Mudanças se tornaram uma coisa familiar para Brooke Harrington.
Mudanças de estilo, mudanças de gosto, mudanças de amigos e mudanças na família. Normalmente, ela aceita bem as mudanças em sua vida, ou ao menos aprende a viver com elas. Mas a mudanç...
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BROOKE
Para a maioria dos adolescentes acordar às dez da manhã em um sábado é cedo.
Devo admitir que, para mim, um dia, há muitos anos, acordar às dez, mesmo em finais de semana, era considerado um super atraso, ao ponto de eu sentir que havia perdido metade do meu dia.
Isso foi até eu entrar no ensino médio.
Essa semana, academicamente falando, foi infernal para mim. E tudo o que eu quero fazer neste final de semana é dormir e mexer em minhas redes sociais.
Infelizmente, no fundo, sei que não posso.
Rolo de um lado para o outro da cama na tentativa de voltar a dormir, mas simplesmente não consigo.
Desisto de tentar e simplesmente pego meu celular na mesa de cabeceira. Entro em meu Instagram, ou ao menos tento já que o aplicativo simplesmente não carrega. Saio do aplicativo, desconecto e conecto na internet e tento entrar novamente.
Falho.
Bufo e levanto da cama, sem nem me preocupar em trocar de roupa. É sábado de manhã pelo amor de Deus.
Chegando na sala, vejo uma imagem um tanto incomum. Meu pai, em frente as grandes janelas da sala, sem suas típicas roupas sociais. Para amenizar a estranheza, ele está com o celular no ouvido. Típico.
Bash, por sua vez, está sentado em no sofá da sala enquanto a televisão passa um canal de notícias qualquer da tevê aberta.
— Bom dia — chamo a atenção de ambos, Bash retribui com um "bom dia" baixo e meu pai faz somente um aceno com a mão — o que houve com a internet?
— Não funciona, assim como a televisão e o telefone de casa. — Ergo as sobrancelhas e ele taca o controle da televisão no sofá. — Só temos a droga da tevê aberta.
A voz raivosa de meu pai brigando com quem quer que esteja do outro lado da linha chama nossa atenção por um segundo.
— E ele?
— Está tentando concertar isso. — Bash explica, olhamos para nosso pai que anda de um lado para o outro na sala enquanto discute com a pessoa do outro lado da linha. — Mesmo assim, é improvável que tenhamos internet hoje.
Bufo novamente.
— Você só pode estar de brincadeira comigo, Universo. — Digo olhando para cima. Pego uma almofada a abraço-a. — Um sábado sem internet era exatamente o que eu não precisava.
— Semana ruim?
— Eufemismo — respondo e ele ri — ei! Não ria da minha infelicidade! — Pego a almofada de meus braços e bato em Bash com ela. — A professora de inglês gosta de mim, mas o de biologia de laboratório me odeia e agarrou qualquer chance que teve de pegar no meu pé. Tenho dois trabalhos para fazer, de sociologia e o outro, felizmente, com Peter. Além de mais ou menos cinco tarefas de casa, sendo que uma delas é de álgebra e deve ter umas belas dez páginas.
