Sem escolhas| InuYasha

Capítulo 21 - Ligações Perigosas parte.2

Inuyasha contemplava a beleza da noite enquanto as marcas roxas apareciam em sua face, com muita dificuldade fez com que seu youkai recuasse não importando o quanto a mancha em seu peito aumentasse.

- Droga, porque foi que eu deixei Kaede me convencer de não tomar mais aquelas drogas! - arremessou o copo vazio na parede e afagou as orelhas, com força apertou o guardo corpo da varanda, amassando parte do metal, não sabia ao certo o que aconteceria se perdesse o controle, terminou de beber a garrafa e pôs-se a arremessa-la no chão, o barulho do vidro se quebrando fez com que Kagome despertasse e a mesma colocou o robe de seda preto antes de delicadamente encostar a mão na maçaneta e sentir um leve formigamento, mas nada que a impedisse de abrir a porta.

- Inuyasha, o que foi isso? - caminhou pela sala e os olhos âmbares demonstravam o desespero ao pensar na possível perda de controle.

- O que faz aqui mulher! Ao melhor como conseguiu sair daquele quarto? - a pergunta dele deixou-a confusa.

- Saí pela porta, que pergunta idiota. Pensou que eu sairia por onde, pela janela? - a mulher permanecia irritada pelas atitudes anteriores, Inuyasha virou-se na intenção de que a mesma desse de cara com suas costas mas já era tarde demais, Kagome agora estava com os pés em cima dos cacos de vidro e só percebeu quando o vidro espetou seus dedos - Ai! Droga! Você é um grande idiota, poderia ao menos ter me informado sobre o vidro no chão!

- Eu não pedi pra você vir até aqui - respirou fundo e a pegou no colo, passando por cima dos pedaços de vidro que não significavam nada.

- Me coloca no chão Inuyasha!

- Não! Você é muito teimosa, olha só o que aconteceu com o seu pé, tudo porque é muito enxerida!

- Você é um grosso! Pelo barulho achei que você tivesse se machucado - Inuyasha caminhou pela sala e após entrar no quarto colocou o corpo feminino na cama e analisou o corte no pé dela - Sabe que eu sou médica e que posso cuidar de mim mesma.

- Eu sei mulher! - percebeu que o corte havia sido superficial e nenhum estilhaço havia entrado na pele - Agora mulher, vê se fica longe do meu caminho.

- Você não sabe como eu gostaria disso, não ter que conviver com um homem grosso feito você seria um sonho! - o prateado deixou escapar um pequeno rosnado enquanto se levantava da cama, seu peito ainda ardia enquanto a mancha aumentava, a passos lento o meio-youkai caminhou até a porta, sua respiração pesava e com certa dificuldade lutava para não machuca-la de todas as formas possíveis, sua sede por sangue aumentava conforme seu lado demoníaco falava mais alto.

- Eu vou sair! Não me espere acordado mulher! - tossiu enquanto o seu peito ardia, levou a mão aos lábios e limpou o sangue sem que a mesma visse, com dificuldade se arrastou para fora do quarto e ligou para o padrinho, sabia que Toutousai era o único que poderia ajuda-lo, foi em direção ao quarto de hospedes e apagou as luzes, tirou a camisa, os sapatos e pulou da sacada em direção aos outros prédios, seu corpo pesava conforme os movimentos bruscos, o ambiente a sua volta se distorcia e mesmo assim, seus passos eram apressados - Estou ficando sem tempo - ao longe era possível ver a mansão de madeira, uma construção que lembrava aos castelos da era Sengoku Jidai, um lugar ao qual Inuyasha chamava de segundo lar...
- Você está louco saindo por ai assim!- Toutousai se indignou ao vê-lo apenas de calça, com as orelhas totalmente expostas, o lado direito de seu corpo já possuía as marcas roxas e seu olho direito já estava vermelho.
- Eu não tive escolha, a barreira da Tessaiga não segurou ela, que mulher estúpida! - seguiu o idoso de olhos esbugalhados até ao interior da casa, Inuyasha deitou-se na cama e Toutousai analisou a mancha de tom escuro - Anda velho, é só você aplicar aquele veneno e pronto.
- Creio que não será tão fácil assim, a abstinência em youkais, meio-youkais e Dai-youkais são bem diferentes da humana, principalmente quando se usa da forma que usamos. Inuyasha, você precisa assumir o controle do seu corpo.
- Não fale besteiras velho! Eu estou no controle.
- Não está não, pare de agir feito um idiota! Você diz que não quer que seu sangue assuma, mas, não faz nada para mudar isso.
- Para de falar merda! Esqueceu o que aconteceu da ultima vez que eu deixei essa besta tomar o controle? Deixe-me lembra-lo de quantas vidas inocentes e imundas eu tirei, de quantas semanas eu fiquei sem dormir depois que recuperei a minha consciência, até hoje se eu fechar os olhos e imaginar aquele dia, eu lembro do grito das crianças desesperadas de medo e quão difícil foi me controlar para não matá-las.
- E ainda assim você continua negando, aceite o que você é Inuyasha e controle de uma vez por todas os seus demônios. No passado tudo ocorreu pelo fato de que você não conseguiu lidar com a morte de Kikyo e agora heim, qual é o motivo? Porque se você disser que tudo isso é culpa de um casamento arranjado, eu mesmo te mato!
- Ora seu velho não se meta. Eu fui enganado, me casei com aquela mulher sem saber de seu parentesco com Kaede, pra você e fácil falar, sua mulher esta viva e ao seu lado e te ama incondicionalmente, tanto que foi capaz de abrir mão da própria felicidade pela sua!
- E mesmo assim seu fedelho eu a magoei, precisei perdê-la pra entender que mentiras ou omissões nunca dão certo, a vida me deu uma segunda chance e eu me agarrei a ela com tudo, espero que você não precise chegar a tanto, faça um favor a si mesmo e siga em frente, a alma de Kikyou está em paz, até quando você pretende deteriorar a sua?- Toutousai entregou a ele um copo com medicamentos para dormir - Durma um pouco, tenho certeza de que você não tem feito isso ultimamente- O idoso saiu do ambiente torcendo para que o prateado o escutasse, mesmo tendo plena certeza de que Inuyasha seria incapaz de seguir seu conselho, conhecia muito bem os motivos pela falta de controle do meio-youkai, respirou fundo enquanto subia as escadas para o quarto, sua mulher estava na cama segurando um selo de proteção - Minha lua pra que isso?
- Um selo de proteção, assim ninguém pode nos ouvir, nem mesmo Inuyasha. Agora me conte , ele bebeu os remédios?
- Sim, eu espero que você saiba o que esta fazendo, libertar o sangue dele pode ter sido uma péssima ideia - o idoso preocupado se espantou com a cala de sua esposa que geralmente manifestava crises em situações como esta.
- Não quando ele esta consciente, agora venha marido vamos dormir e deixar que o lado demoníaco dele faça o trabalho que o mesmo não conseguiu - Kaede apagou as luzes com um singelo sorriso, havia de empenhado muito para obrigar o prateado a ter uma segunda chance e não seria hoje que falharia...