Pessoal, segue aqui os dois capítulos atrasados. Boa semana ♥
ELE
Eu não sabia o porquê de eu estar ali. Não era para eu estar ali. Eu deveria ligar para o meu advogado, conversar com ele pensar em como consertar a merda que eu havia feito e colocar um ponto final nessa maldita história. Mas não. Passei a noite inteira pensando em Natasha. Me remexi tantas vezes na cama. E todas as vezes que eu fechava os olhos eu a via em meus sonhos. Maluco né? Mas a verdade era que Natasha era uma assombração na minha vida. Maldito dia em que eu fui naquele mercado. Maldito dia em que eu resolvi dirigir e passei por cima dela. Agora ela não saia mais da minha cabeça. Seus olhos tristes estavam marcados na minha alma. E o seu perfume atormentando os meus sonhos.
E naquele dia em que ela esteve na minha casa mexendo nas minhas coisas. Ela acabou mexendo mesmo foi comigo. Eu nunca me senti desse jeito com ninguém. Nem mesmo com Angélica que estava acorrentada a mim há anos. Eu jurei a mim mesmo que a afastaria de mim, mas eu não conseguia me afastar dela. Meu coração acelerava só de pensar nela.
Eu não sabia como eu havia parado aqui. Em um momento eu estava em casa e no outro eu estava na cafeteria com o rosto quente olhando para ela e ela com aqueles olhos esverdeados olhando para mim. O meu coração batia rápido demais. E as palavras evaporando da minha boca, saindo dos meus lábios para irem dançar em volta dela. Eu queria saber mais sobre ela, mais além da tragédia que eu havia lhe causado.
— O que você gosta de fazer? — eu perguntei a ela assim que colocou o meu cappuccino no balcão na minha frente.
Natasha corou. Especialmente hoje ela estava tão bonita. Ela ficava tão linda com as bochechas vermelhas. Então me ocorreu que eu a deixava envergonhada. Sorri com essa possibilidade.
— Como assim? — ela perguntou timidamente.
— O que te anima? O que tem feito você esquecer da vida?
— Eu gosto de dançar — ela disse com os olhos distantes. — Gostava.
Tentei ignorar o aperto na minha garganta. Isso era culpa minha. O que eu fazia ali?
— Bolo de chocolate — ela disse assim que percebeu o meu desconforto.
— Bolo? — Franzi a testa.
— Gosto de fazer bolos de chocolate. Quer dizer... Quando eu estou triste é só fazer um bolo de chocolate que a tristeza vai embora, é meio terapêutico para mim.
— Eu te entendo, me sinto assim em relação a pintura.
E era a pura verdade. Mergulhar o pincel na tela e dar a vida a uma imagem é como estar envolto em um mar de cores. Cores brilhantes que iluminavam as trevas presentes em minha vida.
— Seus quadros são tão bonitos! — ela exclamou. — Você sempre pintou?
Não antes das minhas mãos se sujarem com o seu sangue.
— Não. Na verdade, me formei em Geografia na Unesp daqui.
— Você queria ser professor? — ela inquiriu curiosa colocando no balcão os dois cotovelos.
— Sim. — Eu sorri com esse antigo sonho. — Aprendi a pintar com a minha mãe quando eu era criança. Meu pai queria que eu jogasse futebol, mas eu gostava mesmo era de ver a minha mãe pintar.
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Ainda Não Acabou
Literatura FemininaNatasha não sabe, mas foi Max quem destruiu os seus sonhos. Foi ele quem arruinou a sua vida e a condenou a viver uma vida vazia, sem perspectiva e sem um futuro. Agora Max terá a chance de consertar um grande erro do passado, e Natasha terá a chanc...