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Dia 16

Acordei com os olhos inchados depois de passar a noite chorando como o grande idiota que eu sou. O cheiro do café da manhã me pegou de surpresa quando sai do quarto junto a gargalhas e vozes que eu não conseguia reconhecer. Já passavam das 10 da manhã e Pietro ainda estava em casa?

Me aproximei aos poucos como uma criança enxerida tentando não ser flagrada pelos pais e avistei Pietro sentado a mesa com um casal com idade aparentemente próxima a minha, que supus ser seu filho e esposa. Me aproximei aos poucos da mesa do café tentando mostrar um dos meus melhores sorrisos mas o 'bom dia' acabou saindo como um sussurro.

"Gerard, querido" Pietro se levantou animado, apertando a mão no meu braço e seu sorriso era pura alegria e entusiasmo "Esse é meu filho Michael e sua esposa Kristin"

"É um prazer conhecê-los" Disse, ainda sorrindo tímido.

"O prazer é todo meu" O casal disse em sintonia, e eles pareciam ser tão simpáticos como Pietro "Você é neto de Helena, certo?" Michael continuou e eu me limitei a um aceno positivo.

Uma conversa sobre as historias que Pietro contava de vovó à Michael quando criança e como ele viveu historiais tão bonitas quanto com Kristin se desencadeou e todos pareciam muito felizes contando sobre suas lindas paixões. Enquanto eu me quebrava mais e mais.

Rowan, filha do casal, foi apresentada a mim enquanto dormia em um moisés inteiramente branco passando uma imagem perfeita de um pequeno anjo adormecido na sala de estar. Michael decidiu ajudar Pietro na cantina com intuito de 'relembrar os velhos tempos' e Kristin me pediu para ficar com a filha enquanto ela visitaria alguns parentes, e eu não seria capaz de recusar tomar conta daquele serzinho tão pequeno e adorável. Quão difícil poderia ser?

Para minha surpresa, a resposta era 'muito'.

Assim que fiquei sozinho com a pequena ela começou a chorar. Bebês fazem isso ao sentir fome, mas ela não queria comer. Bebês fazem isso quando estão sujos, mas ela não estava. Conclusão, bebês chorando pode significar qualquer coisa e eu não fazia ideia de qual seria o problema com Rowan.

Como um anjo da guarda destinado a salvar minha vida e da garotinha em meus braços a porta se abriu e Frank apareceu. Não faço a menor ideia de como ele sabia que precisava de ajuda mas assim que ele pegou a garotinha e a deitou em suas pernas, massageando sua barriga, ela parou de chorar e eu só podia agradecer por ele ter chegado antes que eu começasse a chorar junto a Rowan, mesmo sem entender como aquilo tinha funcionado.

"Como você-"

"Facil. Cólica"

"Mas ela ainda é um bebê" E ele riu.

"É outro tipo de cólica, Gee" E então nós dois rimos.

Em poucos minutos a pequena tinha voltado a dormir e Frank a balançava em seu colo. Aproveitei aquela cena tão bonita para deixar de lado todas as lágrimas da noite anterior e envolver Frank em meus braços, apoiando a cabeça em seu ombro e observando Rowan dormir tão pacífica ainda com as bochechas rosadas pela força do choro.

Frank a deitou no moisés mais uma vez depois de certificar que ela não acordaria de novo e fomos até a cozinha onde seria melhor para conversar sem que ela voltasse a chorar. O sorriso em seu rosto era impossível de passar despercebido e acabei sorrindo junto, mesmo que ainda estivesse magoado no fundo. Não podia negar como até um simples sorriso dele mexia comigo.

"Ela é linda" E ele concordou, apoiando as mãos juntas sobre a mesa onde estávamos sentados e eu o imitei "Não sabia que tinha tanto jeito com crianças"

le forme dell'amoreOnde histórias criam vida. Descubra agora