Respostas

778 77 20
                                    

só... só não foi minha culpa, eu juro... eu não queria.

GUN

-- Eu fui com o Off e a Sana num restaurante à noite e na hora de irmos embora eu fui ao banheiro, provavelmente por causa do álcool, e quando saí, vi a Sana a um passo de beijar o Papii e ele estava lá parado, eu não sabia o que fazer, eles pareciam um casal bonito, jovem e... Eu não aguentei ver aquilo e saí correndo. Eu nem sequer olhava por onde estava indo, os gritos do Off às minhas costas me faziam hesitar um pouco, mas eu não estava afim de desculpas agora, eu só parei de ouvir sua voz quando entrei em um bar escondido no fim de um beco que entrei.

  Era um tanto escuro e a musica era tão alta que eu quase não ouvia meus próprios pensamentos, mas isso não importava agora, eu só queria beber e chorar em paz, eu estava com tanta raiva que bebi o primeiro copo em um único gole, e quando fui pegar o segundo, alguém segurou o meu pulso, e quando levantei o olhar, já irritado, dei de cara com P’Pak, meu ex-colega de cena, na verdade só fizemos um filme junto, mas isso já foi suficiente para ele me perseguir por semanas e ficar me abraçando muito durante as gravações, o que me deixava muito desconfortável, mas naquele momento ele estava calmo e com a guarda baixa, o que me fez relaxar.

Ele começou a puxar assunto e entre conversas eu o contei o que tinha acontecido, e ele disse estar indignado com o Off, e como ele poderia ter feito algo assim comigo. Até que ele me disse que ali tinha um karaokê, e que cantar, ou melhor, berrar um pouco me acalmaria, e eu já um pouco tonto o segui. Subimos algumas escadas ao fundo do bar até chegarmos a um quarto onde a única luz existente era a da rua, que entrava pela janela, o cheiro era de mofo disfarçado com perfume barato, o que fez meus pelos se eriçarem, mas ao me virar para sair daquele lugar, dei de cara com o Pak na frente da porta, ele estava soltando os botões perto da gola da camisa e quando eu perguntei o que era aquilo ele simplesmente me pegou pela cintura e me beijou, ele estava cheirando a álcool e quando mordi seu lábio, ele me deu um tapa, me fazendo cair sentado no chão.

-- Então é assim que você gosta? – ele disse lambendo o lábio que eu sabia que estava ferido – Você jogou charme pra cima de mim por quase uma hora para nada? -- ele agora desabotoou o resto da camisa e trazia no rosto um sorriso louco.

Eu estava assustado, a única coisa que eu conseguia pensar era que eu precisava sair dali, precisava do meu Papii comigo. Tentei correr, mas ele me segurou e me jogou contra a parede perto da janela trancada. Eu comecei a ver as coisas girando, tentei gritar mas ele apertou minhas bochechas, me fazendo sentir o gosto metálico de sangue e mandou eu calar a boca, se não seria pior. Ele abriu o botão e o zíper da minha calça, e passou a beijar meu pescoço, eu estava tonto e mesmo tentando empurrar ele, eu não conseguia.
Uma de suas mãos segurava minha mandíbula e com a outra ele vasculhava meu corpo. Depois que ele lambeu meus mamilos, ele pôs a mão dentro da minha calça tocando minha virilha, deixou a mão ali brincando com meu pênis e testículos, ele passava os dedos até chegar perto da milha bunda e voltava, nisso ele voltou a me beijar e depois me jogou no chão. Eu já estava sem forças naquele momento, não tinha mais esperanças de fugir, eu tentei soca-lo, mas isso parecia deixá-lo mais animado, o fazendo brincar ainda mais com meu corpo que nesse momento era coberto apenas pela cueca.

Eu me sentia horrível, praticamente tinha deixado aquilo acontecer, eu era o culpado, eu devia ter ficado, devia...

Ficar perdido em pensamentos era só o que me restava, eu estava preso ali, com ele... Ele me olhava como um animal olha seu alimento, até que ele me virou de costas, puxou a minha cueca, se deitou sobre mim e disse em meu ouvido:

-- Agora, você é todo meu.

