Capítulo 13
-Esse aí é o Kelpwi, acho que vocês o conhecem. – Uma voz veio de trás de uma árvore
Vena olhou e percebeu que na verdade a voz vinha da árvore.
-O que vocês estão fazendo aqui? – Lignum completou.
-Você sabe bem o que estamos fazendo aqui. Indo para Gazophy, mas diferente de você a gente se cansa, então precisamos parar em alguns lugares para descansar, não sabíamos que esse lugar era Chenoglia, até porque é descrito nos livros como um lugar terrível. E esse lugar é magnífico. – Falou Vena. – Mas como você está aqui?
-Eu me canso sim, me canso muito mais que vocês, podem ter certeza. Eu estou aqui porquê... porquê... porquê eu venho verificar se a floresta está bem cuidada, é isso. – Lignum estava meio sem jeito.
-Como vamos sair daqui com esse dragão querendo nos devorar? - Perguntou Clara
-Acampem aqui, eu posso ficar de guarda para vocês, afinal Kelpwi não é o único monstro que vive aqui. É melhor ficarmos no meio da floresta. – Explicou Lignum.
Eles andaram sobre aquela grama fofa, mais verde do que o próprio verde, o ar daquele lugar era belo, tudo era perfeito. Vena não entendia o porquê daquele lugar ser amaldiçoado, alguns dizia que era por causa do Kelpwi, mas Vena não acreditava muito nisso. Vena avistou um lago, com a água mais cristalina de toda Kandeah, parecia uma tentação para ela se arremessar.
-Lignum, por que esse lugar realmente é amaldiçoado? – Perguntou Vena
-Lendas, mas nunca a verdade. O povo diz que é por causa de Kelpwi, mas isso é uma mentira bem bolada. Outros dizem que é por causa daquela caverna. – Lignum ergueu seu galho e apontou para um buraco enorme envolto de pedras, a escuridão causou arrepios em todos do grupo.
-E em que você acredita? – Interrompeu Clara.
-Acredito que é por causa do que vive aqui em baixo, pra ser mais exato muito lá em baixo. – Ele disse.
-O que tem lá? – Frigus questionou.
-Kuollut. – Ele disse.
Clara soltou um suspiro, não um suspiro de alívio, mas sim de medo.
-O que é Kuollut? – Vena perguntou.
-Onde o mal vive. O mundo dos mortos. O inferno. – Lignum finalizou.
Vena olhou para o chão, numa tentativa de visualizar Kuollut, uma tentativa falha, é claro. Será que Vindice estava lá? Com certeza não, ele era um bom homem, ele deve ter subido a Teraki, e não descido a Kuollut.
-Armem as barracas, e vão dormir. – Lignum ordenou.
Xyter jogou o dispositivo no chão, e aquele festival de cores se misturou com as nuvens laranjas da noite Chenogliana, aquilo foi uma das coisas mais belas que Vena viu, apesar de a barraca não ser tão colorida assim.
Eles entraram, sentaram numa mesa para poderem se alimentar. Mas uma dúvida ainda percorria a mente de Vena.
-Clara, o que realmente aconteceu com Kelpwi?
Clara levantou o olhar para Vena, depois olhou para os lados e viu que todos ali também tinham dúvidas a respeito disso. Ela se ajeitou na cadeira respirou fundo e começou.
-Quando Kandeah foi criado, junto com ela nasceu também os Deuses. Entre eles estava Kelpwi, ele criou os oceanos desse lugar, e é graças a ele que ainda estamos vivos, pois a água com certeza é o nosso liquido vital. Kelpwi era o ser mais belo de Kandeah, pelo menos era o que dizia os livros e coisas assim. E ele também era o Deus preferido de Klenthe. Em duas semanas os humanos já tinham deixado os Deuses de cabelos em pé, e então eles tiveram que tomar uma atitude drástica. Criar Semideuses, seres um patamar abaixo dos Deuses, e um patamar acima dos sacerdotes. – Ela percebeu que Vaitryx e Xyter ficaram mais confusos ainda. – Sacerdotes são os humanos que visitam Teraki, assim como os Semideuses eles são poderosos, normalmente são reis de algum lugar ou região, mas diferente dos Semideuses, eles não são imortais. Mas tá, recapitulando, Esses Semideuses ajudaram muito os Deuses, mas o mais poderoso entre todos era o Boul. E logo Boul tomou o lugar de Kelpwi, e quando Kelpwi percebeu isso, ele resolveu se anexar a outro Deus, no caso: Mericar. E na primeira oportunidade ele tentou levar as Gemas dos Deuses para o Mericar. Afinal uma das Leis do Evren diz que: "Toda magia que pertence a categoria Suprema tem que ser canalizada em um objeto". E quando Klenthe criou os Deuses, ele canalizou a magia de proteção nas gemas, portanto se ela for destruída, além de tornar os Deuses sacerdotes, faz com que Mericar possa entrar em Kandeah e destruir tudo. Então ele se tornou um discípulo de Mericar as escondidas, ninguém sabe como, mas foi isso que aconteceu. E então ele foi pego e banido para cá.
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A Guerra De Kandeah - Preparação de Ploxti (Livro I)
Fantasy🥉 Vencedor do terceiro lugar do Concurso Reis de Ladar na categoria Aventura 🥉 Criar um planeta foi uma tarefa fácil para os Deuses regidos por Klenthe, que, em apenas quatro dias, conseguiram uma bela obra de arte. Mas os imprevisíveis humanos se...