Born To Die

vinte e sete

Eren era tudo para Levi. Tudo mesmo. O moreno amava o castanho, amava ver como ele sorria, falava, existia. Mas amava principalmente os momentos em que Eren gemia seu nome quando estavam sozinhos fazendo sexo.
As roupas de ambos estavam jogadas pelo chão de camurça vermelho escuro do quarto de hotel, as latinhas vazias de cerveja amontoadas no criado mudo ao lado da cama e algumas espalhadas pelo chão. Os corpos de ambos os jovens suados pelo sexo recente, estavam nessa desde que voltaram para o quarto de hotel às duas e meia da manhã e naquele momento, o sol já poderia ser visto ao longe enquanto trazia consigo um novo dia.
- Eu quero fazer de novo - Eren murmurou com uma voz rouca de desejo e de sono, havia esperado tanto tempo por aquilo, e agora não queria mais parar, mesmo que seu corpo implorasse por um descanso.
- Como quiser - Levi sussurrou de forma rouca e cheia de desejo para o jovem. O moreno ia se mover, mas o jovem não permitiu.
- Eu.... - O tom avermelhado na face do jovem era facilmente vista tanto pela luz alaranjada do abajur quanto pela luz do sol que começava a entrar no quarto - Quero.... Sentado.
- ... - Levi tombou a cabeça para o lado, levemente divertido com a atitude do jovem - Como quiser - Disse e se ajeitou na cama.
Eren, de forma tímida, sentou no colo de Levi. O jovem sentiu o membro do mais velho penetra-lo de forma lenta e deliciosa. Acabou por soltar um gemido alto e morder o próprio lábio para tentar se conter. Eren enroscou seus braços ao redor do pescoço de Levi, o abraçando e o aproximando mais de seu corpo.
- Ah.... - O moreno soltou um gemido alto - Já fizemos isso tantas vezes hoje.... - Fez uma pausa e puxou o jovem para um beijo demorado - E mesmo assim você continua apertado e deliciosamente quente.
- Você adora dizer essas coisas - O jovem fez uma pausa quando sentiu o moreno abaixo de si se movimentar de forma leve, e escondeu o rosto no pescoço do mesmo - Quando.... Estamos fazendo.... Isso.... Ah.....
- ... - Levi percebeu que o jovem ainda não parecia confortável o suficiente para fazer sexo naquele posição, então, com um movimento rápido deixou o jovem deitado por baixo de si - É por que eu amo ver como você fica quando digo.... - Se movimentou dentro do garoto e o ouviu gemer seu nome.
Levi, com uma das mãos, segurou o rosto suado e fortemente avermelhado de Eren e o virou para si. Um sorriso surgiu em seu rosto e ele beijou o jovem, retirou a mão do rosto do jovem e segurou o pênis completamente ereto que o jovem possuía entre as pernas.
- L-Levi.... - Gemeu o nome do mais velho e suas mãos involuntariamente se dirigiram para as costas do moreno - Por.... Favor.... 
- Se acalme - Começou a masturbar o garoto enquanto retirava e reculocava seu próprio pênis dentro do jovem.
- Eu.... Ah... Eu vou.... - Mordeu o lábio com força e puxou um pouco mais Levi para si e sem querer, arranhou as costas do mesmo e ouviu o moreno gemer em prazer.
- Aguente - Não era um pedido simples a se fazer para um jovem com hormônios a flor da pele e prestes a ter o oitavo orgasmo antes das seis e meia da manhã. 
Mas Eren tentou segurar, tentou de todas as formas. Suas mãos se soltaram de Levi e se agarraram aos lençóis brancos sujos de gozo e suor de ambos, quando Levi o penetrou de forma forte e grosseira, o jovem não conseguiu segurar e acabou gozando e pode sentir o moreno gozar dentro de si logo em seguida.
Ambos arfavam de forma pesada, Levi tentava usar suas últimos forças para não cair contra o corpo do jovem embaixo de si, seus cabelos negros estavam - em sua maioria - grudados contra sua pele, sua mão estava sujo pelo gozo do jovem castanho, aos poucos saiu de dentro de Eren e ouviu um gemido alto do garoto.
- Levi.... - Eren murmurou sonolento.
- Shhh.... - O moreno soltou em um sussurro para o jovem e se deitou no cama e puxou o castanho contra seu corpo - Vamos.... Dormir - Sua voz se revelou sonolenta, seu copo já não aguentaria mais uma rodada de sexo antes de descansar longas horas.
- Cla.... - Eren soltou um longo bocejo e se agarrou ao corpo de Levi - Claro.

