Capítulo 17

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Pov Heyoon

Sina estava em uma ligação, e eu fique prestando atenção nela, ela parecia um pouco ansiosa, quando percebi o celular escorregar da mão dela e cair no chão, Sina saiu um pouco tonta procurando onde sentar, logo eu corri para perto dela com Joalin e Hina.

- Sina, aconteceu alguma coisa? - Falei e vi os olhos dela se direcionarem a mim, eu já estava ficando preocupada, ela estava mais branca que o normal.

- Eu, eu, desculpa Heyoon, eu sinto muito. - Ela levantou e me abraçou forte, eu estava confusa, não tava entendendo o que tava acontecendo.

- O que aconteceu?

- Sua mãe... - Sai do abraço dela, e olhei em seus olhos quando ouvi Sina falar da minha mãe.

- O que tem minha mãe?

- Me ligaram da delegacia, sua mãe foi... Sua mãe foi assassinada Yoon. - Assim que Sina falou isso, minhas pernas falharam, eu caí de joelhos no chão.

- NÃO, NÃO, NÃO, ME DIGA QUE É MENTIRA SINA POR FAVOR. - Hina se ajoelhou no chão junto comigo, e ficamos abraçadas chorando, eu não podia acreditar que isso realmente estava acontecendo, Joalin levantou Hina do chão, e levou ela pro quarto, eu continuei no chão, eu não tinha forças pra levantar, senti duas mãos me levantar, logo eu estava nos braços dela, Sina se sentou comigo no sofá, e eu deitei automaticamente em seu colo.

- Desculpa Yoon, eu prometi proteger sua mãe.

- Você não teve culpa, você tentou tirar ela dessa situação, não se cobre por isso, você não é super herói. - Falei tirando uma mexa do cabelo dela que caía em seu rosto.

- O que você quer fazer? Quer ir para a Coreia?

- É preciso, eu quero me despedir da minha mãe.

- Eu também vou. - Hina vinha saindo do quarto com Joalin.

- Okay, vou comprar as passagens. - Sina falou já pegando o notebook, Joalin falou que ia também, o que eu achei ótimo, ela estava sendo maravilhosa com minha irmã, e eu nem sei o que elas têm afinal. Enquanto elas estavam atrás das passagens, Hina se deitou no meu colo no sofá, os olhinhos dela estavam vermelhos de tanto que ela chorou.

- Agora é só nos duas Yoon.

- A gente consegue, eu não vou te abandonar Hina, foi a mamãe quem escolheu esse caminho, a gente avisou tanto a ela, a mamãe não merecia esse fim, mas ao menos agora, ela descansou dessa vida desgraçada que ela estava levando. - Meus olhos se encheram de lágrimas novamente, Hina limpou e me abraçou.

Por sorte tinha um vôo que ia sair em 2 horas, tomamos banho, se arrumamos, e passamos a noite toda viajando, eu ainda não acreditava que aquilo realmente tava acontecendo, por Deus, eu perdi minha mãe, assim que pousamos na Coreia, se hospedamos em um hotel, Sina se informou onde estava o corpo da mamãe, e organizou tudo para o velório, eu honestamente não tinha nem cabeça para pensar nisso.

- Onde está meu padrasto? - Falei quando Sina desligou a ligação com o delegado da cidade.

- Ele fugiu Heyoon, ainda não foi confirmado que foi ele quem matou sua mãe, mas como ele fugiu, e tendo em vista toda a situação, é quase óbvio que foi ele.

- Desgraçado, se eu ver esse homem na minha frente, eu mato ele com minhas próprias mãos. - Falei possessa de raiva, Sina me olhou com uma cara engraçada, tendo em vista que eu tenho medo até de matar um mosquito.

- Okay, eu fiquei assustada com sua fala! - Me aproximei dela e dei um selinho, Deus, o que eu fiz para merecer essa mulher na minha vida?

Seguimos para o enterro da minha mãe, foi completamente assustador ver minha mãe em um caixão, muitas pessoas da minha família estavam presentes, e me olhavam como se eu fosse uma alienígena, e eu não fazia a menor ideia do porque, será que é porque eu abandonei a mamãe para ir morar em Vegas?

