Rachell

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Após atravessar quase do outro lado da empresa, volto ofegante. Estou atrasada para uma reunião as dez horas, e isso não provém de mim. Mas dane-se, ele é o culpado por isso. Talvez se não tivesse me pressionado a ir comprar a droga de um café expresso eu teria chegado a tempo e adiantada. 
__ Entre. - Entro ofegante com o copo de café na mão. 
__ Demorou. - Me olha sacana largando a caneta. 
__ O trânsito estava lotado senhor. - Ele concorda. 
__ Açúcar ou adoçante?.- Pergunta pegando o copo. 
__ Adoçante senhor.- Digo passando a mão pela minha saia. 
__ Quantas gotas?.- Sorri. Por que tudo eu levo para o lado errado? Ou talvez seja ele que não consegue nem se quer me fazer pensar ao não ser nele nu?
__ Seis gotas senhor. - Digo
__ Boa menina. -  Ele beberica o café. 
__ Está morno - Que merda 
__ É por que é longe senhor, infelizmente não teria como ele não esfriar. - ele me olha desafiador e se põe de pé.
__ É algum tipo de sarcasmo Rachel?.- Ele se aproxima.
__ Na.. não senhor. - ele retira um pelo de minha blusa. 
__ Acho bom. - Coloca a mão em meu rosto e sinto toda minha pele pegar fogo ...
__ Você tinha que ver Dominic... - Entra um homem na sala. Ele retira a mão de mim em um instante só. 
__ Com licença. - Saio envergonhada rapidamente da sala. Escuto o tal homem perguntar...
__ Quem é ela?.- Pergunta baixo.
__ Ninguém. - isso é o suficiente para encher meus olhos. Desgraçado, eu não sou nada para ele, eu sou é idiota de achar que ele sinta algo de apresentável por mim ao não ser uma secretária baixa- ou não- mas isso terá troco.
Passo o restante da tarde agendando a droga do hotel, se eu tivesse outro emprego, juro que aqui eu não estaria. O hotel está reservado, a reunião foi adiada e eu estou pronta para poder ir para casa. Não almocei e isso fez com que eu me desanimasse um pouco. 
__ Rachel?.- Escuto Dominic me chamar. Me levanto olhando para ele. 
__ Sim?.- Digo. 
__ Mandaram te entregar isso.- Me entrega um buquê de rosas vermelhas com um cartão. 
__ Quem foi?. - Olho para Dominic meio desconfiada. 
__ Não sei. Deixaram na recepção com Marta. - Concordo. - Pego o buquê pesado. 
__ Não vai ler o cartão?.- pergunta. 
__ Sim... - Abro o cartão e está escrito a seguinte frase.
Saudades bebê? Estou louco para te ter novamente. E dessa vez ninguém vai me impedir. 
      Te Amo 
                       Gael

Solto o buquê e começo a tremer. 

__ Você está bem?.- Pergunta Dominic se aproximando. 
__ É Gael. - Ele se enfurece. Vejo sua mandíbula apertar e uma adrenalina faz seu peito subir e descer. 
__ O que esse cara quer?.- grita. 
__ Ele disse que esta louco para me ter novamente. - Digo com lágrimas nos olhos. 
__ Ei... - Ele pega em meu rosto. __ Acalme-se. - Ele me abraça. __ Para ele tocar em você, ele terá que me matar primeiro. - e essas simples palavras, junto desse abraço forte e cheiroso, faz com que eu sinta o que eu nunca senti com ninguém... segurança.

Rachel 4
Guardo tudo e saio em direção aos elevadores que dão para o térreo. O tempo de uma hora para outra mudou e me causou um imenso frio.  Olho em  constatação e vejo que a sala de Dominic está meio acesa, talvez ele esteja planejando as reuniões da França nessa semana. Justo nessa segunda me sinto cansada e com medo. Dominic após o abraço se enrijeceu e me manteve distante, não conversou mais comigo, se trancafiou na sua sala e até agora não saiu de lá. 
Olho para a recepção e não há ninguém, fiquei até tarde planejando a droga da viajem e as reuniões chatas que deverei participar. Dominic não disse nada, mais sei que ele esta preocupado com o que Gael disse, por que ele sabe onde trabalho? Por que acha que em algum momento sairei com ele? Iludido. 
Uma garoa fraca começa a cair e me apresso para fora da empresa. O ônibus passa e o perco droga. Vou caminhando até o próximo ponto e uma chuva começa a cair mais forte, e merda!
Vejo uma casa e me coloco embaixo dela para que não me molhe. Droga, só o que me faltava. Vejo um carro ao longe apontar e sinto falta do meu carro lindo que infelizmente não vim com ele hoje. Meus saltos estão molhados e as gotas estão pingando nos meus pés... vejo o carro parar de frente em mim e o vidro abrir, não dou atenção até que uma camada de dentes perfeitos me encara sorrindo.
__ Quer uma carona?.- Pergunta o lindo do meu chefe.
__ Não tudo bem, eu logo apanho um ônibus. - vejo um ao longe apontar, e dou sinal. O motorista faz sinal de lotado e passa voado. 
__ Então tá. - Ele se ajeita no banco. __ Não sou eu que estou molhando mesmo. - Desgraçado. 
__ Espere. -Eu digo. __ Eu aceito. - Digo e ele revira os olhos.
__ É claro que aceita. - exibido. Abro a porta de carona de seu carro e começo a me molhar mais ainda.__ Cuidado com o banco de couro. - Nojento
__ Sério?.- Digo já dentro do carro.
__ Não. - Diz olhando no retrovisor.
__ Esse carro é um dos de muitos né?.- Ele concorda.
__ É porque você não viu o que eu tenho no meu térreo da ala Oeste da casa de Praia.
- Como assim?.
__ Tem outro?
__ Digamos que um dos meus fetiches é coisa cara. - Ah é claro.
__ Isso eu vejo pelo Rolex no seu braço. - Ele sorri.
__ Eu amo relógios. - Sorri como uma criança que acaba de ganhar seu primeiro carrinho.
__ E então oque acha de me dar uma folga na França ?.-Ele me olha perplexo
__ Nada disso. Se quiser sair é do meu lado. - Ele aperta o volante .
__ Ta bem. - Ah mais não é assim mesmo. Ele olha para mim e logo desvia seu olhar, continua dirigindo e olho para seus ombros grandes e largos. Sua postura é de um homem forte, e sério. 

