RENASCIDA DAS CINZAS

Capítulo 1 - A floresta

Vultos de cinzas pareciam estar tomando forma, naquela floresta que muitos aqui na Inglaterra a nomeiam de "Mistic" ou, Mágica. Acabo de perceber que agora sei o motivo de a chamarem de mágica. Não estava acreditando no que meus olhos viam, e eu, que sou uma mulher fascinada pelas formas da Natureza e origem das coisas, estou até me emocionando com esse evento inédito. Sou professora de química na Universidade de Oxford.

- As cinzas! Estão ganhando forma humana, ou, melhor, a forma de uma mulher! - Meus olhos ficaram paralisados.

Seus olhos continuavam fechados, seus braços cruzados ao peito, estilo a costume de como simbolizavam os faraós num sarcófago. Quando de repente, ela abre os olhos, e sua voz sai no mesmo instante!

- Ahhhhhh! - Os olhos dela era de cor dourada, nunca havia visto nada parecido. E seu grito era de dor.

- Senhorita... Quem é você? - Fui tentar tocar nela, e, queimei minha mão.

- Não toque humana! Onde estou? E que ano estamos?

- Você também é humana... Está na floresta mágica, Inglaterra. 2019.

- Sou a origem do poder feminino, já fui humana, morri duas vezes então não posso dizer que sou uma... - Ela deu uma suspirada ao falar isso.

- Poder feminino... Isso só pode ser uma coisa, você é uma bruxa!

- E você, também é? - Olhou-me curiosa. E detalhe estava nua.

Mostrando seu belo físico. Era um tanto atraente.

- Não, não sei dizer.

- Preciso encontrar meu amor. E trazê-la de volta a vida. Mas, não faço ideia de onde suas cinzas possam estar.

- Ainda estou tentando compreender tudo que está acontecendo aqui. Estamos num século que não crê muito mais em bobagens sobrenaturais.

- Você me viu, como diz que é bobagem... Não estou conseguindo raciocinar direito, vou precisar de tempo para me reorganizar mentalmente. Poderia me fazer um favor?

- Se estiver no meu alcance...

- Me dê algumas roupas. Moradia não precisa, e, nem comida.

- Onde vai viver, só por curiosidade.

- Aqui. Na floresta. Sei que será aqui que terei todas minhas respostas, e é onde me conecto com o mundo.

- Meu nome é Pietra Russell, sou professora de química, em Oxford.

- Meu nome é... Lana Draco.

- Sobrenome romeno... E incomum, já ouvi falar dele. Era de uma linhagem nobre e monarca da Romênia.

- Era não, é.

- Família Draco não existe mais, morreram todos há séculos atrás.

Ela deu um risinho de deboche e se retirou, após sentir algo no ar.

- Eu preciso tomar meu remédio agora, depois de tudo isso que acabo de presenciar! - Comentei em voz alta comigo mesma.

Assim também me retirei, fui rumo a minha casa, pegar roupas para dar a essa mulher estranha.

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(Lana Draco):

Senti a presença da jornalista, a que matou a minha Anita, ela estava no centro de Londres. Estamos num ano novo, então fiquei apenas alguns meses nas cinzas. Como eu consegui renascer sabendo quem eu sou? E ao mesmo tempo não ter tanta certeza assim? Estou bem confusa, mas, não me esqueci de quem provocou a morte de Anita e por consequência a minha. Acho que preciso fazer uma visita ao centro, mas, antes, preciso das roupas daquela curiosa mulher, tem um nome bonito.