O caipira

Capítulo 35

Pov Alice

Passei mais alguns dias na fazenda  com o meu pai, eu estava decidida a voltar para casa. Eu não tinha mais como conviver com a Lili, meu tio e a Camilla.

Acabei de voltar de uma consulta para saber como o meu bebê está. Meu pai foi comigo, Miguel quis ir também mas eu preferi ir só com o meu pai.

Está muito difícil lidar com a gravidez, eu nunca pensei que teria que lidar com um filho tão cedo.

Faltava tão pouco para o baile de formatura e eu não sei como vou conseguir ir, com certeza até lá a minha barriga vai  ficar perceptível.

Comecei a arrumar as minhas coisas para finalmente voltar para a minha casa com o meu pai.

A minha relação com o Miguel estava bem, só que passamos os últimos dois dias discutindo a minha proposta dele passar um tempo lá em casa. Acho que ele não estava confortável de pedir férias para a Lili.

Tivemos uma pequena briga antes de eu sair para a consulta e eu estou péssima por estar indo embora com esse clima. Ele se tornou uma das pessoas mais importantes para mim agora, não queria ficar tanto tempo longe dele.

Em relação ao outros moradores da casa eu estava os evitando, Camilla tentava falar comigo quando a gente estava sozinha no quarto mas eu sempre a cortava. A pessoa que eu estou falando mais é o meu tio, ele vem se demonstrando bastante preocupado com a minha saúde.

Sou interrompida dos meus pensamentos com a Camilla entrando no quarto. Ela olhou para a minha mala e suspirou. Revirei os olhos e continuei arrumando ela.

- Você vai me evitar até no dia que você vai embora daqui? - Perguntou ela se sentando na minha cama de frente para mim.

- O que você quer? - Perguntei.

- Conversar. - Disse ela.

- Não temos mais nada para conversar.- Disse.

- Eu não sei o que eu posso fazer para você me perdoar. - Disse ela.

- No momento é me deixar em paz. - Disse.

- Depois de um tempo que você estava aqui eu jurava que você iria sair daqui e seríamos amigas. É muito frustrante saber que isso não está acontecendo por culpa minha. - Disse ela.

- Eu sinto muito, mas eu não posso fazer nada em relação a isso. Você me machucou bastante. - Disse.

- Eu só quero que você saiba e acredite que eu estou realmente arrependida, e que eu sinto muito. - Disse ela.

- Eu acredito em suas palavras, mas as palavras não valem de nada agora para mim. Eu vou para a minha casa, eu preciso de um tempo disso tudo, principalmente dessa situação toda com a Lili e você. - Disse.

- Tudo bem. - Disse ela e saiu do quarto me deixando sozinha.

Terminei de arrumar tudo e sai do quarto para tomar um ar. Sai de casa e fui direto para o balanço que virou o meu lugar favorito daqui.

Me sento nele e puxo as minhas pernas contra o meu peito. Fico alguns minutos sozinha até que eu vejo o meu tio se aproximando.

- Posso me sentar aqui com você? - Perguntou ele e eu estranhei.

- Pode. - Disse e ele sentou.

Ficamos mais alguns minutos em silêncio e eu estranhei a presença dele. Nunca fomos muito próximos, ainda mais que eu sempre culpei ele pelo abandono da minha mãe.

- O senhor quer falar algo comigo? - Perguntei já incomodada com o silêncio.

- Até queria, mas só se você quiser. Não quero te forçar a nada Alice. - Disse ele.