A confusa mente de Bernardo Hernández Rivero

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Narradora

A vida nem sempre é como queremos. As vezes planejarmos toda nossa vida nos mínimos detalhes, então de repente algo ou no caso alguém chega e muda totalmente o nosso plano em um estalar de dedo.

Bernardo olhava a garota pensativo e pela primeira vez chega a pensar de verdade no que sua irmã falou. Duras palavras, mas que no fundo fazia todo o sentido.

Angel estava entretida sem nenhuma culpa ou remorsos de algo ruim que tenha feito. Ela não tinha que ter já que era um ser tão inocente e praticamente perfeita. Ela brincava com as crianças como se não houvesse o amanhã e como se o mundo não fosse tão frio e malvado. As quatro crianças eram nitidamente bem menores que ela, porém os cinco tinham a mesma mentalidade.

Bernardo se perguntasse se tinha feito a escolha certa...teria?

Angel- Vem Ben - o puxa tirando seus pensamentos realistas.

Bernardo- Do que estão brincando? - pergunta fingindo uma animação como a deles.

Angel- Estamos brincando de desenhar e você será nosso modelo - responde com uma animação contagiante que logo o faz se arrepender por tanto fingimento.

A vida para a loirinha parecia tão fácil e inocente que continuava se perguntando se realmente estava a protegendo ou a tirando do seu belo mundo encantado.

Angel- Não fique parado aí, tem que sentar no seu lugar - o puxa mais ainda.

Ele trata de voltar quase totalmente a sua normalmente e senta em um pequeno pufe, que não era nada compatível com o tamanho dele.

Ele percebe cinco olhos curiosos sobre ele. Duas garotinhas e dois menininhos e sua Angel.

Bernardo- Como devo me comportar pequenos artistas? - questiona com uma pintada de humor.

Xxx- Deve ficar parado e comportado - responde a garotinha de aproxidamente 7 anos.

Ele sabia que as crianças estavam apenas brincando de pintar, mas na garota de cabelos cacheados conseguia ver algo a mais. Ela tinha no olhar o mesmo brilho de quando Angel pintava.

Bernardo- E como se chama? - a analisa.

Xxx- Me chamo Luana - responde com sua voz angelical.

Bernardo- Obrigado pelo conselho Luana - olho Angel que já ajeita o que ia usar, para mesmo em uma brincadeira fazer sua obra de arte - melhor começarem rápido porque a Angel e eu logo estamos indo embora! - diz chamando a atenção dela que faz biquinho.

Quando eles se posiciona começam a tentar e desenhar o Bernardo. Assustadoramente ele estava parado e piscava poucas vezes. Eles achavam que ele estava bem concentrado, mas na verdade estava bem pensativo e distante.

Por que era mal?

Porque não podia ser igual a Angel ou alguma dessas crianças? ... Eles tinham vários motivos para serem revoltados e malvados, mas simplesmente eram bons.

Ele não era burro, sabia que teve uma vida de rei e correta. Os pais souberam certinho como criar ele e a gêmea e agora a pequena Becca.
Nunca mimaram demais e da maneira correta tentou colocar na cabeça deles valores e humildade. Desde pequeno sabia que seu ódio e atitudes não tinham motivos.

Ele apenas era ruim!

Sem motivos, sem razões, sem traumas e sem nenhuma história triste por trás e muito menos negligência de criação.

Não tinha desculpas para ser o que era e nunca ia poder usar isso. Só sua pequena passagem por um reformatório, apesar de ter sido considerado uma passagem traumática já era assim bem antes disso.

Ele já era desde bem pequeninho...

Sua mãe achava que tinha puxado o gênio do pai, mas ela não imaginava que seu próprio filho era mal.

Seu pai ele não puxou, seu pai não é malvado!

É grosso e justo, mas malvado nunca.

Já seus avós eram estranhamente complicados.

Começando para os pais que nem eram pais verdadeiros da sua mãe Maria. A mulher tinha câncer e era inocente, mas mesmo não sendo do mesmo sangue o pai falso de sua mãe era terrível...um sequestrador e mentiroso.

Agora falando de sangue é pior ainda.

O pai verdadeiro da sua mãe era um assassino e nojento e pensar que por pouco não foi tirado da barriga da sua mãe pelo próprio avó e criado por ele.

O pai do seu pai era o único vivo, mas também não era nem um pouco santo e apesar dos pais permitir que conhecesse os netos, sempre ficaram de olhos bem abertos.

Ele chega a conclusão que puxou a parte masculinas da família.

Beatriz não devia ter pegado esse gênio ruim porque as mulheres da família foram sempre as injustiçadas e que pagaram pelo erro dos maridos.

A irmã não ia ter o mesmo final ou um romance cego com o Pietro, era muito esperta para isso. Talvez a fornada dos gêmeos tenha saído com defeito.
Porque ele nasceu malvado e a Beatriz independente até demais.

Por que seus pais não eram malvados se tiveram uma infância terríveis?

Por que justo ele?

Pela primeira vez não queria ser do jeito que era, mas ao mesmo tempo em sua cabeça achava que não tinha mais chances de mudar depois de tudo que tinha feito.

Bernardo- Por que eu quero tentar mudar por você meu anjo? - ele acaba soltando sem perceber.

Angel- O que? - pergunta confusa.

Bernardo- Não disse nada - resmunga baixinho.

Angel- Terminamos - avisa.

Bernardo- Deixa eu ver - os dois meninos já entrega rapidamente o desenho e era nitidamente infantis e sem nexo - ficaram lindos, deixa eu ver o resto - ele pega de uma garota ruiva e era como os dos meninos - ficou lindo também princesa - ele pega o da Angel e estava perfeito e ele sorrir de lado - parabéns anjinha - fala arrancando um sorrisso dela e a menininha de cabelo cacheados o entrega e ele se surpreende - o que quer ser quando crescer Luana? - olhava o desenho perfeito como o da Angel e com seus próprios traços.

Luana- Quero ser uma desenhista - responde tímida.

Bernardo- Quando ter aproxidamente 16 anos pode me procurar e vou te ajudar na sua carreira - responde sem pensar surpreendendo ele mesmo.

Luana- Obrigada tio - o abraça e ele corresponde sem jeito.

*****

Continua...

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