Capítulo 34

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Pov Sabina

Eu estava andando nas ruas amedrontada, eu estava assim, desde que Sina me falou sobre meu pai ter voltado, eu desafiei ele, apenas para viver um romance proibido, além de tudo Joalin estava com um pé atrás comigo, achando que eu ainda estou do lado do meu pai, e isso tem acarretado uma série de brigas entre a gente, eu nunca estive do lado do meu pai, quando se tratou dela e Sina, porque eu estaria agora?

— Vou trabalhar Sabina. – Joalin falou seca saindo do quarto.

— Não vai tomar café? – Falei sentada na mesa da cozinha.

— Não to com fome, eu como alguma coisa no caminho, ou lá na Sina. – Peguei um jarro de flores que tinha em cima da mesa e joguei em direção a ela, o jarro de estilhaçou na parede e ela me olhou assustada.

— VOCÊ TA LOUCA?

— EU TO CANSADA DE VOCÊ ME OLHAR COMO SE EU FOSSE SUA INIMIGA, TA COM MEDO DE EU TER COLOCADO VENENO NA SUA COMIDA? VOCÊ NEM ME TOCA MAIS JOALIN.

— VAI SE FODER SABINA, QUE INFERNO. – Ela bateu a porta do apartamento revoltada e saiu, eu caí no chão chorando, estava despedaçada. Uns 10 minutos depois a campainha tocou, eu levantei ainda revoltada. Assim que abri a porta, me deparei com meu pesadelo, tentei fechar a porta, mas dois homens seguraram e meu pai entrou por ela.

— Sabina, Sabina, que saudade da minha filhinha. – Meu pai falou com uma voz de deboche e veio em minha direção para me abraçar, ele me abraçou, mas eu não retribui. Logo senti um tapa forte no meu rosto.

— Sua vadia, achou mesmo que eu ia te deixar viver esse romance nojento Sabina Hidalgo?

— Vai se foder pai, você nunca se importou comigo, seu amor sempre foi Justin, porque você simplesmente não me deixa em paz? – Senti outro tapa no meu rosto, e minha boca ficar com gosto de sangue.

— Você me conhece Sabina, sabe que eu nunca te deixaria em paz. Você é uma vergonha para mim, convivendo amigavelmente com a mulher que matou seu irmão.

— Sina é melhor que Justin, se eu tivesse que escolher um, eu com certeza escolheria ela, Justin era um verme, igual a o senhor. – Falei sem medir palavras, meu pai me deu outro tapa, que dessa vez eu caí no chão com o impacto.

— PEGUEM ESSA DESGRAÇADA, E VAMOS ATRÁS DA DELEGADA, ESSA BRINCADEIRA ACABA AGORA. – Senti uma pancada na cabeça e fiquei desacordada no chão.

Quando acordei estava com os braços e pernas amarradas, dentro de um caminhão, na minha frente estava Sina desacordada, e um capanga nos vigiando, que logo reconheci, Kleiton, um dos meus melhores amigos de infância, super leal a meu pai. Ele me olhava com decepção, mas não falava nada, ele estava com um fuzil na mão. Uns 20 minutos depois Sina acordou ela ficou perdida, parecia com dor de cabeça, tinha um pouco de sangue na cabeça dela, deduzi que ela tomou pancada na cabeça também, ela me olhou e parece que se deu conta que éramos os bois indo pro matadouro.

— Você tá bem? – Falei para ela, que apenas balançou a cabeça, Kleiton mirou um fuzil para minha cabeça.

— Sem conversa Sabina, senão vou ter que te amordaçar. Não abuse.

— Tudo bem, não precisa. Pode só me dar um pouco daquela água? – Perguntei para Kleiton, ele não esboçou nenhuma reação, ficou parado no mesmo lugar.

— Qual é Kleiton? A gente se conhece de infância, crescemos juntos, aprendemos a lutar juntos, eu tô indo pro matadouro, será que você não pode me dar ao menos um pouco de água? – Ele ficou com receio, mas soltou a arma no chão, e pegou a garrafa colocando um pouco de água no copo, Sina me olhava intrigada, assim que ele se ajoelhou perto de mim, mesmo com os dois pés amarrados, dei um chute na cabeça dele, Kleiton caiu no chão, tentou pegar o fuzil, mas Sina foi mais rápida, ela abriu as pernas, e como a corda estava apenas nos tornozelos, ela segurou a cabeça dele, enforcando ele com acorda, ele já estava roxo, logo desmaiou e morreu.

