Pov Alice
A Camilla me encarava arrependida. Saio do quarto rapidamente e desço. Meu pai e Lili estavam na sala conversando.
- Eu estou pronta. - Disse e eles me olharam.
- Vai deixar suas roupas aí? - Perguntou meu pai.
- Vou. Eu volto depois para buscar elas. - Disse.
- Você vai voltar? - Perguntou Lili esperançosa.
- Foi o que eu falei. - Disse e ela sorriu de forma carinhosa.
- Que bom! Vamos estar todos te esperando aqui. - Disse ela e eu assenti.
- Vamos pai. - Disse.
- Não vai se despedir de ninguém? - Perguntou ele.
- Não. Eu só quero ir logo pai. - Disse.
- Tudo bem. Vamos. - Disse ele e saímos de casa.
Andamos até o carro e entramos nele. Antes de meu pai dar partida vejo Lili acenar para gente mas eu resolvo ignorar e virar o rosto.
- A viagem deve demorar um pouco ainda. Acho que seria melhor você aproveitar o tempo para dormir um pouco, você deve estar exausta. - Disse meu pai quando entramos na estrada.
- Eu não estou com sono. - Disse e peguei o meu celular para escutar música e fugir de qualquer conversa.
Não demorou muito para chegarmos em casa, ou talvez demorou e eu não percebi já que eu estava tão distraída.
Assim que ele estacionou eu pulei do carro. Entrei o mais rápido possível e fui recebida pela Teresa.
- Alice. Minha menina. Que saudades.- Disse ela abrindo os braços para me abraçar.
- Eu também senti muito a sua fałta. - Disse e não consigo impedir de deixar algumas lágrimas caírem.
- Eu sinto muito meu amor. - Disse ela e beijou a minha testa.
- Eu vou para o meu quarto. - Disse.
- Depois eu vou te chamar para jantar. Eu fiz a sua comida preferida. - Disse ela.
- Eu não estou com fome, mesmo assim obrigada. - Disse.
- Ela vai comer sim. Você não pode ficar muito tempo sem comer. - Disse meu pai se aproximando.
- Tudo bem. Eu só preciso descansar um pouco. Vou para o meu quarto. - Disse e subi as escadas rapidamente até o meu quarto.
Assim que entro no meu quarto e fecho a porta atrás de mim deixo as lágrimas caírem livremente.
Ando até a minha cômoda e pego um porta retrato em que na foto estávamos eu, meu pai e Lydia em uma das nossas férias. Essa é a minha foto favorita por ser tão espontânea e pelo fato de estarmos tão feliz na foto.
Eu simplesmente não consigo acreditar que ela se foi e me deixou aqui sozinha.
Eu não aguento mais lidar com tanta perda. Eu só queria que as pessoas que eu amo não me abandonassem.
Sento na minha cama e abraço o porta retrato contra o meu peito.
- Eu só espero que você tenha encontrado a paz e quem sabe não encontre a Milena. - Disse olhando para cima.
Escuto alguém batendo na porta e me levanto da cama colocando o porta retrato no lugar que estava antes.
- Eu quero ficar um pouco sozinha pai. - Disse.
- Não é seu pai. - Disse Abby entrando no meu quarto.
- O que você está fazendo aqui? Vai embora! - Disse nervosa.
- Eu vim aqui para te ver. Eu sinto muito por tudo. Eu soube o que aconteceu com a Lydia e também sei que você precisa de uma amiga. - Disse ela.
- Acho que já deixei bem claro que você não é mais minha amiga. O que você fez comigo não tem perdão. Agora vai embora daqui. - Disse segurando as minhas lágrimas.
- Eu sinto muito. Eu não podia contar para você, não era eu que deveria te contar. Você não sabe o quanto eu pressionei o Steve e a Melissa para te contar mas eles não me escutavam.- Disse ela chorando.
- Se você fosse mesmo minha amiga me contaria e não me deixaria ficar fazendo papel de palhaça para todos. Eu não consigo te perdoar agora. - Disse fazendo de tudo para não derrubar nenhuma lágrima.
- Eu sinto muito mesmo. Eu te amo tanto e nunca quis que ficasse magoada comigo. Eu fiquei todos esses dias me martirizando por não ter te contado e ter perdido a sua amizade. Tudo bem se você não consegue me perdoar agora, mas sei que você precisa de um ombro amigo. Sei o quanto amava a Lydia e como ela foi uma mãe para você, eu também gostava muito dela. E eu também sei como foi difícil rever a sua mãe conviver com ela depois de todo sofrimento que você passou quando ela foi embora. Sei também que você está muito sobrecarregada com tudo que está acontecendo e que precisa desabafar só que a Lydia não está mais aqui para isso, e eu vim aqui porque eu sabia que precisava desabafar e queria que confiasse ainda em mim para eu poder te ajudar. E você sabe o porquê de eu saber tudo isso? Porque eu te conheço e sempre estive por perto mesmo sem você perceber, e principalmente porque eu te amo. - Disse ela emocionada.
Não consigo suportar mais o peso do meu corpo sobre os meus pés e caio de joelho no chão soluçando de tanto chorar.
Ela se ajoelha na minha frente e me abraça. Não consigo não retribuir.
- Eu vim aqui para você saber que eu sempre vou estar aqui para você, mesmo que você esteja me odiando. - Disse ela.
Ficamos bastante tempo nessa posição até eu conseguir me recuperar da minha crise de choro.
Assim que me recuperei me levantei me afastando dela. Me viro de costas para ela e limpo o meu rosto com a minha mão.
Eu não conseguia me virar para ela por não saber o que falar.
- Acredito que queira ficar sozinha agora. - Disse ela e eu me viro.
- Sim. - Disse.
- Eu queria ir no enterro e no velório da Lydia. - Disse ela se levantando.
- Tudo bem. Eu não posso te proibir de fazer isso, só fala para sua amiga e o Steve que eu não quero ver a cara deles. - Disse.
- Eu não estou falando com eles, mas acredito que eles não teriam a cara de pau para fazer isso. - Disse ela.
- Okay. - Disse sem saber o que fazer e falar.
- Eu vou indo. Qualquer coisa pode me ligar a qualquer hora. - Disse ela e eu assenti.
Ela vai até a porta e abre ela pronta para ir embora.
- Só não se esquece que o tamanho do meu amor por você é do mar inteirinho. - Disse ela antes de sair.
Choro por ela ter citado a nossa declaração de quando éramos crianças e que a Milena dizia o tempo todo para gente.
Oii gente. Espero que gostem do capítulo.
Confesso que chorei um pouco escrevendo ele. Kkk
Votem e comentem.
Bjos ♡
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O caipira
Ficção AdolescenteAlice é uma patricinha linda e mimada. Sempre teve tudo o que quer. Um namorado lindo, vários amigos e todos a adoram. Muito popular na sua escola. Mora com seu pai. Sua mãe a abandonou para casar com seu tio e morar em uma fazenda. Miguel é um típi...