Capítulo 12

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Lorena narrando

Hoje o dia será longo e tenso" pensei enquanto arrumava o cabelo frente ao espelho, já estava quase pronta para ir à escola. Era semana de provas finais, a pior semana do ano, por mais que eu tivesse estudado, não me sentia confiante e preparada, por isso combinei com as meninas para irmos todas juntas com o pai de Laura, assim teríamos um tempinho para estudar antes do sinal tocar.

Eu sempre tiro notas boas, sou uma aluna exemplar e quero continuar com esse título até terminar os estudos, sonho em um dia poder fazer um intercâmbio fora desse país, Brasil é um lugar grande e diversificado, coisa que longville, minha cidade, não é. Acho que essa vontade de ser intercambista nasceu junto comigo, não lembro quando exatamente comecei a correr atrás desse objetivo.

Ouço o som de uma buzina, olho pela janela e vejo um carro cinza parado na frente de minha casa, me despedi de meus pais enquanto corria até a cozinha e pegava uma fruta para comer no caminho.

Eduardo narrando:

Hoje desci pra tomar café e notei que meu pai não estava a mesa, estranhei aquilo, geralmente ele que esperava a gente na cabeceira da mesa lendo um jornal ou vendo as últimas notícias em um tablet, então pergunta a minha mãe onde ele se encontrava:

— Filho não se preocupe, ele só acordou indisposto e não pode vir tomar café — Sua voz pareceu preocupada.

— Tem certeza que não é nada grave?

— Pra falar a verdade… Eu não sei — falou com uma voz suave e incerta.

— Como assim? Posso vê-lo pelo menos? 

— Claro, vai lá, pode ser que ele se anime.

Fui até o quarto e chegando lá vi meu pai estirado sobre a cama, ele parecia estar dormindo, me aproximei devagar e dei-lhe um beijo na testa. Tive um baita susto! Ele estava ardendo em febre, comecei a chamá-lo tentando lhe acordar, mas não adiantou. Fiquei desesperado e fui até a porta gritando por ajuda, quando finalmente veio minha mãe, ela entrou no quarto às pressas, olhou se ele ainda estava respirando e tentou reanimá-lo com massagem cardíaca. Por sorte minha mãe tinha estudado medicina na faculdade e conseguiu mantê-lo instável.

— Corre filho!!! Chame uma ambulância rápido!

Eu fui ao telefone e liguei para o primeiro hospital que encontrei o número, alguém atendeu:

— Alô?

— Bom dia, hospital geral Santo Inácio. Em que posso ajudar?

— Meu pai tá desmaiado e ardendo em febre! Por favor mande uma ambulância pra cá com urgência. — falei desesperado em um tom mais alto

— Claro, diga o endereço.

Falei o endereço e alguns minutos depois chegou a ambulância. Eles colocaram meu pai lá dentro, ainda desacordado e minha mãe entrou junto, eu já estava entrando também quando fui barrado por minha mãe.

—Olha filho, é melhor você ficar em casa e se arrumar para a escola — falou me impedindo de entrar.

— Mãe, eu não to com cabeça pra escola, por favor me deixa ir junto! Eu quero ficar com vocês.

— Não mesmo! Eduardo por favor vá pra escola e quando acabar você vai para o hospital, qualquer notícia eu ligo pra você, não se preocupe vai ficar tudo bem — me abraçou — A Daniela vai cuidar de você enquanto isso, como sempre fez.

Fiz que sim com a cabeça obedecendo a mulher, meus olhos estavam ameaçando escorrer lágrimas a qualquer instante, vi as portas da ambulância serem fechadas, aos poucos ela se distanciava da porta de minha casa, fiquei ali observando até perder totalmente de vista. Daniela me puxou para dentro, eu não consegui mais segurar o choro, então desabei. Tentei chegar até a sala, mas minha vista turva e molhada atrapalhava um pouco, esbarrei no sofá e lá me deitei.

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