É impossível fugir dos seus olhos

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Não era mais pra ser tão estranho. calma, vou explicar.
Meu nome é Jumpoll, mas pode me chamar de Off, e já fazem alguns anos que eu “trabalho” junto do pequeno Gun. Eu não chamaria de trabalho já que depois de Puppy Honey a gente praticamente só precisa fingir ter um relacionamento, o que fazemos muito bem, já até conseguimos um programa só para a gente.
Pro Gun é tudo tão natural... Não que seja ruim ou difícil, mas o clima fica estranho quando ele abraça meu pescoço e olha nos meus olhos, todos adoram isso, menos meu coração que parece que vai sair pela boca. Acho que ele não percebe, deve achar que eu também estou atuando. E de verdade... Eu deveria, mas as fãs sempre querem mais, e nossa relação fica cada vez mais estreita e já não sei como lidar, mas acho que está tudo bem, essas coisas só agradam mais as fãs.
A, vocês devem estar se perguntando quando que eu tive certeza que o que eu sentia era muito mais que vergonha por causa das fãs, e sim vergonha por causa dele. Na verdade, foi na sessão de fotos da “GO Together”, e o que aconteceu lá...
Quando eu cheguei no estúdio, tudo estava muito bem organizado, de verdade, nunca tinha feito fotos de forma tão profissional e claro, o Gun estava do meu lado, eu já tinha me acostumado a sempre estarmos juntos, e foi ele que me tirou do transe quando tocou meu braço e disse – vamos?.
Na sessão deu tudo certo, o Gun tem realmente um talento para fotos, saiu perfeito em todas, já eu... Eu tenho saúde (eu acho). Mas as coisas ficaram estranhas nas últimas fotos. Essas fotos tinham o tema manhã, e estávamos só com camisa e cueca boxer, o que já me deixava desconfortável, mas era engraçado imaginar uma vida inteira ao lado dele, pois enquanto tirávamos as fotos, eu realmente poderia acreditar que éramos um casal recém casado, o que me fazia voar em pensamentos, até ser puxado para a terra por uma ordem do fotógrafo.
---Tirem a camisa.
Pensei por um segundo e tirei a camisa, não era estranho, eu já tinha ficado de cuecas na frente de outras pessoas antes.
Até me virar.
O Gun, de costas pra mim estava tirando a blusa e eu não consegui desviar o olhar, seus ombros não muito largos, costas sem nem uma mancha, sua... Eu não tinha reparado nisso antes, sua bunda é grande e redonda, nada exagerado, mas é de se chamar atenção, principalmente naquela cueca um tanto apertada. E quando ele se virou, ele olhava para o chão, como se soubesse que eu o olhava, e suas bochechas estavam extremamente vermelhas. Naquele momento eu só queria algo para cobri-lo, pois mesmo estando sexy, ele me parecia frágil e envergonhado, mas ele levantou o rosto e pediu que fossemos logo.
Durante essas fotos, o Gun ficou de frente pra mim, me segurou pelos braços e olhou nos meus olhos. Suas mãos pareciam brasas, já que eu sentia o lugar onde ele estava tocando queimar, e essa sensação se espalhava pelo corpo, eu já não sentia mais nada além de seu toque, o diretor ficava falando – isso, assim mesmo, com paixão- mas eu simplesmente não ouvia nada além do meu coração pulsando muito forte. A mão do Gun desceu e se encontrou com as minhas, e mesmo depois do diretor dizer que já estava bom, eu não consegui soltar sua mão, se não fosse o berro que ele deu, eu jamais largaria o Gun.
Depois de mais algumas fotos, nos fomos para casa (no mesmo carro como sempre) mas a sensação do toque dele permaneceu em meus braços até o dia seguinte.
Depois daquelas fotos eu me sinto estranho sempre que ele me toca, o que é bom pois as fãs adoram, menos eu. É deprimente ter de fingir que amo alguém que eu realmente amo, mas é melhor assim, eu prefiro viver num mundo onde o Gun finja que me ama, do que em um onde ele me odeie por causa da verdade. Mas as coisas iam se complicar graças a uma garota, N'Sana, ela era bonita, inteligente, cheia de seguidores, e ultimamente ela e o Gun tem estado bem próximos, e eu tentava me controlar, mas sempre que via eles juntos eu sentia a necessidade de abraça-lo para mostrar que o casal somos nós, e não eles dois, mas não posso fazer isso para sempre.

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