— Sina tente se virar, e procure na bota dele, ele sempre tem uma faca na bota. – Sina se virou, e com dificuldade ela saiu às cegas atrás da faca.

— Aí merda, me cortei! – Sina xingou, mas logo tirou a faca da bota dele, ela veio se arrastando até mim, me virei de costas para ela, e sina começou a cortar a corda que estava amarrada nas minhas mãos a cegas.

— Se você me cortar, eu vou te socar a porrada Sina. – Falei e na mesma hora Sina conseguiu e me soltou, quando comecei a cortar as cordas da mão dela, percebi que o caminhão tinha parado.

— E agora? – Sina falou me olhando.

— Acho que a gente chegou. Quando você foi pega, lembra de ter visto meu pai?

— Não, foi apenas dois bandidos, como ele te achou?

— No meu apartamento, a gente tá fodida Sina. – Falei terminando de soltar os braços e os pés dela.

— Vamos sair dessa! – Ouvi uma pancada na porta do caminhão, eu me levantei e peguei o fuzil, Sina rasgou a camiseta de Kleiton e enrolou na mão dela, que estava sangrando, assim que mirei o fuzil para a porta do caminhão, Sina fez sinal para que eu abaixasse.

— Se for apenas um, a gente mata lutando ou com a faca, se você atirar, e a gente estiver mesmo na favela, vai aparecer gente aqui de todos os lados. – Rebolei a arma para ela, e me posicionei na porta do caminhão com a faca na mão, assim que a porta abriu, dei um chute na cabeça do homem, que logo caiu desmaiado no chão. Peguei a faca, e cortei a garganta do homem, a gente realmente estava na favela, desci do caminhão com Sina, o homem tinha um revólver na cintura, peguei ele, e a faca.

— Que tal a gente pegar esse caminhão e ir embora? – Sina falou, parecia assustada.

— Qual é Sina? Você é policial, é nossa chance de matar Aurélio Hidalgo.

— Nem fodendo que você vai matar ele, Aurélio é meu Sabina.

— Se você se meter no meu caminho, eu te transformo em uma peneira agora mesmo Sina Deinert. –  Falei mirando o revólver para ela.

— Você quem não deveria se meter no meu! – Sina falou me desafiando, eu dei uma rasteira nela que caiu no chão, Sina se levantou brava, jogou o fuzil no chão, e bateu a terra que tinha na roupa, ela partiu em minha direção, a gente começou uma luta, chutes e murros eram direcionados dos dois lados, essa filha da puta sabe lutar, em pouco tempo eu e ela já estava toda machucada, Sina me derrubou no chão, e subiu em cima de mim enforcando meu pescoço, eu já estava ficando sem ar, segurei na mão dela que estava cortada com força precisando o corte, e Sina gritou de dor, e acabou soltando meu pescoço, fui rápida e inverti nossas posições, ja ia dar um soco no rosto dela quando ouvi um tiro, e lembrei que a gente estava na favela.

— Só pra constar, você perdeu feio, e a morte do meu pai é minha, porra Sina, tô cheia de dor, vou dizer a Heyoon que você me bateu. Vamos sair daqui, senão a gente nunca vai conseguir pegar o meu pai. – Falei com uma mão segurando meu ombro, porra que dor desgraçada, ofereci minha mão a Sina, ela pegou e eu a ajudei a levantar do chão. A nossa roupa, tava toda suja da gente ter ficado bolando na terra, a camiseta branca social dela, onde não tava marrom, tava vermelha de sangue.

— Porra Sabina, vai se foder, meu corpo parece que passou um caminhão em cima. – Ela falou fazendo careta de dor e eu ri.

— Quão burras somos de tá brigando entre a gente, quando meu pai tá doido pra nós matar? – Peguei as armas que foram jogas no chão, joguei o fuzil pra Sina, e segui com ela no meu encalço.

Seu lugar é comigoOnde histórias criam vida. Descubra agora