Capítulo 2

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Eduardo narrando

Estávamos comendo, bebendo e conversando, quando de repente a cerimonialista da festa pede para ficarmos de pé e receber a aniversariante com palmas, quando Lorena, que estava do meu lado, levantou, acabou por deslizar e perder o equilíbrio, quase deu de cara no chão, mas eu por impulso a segurei. Nossos olhares se encontraram e por mais que aquele local fosse pouco iluminado consegui ver suas bochechas corarem com vergonha e eu sorri constrangido, ela se levantou rapidamente, agradeceu com um sorriso ambíguo e continuamos a bater palmas.

Já achei uma diversão para essa noite... Eu não sinto nada por ela, mas isso não significa que eu não possa me divertir um pouco e manter minha fama de pegador.

Depois da valsa e toda apresentação de Clara, todos foram cantar parabéns, era a hora perfeita para o garanhão aqui atacar... Cheguei por trás e comecei a mexer em seu cabelo, como ela estava quase da minha altura deu para chegar bem perto do seu ouvido e sussurrar algumas coisas.

Perguntei se ela tinha namorado e se eu teria alguma chance, virou seu rosto maquiado para mim, sorriu enquanto balançava a cabeça de um lado para o outro, eu não sabia o que aquilo significava então considerei ter ficado sem resposta, depois disso ela saiu dali e foi para mesa de novo, foi a hora que começou a balada, todos estavam levantando para pegar bebida e dançar, menos os casais, eles preferiram ficar na mesa namorando. Lorena também decidiu ficar na mesa e eu não a incomodei, fui pegar um copo e já que não havia companhia para mim, desci para pista de dança com uma caipirinha na mão.

Lorena narrando:

Essa festa estava começando a ficar interessante, até que os meninos da mesa decidiram dançar e beber, eu fiquei ali sozinha com um casal que eu mal conhecia. Passei a observar de longe Eduardo dançando e bebendo, ele era realmente um lindo, mas esse tipo de gente só tem beleza por fora, ele era maluco de tentar alguma coisa comigo, fiquei meio sem jeito por não saber o que fazer em situações assim, nunca ninguém havia chegado em mim antes.

O garoto de topete encantador e bem-arrumado perdeu o charme no momento em que direcionou aquele copo até a boca, nossa que nojo! Não sei o que é pior, bebida ou esse casal se pegando do meu lado, revirei os olhos!

Quer saber, vou sair daqui, preciso me divertir e me enturmar como minha prima disse, vou pegar uma bebida também(mesmo nunca tendo provado nenhum tipo de álcool) deve ser bom já que todos estão com um copo na mão, estou com um pouco de receio e com grande dúvida se será uma boa ideia provar, mas para tudo na vida há uma primeira vez.

Fui até o bar e pedi o que todos estavam pedindo, uma tal de caipirinha. O que seria isso? Que gosto será que tem?

Quando o barista colocou o álcool no copo me veio um peso na consciência, meus pais não sabiam que eu iria provar aquilo, eles me tem como uma filha exemplar, porém eu já estava lá e já tinha pedido um copo, não dava mais para desistir.

Comecei a beber e não gostei, apesar de leite condensado com limão ser uma combinação perfeita, a bebida alcoólica estragou tudo. Com passar do tempo comecei a me acostumar com o gosto e a cada gole parecia que ela estava me chamando. Acabou a bebida pensei em ficar só com aquele copo mesmo, porém como eu disse: ela estava me chamando! fui pegar outro copo, depois mais um e assim fiquei por um bom tempo degustando aquilo, até sentir minha cabeça girar, suponho que estou bêbada!

Exagerei um pouco, mas agora me veio uma energia para dançar muito. Fui para pista e comecei a falar com umas meninas que eu nem conhecia, comecei a dançar com elas também, mesmo não sabendo. Tinha uma coisa que eu não parava de pensar: A pergunta de Eduardo, aquilo não dava para tirar da mente. Avistei ele no meio da pista me olhando, e já que eu estava solteira, porque não curtir um pouco? Talvez eu nunca mais visse aquele menino na vida e como minha mãe costuma dizer "Não podemos deixar as oportunidades passarem". Fui até ele, e disse:

- Sabe a pergunta que você me fez? Então eu não namoro e nem quero nada sério com ninguém por enquanto, talvez você tenha chance, mas primeiro teria que me convencer que merece essa chance. Ele sorriu e disse:

- Dança comigo então

- Mas essa música é animada demais e eu não danço muito bem

- tudo bem, eu te ajudo

Nós começamos a dançar, ou melhor, a passar vergonha e a partir daquele momento não era mais eu mesma que estava controlando minhas ações.

Eduardo narrando:

Estávamos dançando e nos divertindo, apareceu uma oportunidade e eu decidi me aproximar mais de Lorena, nossos corpos estavam cada vez mais colados, aquela era a hora perfeita para desfrutar de um beijo, aproximei meu rosto do dela, levantei seu queixo e em um rápido movimento, nossos lábios se encontraram, ela continuou o beijo e foi muito bom, apesar do cheiro forte que exalava depois de tantas bebidas.

Depois do beijo continuamos a dançar até ficar suados e fomos sentar para descansar, ela tirou seu sapato e colocou a cadeira mais próxima de mim, pediu mais uma dose de bebida e brindamos, mas ela já tinha bebido muito, então tomei o copo da mão dela e pedi água para gente, eu não estava bêbado, pois quando bebo já sei o quanto aguento.

Ela estava tão cansada que acabou caindo em meu peito, levantei ela e lhe dei água, mesmo estando inconsciente, fiz de tudo para acordá-la e quando estava de olhos abertos lhe dei muita água e um chiclete para disfarçar o cheiro da bebida, procurei por Clara e pedi para ajudar Lorena a ir embora, foi isso que ela fez, pediu para o pai dela(que seria tio de Lorena) ir deixá-la em casa.

Quando tudo isso passou, voltei para onde estava meus amigos e contei a eles que tinha conseguido o que queria, mas que não iria acontecer novamente e que foi só por pura diversão.

- Se não vai acontecer de novo é porque não gostou né? Avisa logo cara pra nós não ir atrás.

- Não é nada disso, ela é bem legal, divertida e bonita até, talvez eu nunca mais encontre ela, então foi só mais uma garota.

- Então quer dizer que teria replay? Iiiih... cuidado cara, vai acabar apaixonado.

- Eu apaixonado? Isso nunca mano, parece que não me conhece parça - dei um tapinha em seu ombro e sorri.

- Beleza então quer dizer que quando eu a ver posso pegar?

- Se conseguir, ela tem um jeito difícil. Agora falou mano, vou indo.

Já passava das duas quando peguei a estrada e durante o percurso até em casa fiquei repassando a noite insana que tive.

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