De Repente Amor

Capítulo 26

Lorena narrando:

Eu estava pronta para colocar minha ideia em prática, mas precisaria da contribuição de algumas pessoas para dar certo. Meu plano teria duas etapas essenciais, primeiro mandar mensagem para Bruno, segundo falar com a mãe de Edu, isso não seria nada fácil, já que se eu mandasse mensagem era provável que seu filho lesse e ela poderia não responder. Comecei a executar o plano.

Whatsapp on:

Para:Bruno
Eu: Oie aqui é a Lorena, eu fiz uma burrada enorme com Edu e queria me redimir, eu tenho uma ideia, mas preciso de você pra conseguir concluir.

De imediato ele respondeu:

Bruno: Claro, como posso ajudar? Mas vocês já voltaram? Dudu não me falou nada.

Eu: Vou te contar o que tenho em mente, depois vc se resolve com ele e guarda segredo por favor!

...

Expliquei tudo detalhadamente para o garoto, ele achou uma ideia incrível e ao mesmo tempo fofa, espero que Eduardo ache isso também. Bruno topou participar do plano e assim eu pude passar para o próximo passo: falar com a senhorita Mayer. Preferi ligar pra ela, disquei o número e começou a chamar, até que alguém atendeu

— Alô!? — uma voz masculina soou do outro lado da linha.

— Oi Eduardo, cadê sua mãe? — Meu coração estava acelerado, minhas mãos suavam frio e a luta para agir naturalmente estava intensamente difícil.

— Lorena? O que quer com minha mãe?

— O celular da minha mãe descarregou e ela pediu pra que eu ligasse pra sua pelo meu celular — Menti tentando ser o mais convincente possível, apesar da voz trêmula a cada palavra dita.

— Ela 'tá' na cozinha, vou chamá-la.

— Certo, obrigada.

Minutos depois a voz da mãe dele aparece e me atende finalmente, respiro fundo aliviada e começo a falar:

— Olá senhora, seu celular está no viva voz?

— Não querida, por quê?

— Se seu filho estiver perto, peço que disfarçadamente se distancie dele, preciso lhe contar uma coisa, mas ele não pode ouvir e nem saber que está falando comigo.

— Ah sim! Aquele livro velho? Talvez esteja no meu escritório, vou procurar — Inventou uma bela desculpa para sair de perto do filho — agora pode falar, estamos seguras.

— Bom... Eu quero me reconciliar com Edu e tenho um plano, mas quero sua ajuda pra isso acontecer.

— Pode contar comigo, farei o possível para ver os dois pombinhos juntos de novo.

Contei o que tinha em mente para ela e tudo ocorreria na semana seguinte.

Eduardo narrando: 

Acordei com o celular vibrando, era Bruno me ligando por vídeo, eu não tinha contado a ele que tinha voltado pra casa e essa parecia uma boa hora pra atender e ele ver com os próprios olhos.

Atendi a chamada ainda na cama, não liguei pra minha aparência, afinal ele já tinha me visto acordar quando éramos mais novos, era engraçado passar a noite jogando até dormir.

— E aí cara, 'comé' que 'tá'? — perguntei.

— 'Tô' de boa irmão, mas e tu mano? Não 'tava' viajando?

— É eu até 'tava', cheguei ontem em casa, aconteceram muitas coisas lá.

— Coisas boas? Do tipo... tu e tua 'mina'... seis meses juntos... — Lançou um sorriso de canto.

— Nada de bom, foi horrível.

— Ih cara 'ferrou' então... tu não gostou?

— Mano eu não 'tô' falando disso — Ri sem querer — Eu e ela terminamos, acabou, tô na pista de novo.

— Ah não! Putz... Mas como foi isso?

— Apareceu um moleque lá que era ex dela, começamos a discutir por isso e do nada ela chegou dizendo que ia fazer intercâmbio e iria morar com ele, aí já viu né.

— 'Vey' eu acho que a Lorena não seria capaz de, sei lá, te trair, ela tem cara de ser fiel.

— É eu sei, mas na hora fiquei com raiva e tomei uma decisão precipitada.

— Tá arrependido?

— Sei lá... talvez, 'tô' meio confuso ainda tentando aceitar o fato de que não estamos mais juntos.

—Acho que ainda dá tempo de correr atrás dela.

— Eu não vou fazer isso, prezo pelo meu orgulho!

— Cara tu acha que vale a pena deixar o amor da tua vida escapar assim fácil?

— Iiih alá... o moleque todo apaixonado me dando conselho amoroso, não parece o Bruno de um tempo atrás.

— Foi a Julia, ela mudou minha vida, ela não era só mais uma, era diferente... Foi a melhor escolha que eu fiz.

— Já deu essa conversa, tá ficando muito meloso, daqui a pouco fico com diabete, falou mano, até mais.

Desliguei o celular e fui ao banheiro, fiz minhas higienes e desci para tomar café. Não encontrei meus pais em casa, Daniela apareceu e me serviu, perguntei sobre eles, mas ela falou que não tinha informações. Quando acabei o café, não tinha muito o que fazer então fui praticar piano, muito tempo se passou até que ouvi a voz de minha mãe, corri para sala e a vi junto com meu pai, ele estava apoiado em seu ombro e estava com dificuldades para se locomover

— O que aconteceu? — perguntei preocupado.

— Nada demais filho, sua mãe apenas me levou para fazer uns exames de costume.

— E por que ela está lhe ajudando a caminhar?

— Vou falar a verdade, seu pai está com problemas no coração, mas não se preocupe, já estamos cuidando disso.

— Obrigado por não me informarem antes! — disse alterando o tom de voz e sendo sarcástico.

— Não queríamos preocupar você, olha vamos parar de falar disso e jogar vídeo game, o que acha? — meu pai foi ao meu encontro e me acolheu em um abraço.

Concordei com a ideia e começamos a jogar, passamos a tarde toda jogando, até que houve um momento em que fomos interrompidos pelo toque de um celular, era o de minha mãe e estava na mesa de centro tá sala. Atendi e me surpreendi ao ouvir a voz de Lorena no outro lado da linha, por um momento congelei ali, mas fiz o possível para agir naturalmente, somente eu sabia como eu estava por dentro. 

Aparentemente era só sua mãe que queria falar com a minha, passei o telefone, dei de ombros pro que acabara de acontecer e voltei a jogar, minha mãe saiu do escritório depois da conversa agindo meio estranho, talvez estivesse escondendo algo de mim ou era apenas impressão minha.