__ Você não comeu nada né?.- Lembro que não me alimentei hoje e estou faminta.
__ Não. - Ele solta um suspiro e da meia volta.
__ Onde está indo?.- Pergunto.
__ Alimentar uma mulher que não tem nenhum amor na vida. - Não posso me deixar ir a esse ponto.
__ Não. Tenho que ir para casa. - Ele me olha com um olhar assassino. Olho em dúvida para ele.
__ Claro. Depois que jantar. -Droga.
Ele não diz nada, apenas olha para a estrada e continua seu trajeto. Escuto meu celular tocando.
__ Alô. - Olho para Dominic que não dá nenhum tipo de interesse ou algum tipo de curiosidade em quem quer que seja.
__ Fala perua. - Abaixo o volume do celular pois afinal a louca de Katherine não tem nenhum tipo de prega na língua.
__ Como esta?.- Pergunto olhando o esmalte de já começa a descascar. 
__ Estou bem. Mais cansada. - Ela suspira em seguida percebo que ela começa a mascar um novo chiclete. Katherine fumava, e os chicletes são a maneira que ela encontra para poder enfim sair do seu maldito vício. Fico feliz por ela ter tanta força de vontade.  
__ Onde está?.- Pergunta. Droga, não quero falar com ela que estou infelizmente a caminho de um restaurante com meu chefe, ela surtaria e consequentemente imaginaria coisas que não existem...
__ Ela está a caminho de um restaurante comigo Katherine. - Ela grita ao telefone ao ouvir Dominic dizer.
__ Até mais tarde. - Diz __ Beijos. - E desliga.
__ Não era para ter dito. Não queria que ela soubesse.
__ Já é tarde. - Diz levantando as mãos em rendição, enquanto o sinal abre.
Ele estaciona de frente um restaurante e logo descemos. Seu perfume esta um pouco mais suave e  seu cheiro me embriaga. Ele olha para os lados em dúvida, mas continuamos a subir.
__ Bem vindo senhor, o que vocês vão querer?.- Um homem novo pergunta olhando de mim para Dominic.
__ Uma garrafa de Dub-fery. -O garçom anota e em seguida entrega um cardápio para Dominic.  Ele pede nossos pratos e me encara.
__ Pode perguntar. - Ele me encara e se ajeita na cadeira, colocando um braço sobre a mesa apoiando uma das mãos na cabeça.
__ Por que está tenso?.- Pergunto.
__ Eu tenso? Claro que não. - Ele me encara e o garçom trás o vinho. 
__ Pode deixar. -Fala pegando a garrafa da mão do garçom. 
__ Aceita?.- Ele pergunta apontando a taça 
__ Sim. -Ele coloca aquele líquido vinho no copo, muito escuro de tão puro.
__ Após a viagem quero que você faça um B.O. -  Arregalo meus olhos não acreditando no que escutei dele.
__ Não posso. - Eu não poderia, Gael é um louco, e não quero correr o risco de ser sequestrada. 
__ Então colocarei vigias sobre você. - Não estou acreditando no que estou ouvindo. 
__  Não quero que se preocupe em colocar seguranças atrás de mim. Talvez ele esteja apenas estressado por ter sido deixado, nada de mais. - Minto feio.
__ Não me engane, sei muito bem que ele te quer de volta, e que você não quer dar uma trégua. - Claro que eu não queria, ele era meu dono. Vivi em um relacionamento onde ele sempre achou ser meu dono, e isso não tá certo, claro que não.  
__ Você tem que entender que independente do que você queira, eu não posso me deixar levar por ele. - O garçom aproxima com nossos pratos e sinto uma fome imensa diante do tanto de comida abastecida em minha frente. 
__ Eu estou com fome. Não vindo do deserto. - Sorrio 
__ Apenas coma. - Ele me olha e começa sua refeição. Cada garfada dele no prato e seu modo de mastigar me deixa excitada. Isso não poderia acontecer, mas fazer o que se é assim que me sinto perto dele?
Como em silêncio pensando no quanto poderia ser proveitosa essa minha viagem- ou não- caso não fosse obrigada a somente trabalhar. Mas enquanto um lado rejeita esse pensamento, a outra já me incentiva a embarcar fundo... Afinal de contas, amanhã de manhã estarei em um avião com este homem. E isso de certa forma me alegra e me produz um frio na barriga. Mas eu adoro essa sensação. 

Adorável Canalha ( Suspenso De Postagens )Onde histórias criam vida. Descubra agora