"Não fazem por mim, não faço por ninguém" era uma frase característica de Graziela.
Ela só retribuía o que recebia. Só perdoava quem lhe pedia. Só abria a porta pra quem lhe servia.
Era 13 de Janeiro quando completou seus 50 anos, e recebeu da irmã mais velha um convite para a festa de aniversário [da mesma] que seria no próximo final de semana. Imediatamente pensou "Mas que afronta! Nem me desejou parabéns e me convida para a festa dela".
Passado os maus ânimos resolveu comprar um mimo de enfeitar estante que lhe custou R$ 15 reais porque pensava "Ela não me deu nada, não tenho obrigação de levar nada em troca". Comprou o objeto pra evitar o constrangimento de chegar de mãos vazias.
Ao chegar, se deparou com dois bolos sobre a mesa e duas faixas onde em uma delas estava gravada "Felicidades querida Graziela". Gisella, a irmã, ainda lhe deu de presente um jogo de prataria finíssimo porque sabia o apreço que a irmã tinha por tais peças, e na tampa da caixa escrito "50 anos".
Graziela tentou conter o pequeno embrulho amassado em uma de suas mãos. Disse que não tinha presente. Gisella era inteligente o suficiente pra entender o que era aquilo nas mãos da irmã, mas como sempre ignorou fingindo não saber.
Gisella sabe o valor de FAZER sem esperar nada em troca. O amor constrange. O egoísmo também.
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Porta de Esperança
DiversosReflexões cotidianas para superar rotinas desmotivadoras.