A dor que senti naquele momento foi terrível, eu gritei, mas ele tapou minha boca e passou a fazer movimentos dentro de mim, sua mão me apertava como se quisesse arrancar um pedaço de mim, eu tentava me soltar porém não adiantava, ele gemia e dizia o quão gostoso eu era, o quanto ele esperou por aquele momento, e em meio ao desespero...

Eu desmaiei.

Não sei quanto tempo depois eu acordei, esperava que aquilo tivesse sido só um sonho ruim, mas as dores em meu corpo diziam o contrário, ele estava em uma cadeira ao meu lado, já vestido e amarrando os sapatos e me disse:

-- Acordou Baby? – aquelas palavras me fizeram ter enjoo só de ouvi-las – Tenho que ir agora, mas quem sabe nos encontramos outro dia de novo?

-- Vá pro inferno – disse em uma coragem repentina.

-- HAHAHA, quem sabe na próxima? Agora, vou pra casa, e é melhor ficar calado sobre essa noite, imagine só o que a imprensa irá falar de você? O que sua família iria pensar? E o Off… O namorado de uma vagabunda suja como você. Lembre sempre Gun, eu tenho bons contatos, posso acabar com a vida de qualquer um.

Ele se levantou e saiu, minha cabeça doía tanto quanto meu corpo, mas não pude deixar de pensar no que ele disse, o Papii sendo visto com uma pessoa suja... Como eu. Eu não devia ter ido aquele lugar, a culpa foi minha também.

Com esforço eu consegui me levar e me vestir, depois disso eu fui direto para casa. Assim que cheguei, fui direto para o chuveiro, precisava me limpar, limpar até minha alma para ver se aquelas lembranças sumiam de mim, eu era sujo e no momento eu só chorava.

Passei dias assim, mesmo que o Off fosse todos os dias me levar comida, eu não tinha coragem de encará-lo, eu queria que ele me esquecesse, eu não queria que ele me visse daquele jeito, nem que ele fosse visto comigo. Ele não merecia isso.

Depois de uma semana eu consegui sair, minha família estava quase chamando a polícia para ter notícias de mim, e quando sai eu o vi, o Off estava lá na porta do meu prédio e parecia que também não conseguia dormir, eu queria lhe pedir ajuda, mas tinha vergonha do que tinha acontecido e decidi fugir… o máximo que pudesse.

Eu não conseguia disfarçar, as pessoas perguntavam, mas eu apenas dizia que estava bem, para falar a verdade, nem eu mesmo me reconhecia, no espelho eu via um rapaz pálido, magro, cheio de olheiras e com um semblante vazio...

OFF

Eu não pude acreditar, ele tinha carregado aquele peso sozinho, eu devia ter corrido mais rápido, eu devia ter procurado melhor... Eu devia ter impedido.

Entrei na sala sem me importar com o espanto dos nossos amigos e o abracei.

-- A culpa não foi sua, e nunca será! – as lágrimas rolavam em meu rosto – A culpa é minha, Gun, por favor me perdoe, eu devia ter te alcançado.

--  Off, eu...

-- Não diga nada! – ele também estava chorando com a cabeça encostada em meu peito – Eu te amo, e nada vai mudar isso... Eu vou te proteger, nada mais vai te acontecer.

-- NÓS vamos te proteger! – disseram Tay e New em uníssono.

-- A... Obrigado... – ele agora retribuía meu abraço e seu choro se intensificou ainda mais – Não me deixe, por favor.

-- Lembre: você não é sujo, você é o meu baby, e eu nunca mais vou te deixar ir.

-- Off... – Tay me chamou. – Você sabe que temos que fazer alguma coisa né?

-- Claro, isso não vai sair barato.

-- Papii... Cuidado, ele pode ser perigoso. – Gun disse com um real medo nos olhos.

-- Ele mexeu com você... Ele não é perigoso. Eu que sou.


Give Me The TruthOnde histórias criam vida. Descubra agora