— Anajú acho melhor irmos embora, nunca vi ninguém beber tanta vodca assim.— Rafael alertou enquanto me segurava pelo braço, minha visão está turva e minha cabeça está girando.
— NÃO! EU ESTOU ÓTIMA!— Comecei a rir, não sei porque mas aquilo foi tão engraçado, acho que posso ficar a noite inteira rindo.
— Anajú eu sei que disse para você se divertir, mas não era para se divertir tanto.
Comecei a rir novamente, acho que nunca vou conseguir para de rir. Desde quando tudo ficou tão engraçado? Esse é o melhor dia da minha vida!
— Vamos levar a princesa pra casa, ela claramente não está nada bem.— Vanessa ajudou Rafael a me segurar, não sei porque é necessário tanta gente me segurando assim eu posso muito bem ficar de pé sozinha.
Tentei me soltar mas tudo ficou embaçado e eu quase cai no chão, talvez eu realmente precise de uma ajudinha.
Onde eu estou?
Me levantei completamente confusa e com uma dor de cabeça muito forte, não lembro de quase nada da noite passada exceto de Rafael e Vanessa tentando me segurar e a imagem de Pedro Muniz com uma loira, fora isso eu não consigo me lembrar de mais nada.
— Bom dia bela adormecida.— Vanessa se sentou ao meu lado com um sorriso angelical, algo que é um tanto assustador vindo dela.
— Dia?
— Você bebeu muito ontem, tive que te trazer para a minha casa, eu nem sei onde você mora.
Ainda bem, não iria suportar a minha mãe dando lição de moral sobre não beber demais. Principalmente quando a minha cabeça parece estar explodindo.
— Cadê a minha jaqueta?— Perguntei ao perceber que a minha jaqueta jeans preferida não estava comigo e nem no quarto.
— Você vomitou nela.
— Ah.
Parabéns Ana Júlia, nunca sai de casa e quando sai faz tudo errado. Não acredito que dei tanto trabalho assim para Vanessa e Rafael, entendo caso eles não queiram sair comigo nunca mais.
— Não esquenta, você vomitou nos meus sapatos também, sem ressentimentos.
Meu Deus que vergonha.
— Foi mal.
— Tudo bem, eles precisavam de uma limpeza mesmo.
Me levantei um pouco zonza, se existe uma coisa que aprendi nessa noite é que beber muita vodca não é tão bom assim.
— Caramba você tá horrível. O que aconteceu?— Carol perguntou enquanto pegava um copo d'água para mim.
Decidi não ir para casa, acho que não quero que minha mãe me veja nesse estado, principalmente meu pai, apesar que ele provavelmente nem irá perceber mas de todo jeito é melhor evitar o drama.
— Acho que bebi um pouco mais do que deveria.
— Você saiu e nem me chamou?— Carol me entregou o copo d'água e me olhou com indignação.
— Você ainda não tem dezoito anos, então você não iria entrar e além do mais foi tudo de última hora.
Carol revirou os olhos e se sentou no sofá da frente.
— Saiu com quem, o cara do milk-shake?
— Não.
— Pedro?
Ah Pedro. Acho que não quero me lembrar da cena dele se agarrando com uma loira misteriosa na parede, sei que não temos nada e que ele é livre para ficar com quem quiser mas essa situação me afetou, não queria que isso acontecesse mas infelizmente aconteceu.
Definitivamente eu estou apaixonada por Pedro Muniz.
Talvez eu não sentiria tanto ciúmes caso fosse Bruce Walker mas pelo fato de ser Pedro eu fiquei arrasada. Acho que está na hora de eu dar uma chance pro cara do milk-shake, Pedro de certa forma nunca demonstrou tanto interesse em mim, então acho que eu posso dar uma chance para Bruce Walker, se ele quiser é claro.
— Ele estava lá mas não com a gente.
— Como assim?
— Eu vi ele ficando com uma garota, achei que não iria me importar mas eu me importei e muito. Acho que esse é o motivo de eu ter bebido tanto.
Carol se levantou e me abraçou. Certo, é difícil admitir mas eu realmente estava precisando disso.
— Não sei onde eu estava com a cabeça, não somos nada um do outro. Acho melhor eu seguir a vida sem muita preocupação em relação ao amor.
— Anajú se a minha vida tivesse pelo menos vinte porcento do drama da sua eu estaria completamente perdida.
Acho que nessas últimas semanas a minha vida está digna de uma novela mexicana, o nome poderia ser "coração indeciso", onde eu seria a protagonista extremamente indecisa que não sabe o que quer, e também teria que ser algo bem dramático.
— Eu tive uma ideia!— Carol se levantou animada e correu para o andar de cima.
Não entendi muito bem o porque dessa animação toda. Minutos depois Carol retornou e me entregou um convite para festa da sua irmã.
Franzi a testa confusa, não entendi o porque do convite até porque já tenho o meu. Peguei o convite ainda confusa e Carol sorriu de canto.
— Você vai levar Bruce Walker para essa festa.
— Eu vou?
Eu vou? Sim, eu vou! Mas primeiro tenho que conversar com ele, o que pode ser difícil considerando que já faz um tempo desde a última vez que o vi.
— Sim você vai e não aceito um não como resposta.
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Aromas e Cores ✓
Teen FictionAna Júlia Lessa ou simplesmente Anajú (como gosta de ser chamada), trabalha em uma cafeteria na cidade de Campo Florido em Minas Gerais. Acostumada com a sua rotina monótona, após o fim do ensino médio, Anajú não espera muita coisa da vida. Mesmo co...