arthur sente que eu não estava bem. -Siga o corredor ao lado da cozinha,a primeira porta à esquerda! - Claudia diz com um sorriso que no fundo pude perceber sua esperança por ainda não ter respondido a pergunta de Leí.

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