Vernazza, Itália
Dia 1
"Meu nome é Gerard. Gerard Way. Creio que o senhor reconheça o nome Helena, ela é.... ela era minha avó e falava bastante sobre o senhor, Sr. Bianchi. Ela tinha uma caixa com as letras 'H e P' que dizia ser as iniciais de seus nomes. Helena e Pietro, certo? Ela o amou como nunca amou ninguém e me deu esse endereço no hospital dias antes de falecer. Isso foi a alguns anos mas agora eu estou aqui e gostaria que o senhor me aceitasse como funcionário. Eu cursei gastronomia na Natural Gourmet Institute, posso ser assistente na cozinha ou... tanto faz, eu poderia ser garçom ou faxineiro"
Ele me olhava assustado com todas aquelas informações repentinas tentando processar cada uma delas, e eu não estava muito menos assustado que ele com toda aquela situação.
Eu estava parado em frente à aquela porta a mais de vinte minutos explicando coisas que eu nem tinha certeza para quem um dia foi o grande amor da vida da minha avó.
"Você é mesmo neto de Helena?" Ele perguntou incerto.
"Sim"
Não foi preciso dizer mais nenhuma palavra para aquele senhor me puxar em um abraço tão carinhoso quanto os antigos abraços da minha avó que eu tanto sentia falta.
"Gerard, bem vindo a família"
Ele me puxou para dentro comentando sobre como eu tinha os olhos e o nariz da vovó e pegou uma garrafa de vinho branco em uma pequena adega que reparei ser ao lado da cozinha onde estávamos.
Era divertido ouvir as histórias loucas do romance proibido entre uma norte-americana destinada a herdar um 'império' gastronômico em New Jersey e um chef italiano que cozinhava por pura paixão as tradições daquele lugar e ele parecia adorar contar sobre como eles eram apaixonados um pelo outro.
Pietro me ensinava os segredos da famosa e tradicional piadina para que eu aprendesse um pouco mais sobre o que realmente significava a culinária italiana ali. Ele dizia as mesmas frases que sempre ouvi da minha avó quando eu era apenas uma criança e cozinhávamos juntos.
Piadina. Carrozza. Tramezzino.
Não era isso que eu teria de cozinhar e eu sabia disso, mas ainda sim ele me explicava cada uma das receitas com um incrível brilho nos olhos demonstrando todo seu amor por o que fazia.
Ele falava sobre as receitas que criou junto à minha avó e como ela era talentosa e criativa. Minha avó me contou coisas maravilhosas sobre Pietro antes de falecer, sempre mantendo um brilho nos olhos, e agora ele fazia o mesmo. Seus olhos exalavam a mais pura forma de amar e o amor mais puro que eu já presenciei, mesmo sem nunca ter visto os dois juntos.
"Filho, o amor nasce das formas mais bonitas e inesperadas. E é inevitável. Alguns dizem que a França é o país do amor, mas eu tenho certeza que essas pessoas nunca visitaram o interior da Itália"
Eu nunca aprendi muito sobre o amor mas sorri como se fosse a pessoa mais apaixonada do mundo. Não tinha o que dizer. Ele estava me mostrando não só seu amor pela minha avó mas pelo o que fazia. A Itália era realmente o lugar certo para se apaixonar.
Vovó sempre disse coisas incríveis sobre aquele lugar e como eu iria me apaixonar de todas as formas quando conhecesse. Não sei exatamente o que ela quis dizer com 'de todas as formas' mas eu certamente já estava apaixonado por aquele lugar.
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le forme dell'amore
FanfictionGerard Way é um estudante de gastronomia recém-formado que decide se mudar para o interior da Italia para aprender mais sobre as verdadeiras cantinas italianas depois de sua falecida avó lhe dar o endereço do lugar onde viveu suas loucas histórias c...