- Heyoon, meus sentimentos filha! - Meu tio veio até mim, e pegou na minha mão, estávamos paradas em frente ao cemitério, Sina apenas franziu a testa não entendendo nada, já que ela não entendia o idioma.

- Obrigada tio!

- Quem é a moça? Sua amiga? - Falou se referindo a Sina, que não soltava minha mão por nada. E então foi como um clarão na minha mente, por Deus, minha família é altamente preconceituosa.

- Prazer senhor, me chamo Sina Deinert. - Sina falou oferecendo a mão a meu tio, por Deus, a forma que ela falou, se fosse em outra situação, aposto que eu teria até ficado excitada, Sina falou em um inglês impecável, traduzi para meu tio o que ela tinha falado, ele pegou na mão dela e sorriu.

- Sou tio da Heyoon, irmão do seu falecido pai, um prazer te conhecer. - Expliquei para Sina, que sorriu para ele em resposta. - Até mais, Heyoon, fala pra Hina que deixei um abraço, não vi mais ela. - Ele se retirou e eu respirei aliviada.

- Que foi? - Sina falou me abraçando.

- Estou incomodada com as pessoas me olhando como se fosse uma aberração por eu estar com você.

- A entendi, eu não lembrava que esse lugar ainda era assim, quer que eu solte sua mão e te trate como amiga?

- De forma alguma, que eles enfiem esse preconceito goela abaixo! - Falei dando um selinho em Sina, que me olhou assustada pelo ato, eu não me importei, segurei a mão dela, e adentrei o cemitério, eu achava que estava mais conformada, mas quando vi minha mãe sendo enterrada, eu acho que chorei toda a água que existia no meu corpo.

- Vamos embora daqui, acho que vou passar mal. - Falei para Sina, ela me olhou preocupada, falou pra Joalin que ia esperar por ela e Hina no carro, e saiu comigo abraçada.

Sina se escorou no capô do carro e eu fiquei abraçada a ela, estava um pouco mais calma.

- Obrigada por ter vindo, acho que eu não ia aguentar se você não estivesse aqui.

- xiiiu, não precisa agradecer Heyoon, jamais te deixaria sozinha em uma situação dessas. - Ficamos abraçadas até que eu ouvi a voz que eu mais temia.

- Francamente Heyoon Jeong, você e Hina envergonham nossa família, em pleno enterro da minha irmã, e você abraçada com outra mulher, respeite sua falecida mãe e sua família! - Tia Sam falou parando onde eu estava, senti todo sangue sumir do meu corpo.

- Também senti saudades tia Sam!

- Criança insolente, sugiro que esqueça que tem família, e não volte mais para a Coreia. - Sina me olhava querendo entender a situação.

- Será um prazer, até mais tia Sam, pode me deixar sozinha com minha namorada? - Minha tia me olhou com seus olhos quase faiscando, quis avançar para cima de mim, Sina na mesma hora tomou a frente. Minha tia ficou assustada com a pose de ignorante de Sina, entrou no carro que estava parado na rua e foi embora.

- O que essa vadia falou?

- Deixa isso de lado, não vale a pena. - Pouco tempo depois, Joalin chegou com Hina, entramos no carro e fomos embora daquele lugar.

- Vamos passar na minha casa, eu quero entrar lá. - Falei para Sina, que estava concentrada dirigindo.

- Isso não é uma boa ideia Heyoon! - Ela falou me olhando.

- Por favor, eu realmente preciso ir lá. - Sina acabou aceitando a contragosto, assim que entramos na rua, meu coração faltou pouco pular para fora, quando eu vi a casa, meus olhos se encheram de água.

- Sina olha tem uma luz acessa no primeiro andar. - Joalin falou do banco de trás, olhei na direção, era a luz do meu quarto e de Hina.

- É no meu quarto e de Hina...

- Tá com sua arma Joalin? - Sina falou se virando pra Joalin.

- Sempre!

- Vocês duas fiquem no carro, a gente vai entrar. - Sina falou já descendo do carro e pegando uma arma que estava na cintura, Joalin fez a mesma coisa.

Seu lugar é comigoOnde histórias criam vida. Descubra agora