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Dia 9

Pietro decidiu que eu merecia receber um dia de folga para conhecer a cidadezinha um pouco melhor já que não vi muito mais do que o caminho que costumava fazer para ir até o restaurante e Frank se ofereceu para me mostrar os lugares 'menos chatos'.

Ainda era manhã quando ele chegou para me buscar, mesmo que eu tentasse convencer de que não era necessário, Frank era definitivamente insistente, e agora nós dois caminhávamos pelas ruas estreitas indo em direção a algum lugar que eu ainda não conhecia.

Caminhamos um pouco. Então andamos um pouco mais. Subimos escadas. E mais caminhada, e mais escadas. Vinte minutos depois de sair de casa eu já estava morto.

"Frankie, ainda estamos longe?" Ele riu.

"Só mais um pouco e chegamos" Suspirei cansado e ele puxou minha mão para que eu andasse mais rápido.

"Não corre, eu não consigo te acompanhar assim"

E quando menos esperava uma vista de toda cidadezinha apareceu em frente aos meus olhos, com a marina repleta de pescadores que pareciam do tamanho de formigas, e todas as casas coloridas agora eram bem pequenas. Uma das cenas mais bonitas que já presenciei em todos os meus 27 anos.

Sentei no chão de terra entre algumas plantas e Frank fez o mesmo, apoiando a cabeça no meu ombro enquanto nós dois apreciávamos aquela vista.

"É tão bonito" Segurei sua mão brincando com os dedos tatuados

"Aqui não é tão chato, certo?" Ele se aconchegava mais do meu lado quase deitando no meu colo "E ainda estamos sozinhos"

"Se for necessário quase uma hora andando toda vez que quiser ficar sozinho comigo eu vou ter que dispensar na próxima" Era mais do que certo que eu tentava bancar o engraçadinho para vê-lo rir ou sorrir e valia a pena cada vez que eu conseguia ouvir aquela gargalhada escandalosa "Você é tão lindo, Frankie"

Seu sorriso não era como os sorrisos simpáticos de Anthony, ou como os cativantes de Pietro. Frank tinha um brilho próprio, enquanto os outros apenas refletiam o brilho daquele lugar.

Puxei o corpo pequeno de Frank para que ele pudesse se aconchegar melhor deitando a cabeça no meu peito enquanto eu o apertava ali em meus braços e ficamos naquela posição por um bom tempo enquanto eu acariciava seus fios longos e escuros.

"A gente devia voltar"

"Não gostou daqui? Eu posso te levar em outros lugares outro dia"

"Claro que eu gostei, bobo" Segurei seu rosto antes de selar nossos lábios "Eu só to com fome. Posso cozinhar pra você"

"Tive uma ideia melhor"

Minutos depois Frank puxava minha mão fazendo o caminho contrário do que fizemos mais cedo indo em direção a outro lugar desconhecido por mim.

A descida parecia bem mais rápida e tranquila do que a subida e isso era um alivio enorme para as minhas pernas, mas as fontes de energia de Frank pareciam inesgotável e mesmo que suas pernas fossem bem mais curtas que as minhas, era óbvio que eu estava muito mais cansado.

Paramos de andar ao chegar em frente a uma casa bonita de cor rosada e Frank, pela primeira vez, segurou minha mão entrelaçando nossos dedos antes de me arrastar para dentro, me informando que essa era a casa dos Iero, ou seja, sua casa.

"Olha como eu estou vestido, Frankie" Eu dizia baixinho enquanto passávamos pelo arco da porta "Eu vou conhecer sua mãe vestido assim?"

"Ela ta trabalhando, Gee" Ele disse, rindo como se eu fosse ingênuo demais "E qual o problema? Você fica lindo nesses shorts"

le forme dell'amoreOnde histórias criam vida. Descubra agora