Narradora
Angel olhava atentamente o programa infantil na televisão.
A vizinha que sua madrasta pedia para cuidar de sua enteada, tinha acabado de sair depois de fazer a loirinha comer.
Angel era uma garota angelical assim como seu nome e tinha apenas 17 anos.
Morava com sua madrasta sozinha já que seu pai morreu a dois anos. Ao contrário de outras madrastas Patricia era uma boa pessoa, apesar de seguir o que seu falecido marido queria para filha. O pai de Angel era super protetor e a madrasta consequentemente era também.
A loirinha foi educada em casa e nunca saiu de casa sozinha.
Sua concentração no desenho é interrompida com o barulho do telefone. Ela corre até
o aparelho e atende.Angel- Oiii - fala animada - sou Angel - responde - Patricia é a minha mãe - chamava a madrasta de mãe.
Seus pais se separaram quando Angel não tinha nem dois anos. Fernanda foi embora levando consigo sua filha mais velha e deixando a pequena Angel que era mais acostumada com seu pai. Até morrer César procurou sua ex esposa para descobrir se sua filha primogênita estava bem e a caçula queria conhecer a mãe. Fernanda simplesmente sumiu do mapa e quando César morreu deixou a caçula com o desejo de conhecer sua mãe e sua irmã.
Patricia chegou na vida da Angel quando a mesma tinha 3 anos e nunca mais saiu.
Angel- Patricia está no hospital? ... Pode falar o endereço - pega uma caneta e uma agenda e anota rapidamente o número.
Ela não podia acreditar que aquilo estava acontecendo. Sua única família tinha acabado de sofrer um acidente e estava internada em estado grave no hospital.
Pequena e frágil, era como se sentia no momento.
Como iria para o hospital se nunca tinha saído sozinha?
Precisava fazer alguma coisa. Ficar esperando um milagre acontecer, apesar de acreditar muito em milagres, não era a opção.
Enquanto colocava seus pensamentos em ordem resolve pegar no seu cofrinho de emergências algumas notas emboladas.
Pega uma pequena bolsa, além do dinheiro também coloca seus documentos.
Por alguns minutos segura o trinco da porta sem coragem para enfrentar sozinha aquele mundo que tanto seus pais falavam que era horrível.
Quando saia com o falecido pai e com a madrasta só ia na biblioteca e em restaurantes calmos e poucos frequentados, ou seja, sem pessoas.
Ok, ela abre a porta e sai sentido a brisa fresca em seus rosto. Apesar de sempre ficar no jardim cuidando das flores aquele momento era diferente, até o ar naquele momento momento parecia diferente para a pobre garota. Aquele era o primeiro "passeio" fora da casa sozinha.
Sabia que depois de sair dos portões teria que procurar o carro alaranjado que sua madrasta sempre chamava quando seu carro estragava.
Ela andava pelas ruas desorientada e esse foi um dos motivos para uma senhora a parar.
Senhora- Mocinha algum problemas? - pergunta fazendo Angel se assustar - como é seu nome? - diz mais baixo para não a assustar.
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Guardião de um anjo
RandomA adolescência é a fase de descobrir que o coelho da páscoa, papai noel e o bicho papão não existe e perceber que os seres humanos são os verdadeiros monstros do mundo real. A pureza de uma pessoa não é medida pelo maniquín que veste, o que come e...