07. night visitor and almosts

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BROOKE

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BROOKE

Fecho os olhos suspirando e encosto minha cabeça na cabeceira da cama logo após deixar o livro que estava lendo de lado, simplesmente cansada de ler numa tentativa falha de pegar no sono.

Já passou das onze da noite de uma quinta feira, tenho completa e total noção de que a esse horário deveria estar dormindo — até preferiria estar dormindo a simplesmente ter que reler a mesma frase cinco vezes para entender ela porque meu cérebro, de alguma maneira, ao mesmo tempo que não desliga para o sono, não está com a mínima disposição para a leitura — mesmo que eu não me importe de dormir nos dois primeiros períodos.

Em um pulo, me levanto da cama e caminho da forma mais sorrateira que eu consigo para a cozinha. A casa está inteiramente escura, com a única exceção sendo a luz que erradia das brechas da porta do escritório de meu pai, o que não é nenhuma surpresa, nos últimos meses — ou anos — ele criou uma "maravilhosa" mania de se trancar em seu escritório à todos os momentos em que está dentro de casa, não duvidaria se ele dissesse que dorme por lá.

Mesmo tendo me levantado somente para pegar um copo de água, o bolo que Anne havia feito mais cedo estava me tentando desde o momento em que abri a geladeira. Assim, no presente momento estou comendo um pedaço do bolo sentada em cima da bancada da cozinha, felizmente Anne não está em casa para me reprimir.

Logo que termino, ponho a louça na minha e vou em direção ao banheiro conversível do meu quarto, entrando pela porta no corredor.

Vou até a pia e lavo meu rosto, paro encarando o espelho e observo minha imagem. Meu cabelo está até arrumado para alguém que ficou rodando de um lado para o outro na cama enquanto lia, meu rosto está bonito, contudo meus olhos têm um ar cansado, de motivos óbvios. Suspiro e entro em meu quarto que, tal como toda a casa, está escuro com a exceção de um abajur ligado ao lado da minha cama. Por isso quase não percebo a silhueta masculina parada no meio do cômodo, de costas para mim.

Quase.

Meus olhos se arregalam e eu engulo seco. Ele parece não perceber que estou no cômodo até a porta do banheiro bater, causando um barulho e o espantando. Ele se vira rapidamente e olha para mim. No momento em que vejo os grandes olhos brancos sinto vontade de gritar, e quase faço isso.

Quase.

Faria se ele não tivesse sido rápido o suficiente e praticamente pulado na minha frente colocando sua mão em minha boca impedindo-me de gritar. A rapidez de seu movimento acabou causando um impulso que me fez andar para trás, até minhas costas baterem contra a parede, o que só me deixa mais nervosa.

Ele, que veio para trás junto a mim e continua com sua mão coberta por algum tipo de tecido em minha boca, me encara. Ver seus olhos brancos se moverem somente faz a vontade de gritar aumentar, porém não consigo, não somente pela sua mão em minha boca, mas também porque simplesmente travo. O que é irônico. Sempre pensamos que se alguma coisa desse tipo agiríamos rapidamente, seja gritando, correndo ou mesmo batendo no cara. Mas quando nos deparamos nesse tipo de situação simplesmente travamos.

Changes | Peter ParkerOnde histórias criam vida. Descubra agora