Quando os olhos de Levi finalmente se abriram, o relógio no criado mudo marcava duas e quarenta da tarde, finalmente era quatro de julho. Haviam se passado seis meses desde que havia conhecido Eren e havia menos de vinte e quatro horas que os dois estavam oficialmente juntos, em sua mente, Levi se humilhou por ter demorado tanto para fazer um simples pedido como aquele.
Definitivamente o quatro de julho era um dos dias favoritos de Eren - Além de ser feriado - Ao que aparentava as pessoas fingiam ficarem melhores e mais bondosas naquele dia, e isso já havia o ajudado em várias ocasiões quando estava em Jackssonville, como quando acabou ganhando um pote enorme de sorvete de uma velhinha após ajudá-la com as várias sacolas de comprar que a mesma carregava consigo, obviamente, o jovem acabou dividindo o sorvete com seus amigos.
- Boa tarde... - Disse a voz quase sonolenta de Levi, Eren abriu os olhos, mesmo que já estivesse acordado a um bom tempo - Já quanto tempo está acordado?
- Boa tarde.... - O jovem sorriu de forma boba para o mais velho - A algum tempo, mas estava tão bom que eu.... Decidi tentar voltar a dormir.
- Esperto - Levi afastou o garoto e se sentou na cama, se esoreguiçando logo em seguida - Precisamos de um banho.
- Com certeza - Eren sorriu de forma nova ao se lembrar do porquê precisava de um banho.
Após o banho tomado e já trocados, os jovens decidiram ir atrás de algo para comer, o que não seria fácil de achar já que a maioria da lojas iriam com certeza estar fechadas.
O final de tarde - Apesar de extremamente quente - trazia consigo uma leve brisa fria e refrescante.
- Onde vamos depois daqui? - Eren perguntou enquanto andava lado a lado com Levi.
- Não sei.... Acho que seria melhor voltarmos - Deu de ombros e finalmente pode avistar um restaurante aberto.
- Voltarmos? .... Tipo, voltar para casa? - Eren perguntou um pouco apreensivo.
- Sim - Levi deu de ombros e entraram no restaurante visivelmente pequeno, mas mesmo assim, aconchegante - Eu tenho trabalhos para fazer.
- Ah sim... - Eren soou triste e revirou os olhos, mesmo tendo tentado ao máximo soar normal - Trabalho.
- Não comece - Alertou o moreno quando se sentaram em uma das mesas próximas a saída - Por favor Eren, não comece essa discução aqui.
- Por que não? - O jovem se atreveu a perguntar - Por que algum policial vai sair do esgoto e resolver ouvir nossa conversa? Ah me poupe.
- Não, se quiserem escutar que escutem - Afirmou Levi e pegou o menu em cima da mesa e começou a olhar as opções - Não quero conversar sobre isso aqui, por que estamos de "férias", estamos em Miami e hoje é quatro de julho.... 
- Eu não ligo - Cruzou os braços, no fundo ele não queria falar sobre aquele assunto tão cedo, mas por alguma razão seu orgulho estava mostrando as caras de forma teimosa e se recusava a ir embora - Eu realmente não ligo, quando vai parar de fazer esses trabalhos Levi? É realmente perigoso! E quase custou minha vida!
- Eu vou parar quando tiver dinheiro o suficiente para ir embora! E acha que eu não sei que isso pode custar sua vida? - Fez uma rápida pausa e deixou o menu recair sobre a mesa de madeira escura - Pelo amor de deus Eren! Eu perdi a cabeça quando soube que haviam pego você! E se.... Se tivessem matado você eu mal sei o que faria.
- .... - Eren deu de ombros em derrota parcial, iria voltar a falar sobre o assunto uma outra hora - Me desculpe.
- Não diga coisas que não são verdade, você só está pedindo desculpas para encerrar o assunto por enquanto - Um garçom se aproximou de ambos.
O almoço dos jovens foi demorado e silencioso, Eren estava bravo e Levi estava decepcionado, sempre pensou que já estavam conversados sobre o assunto em questão, mas pelo visto o ponto final havia sido apenas uma vírgula e agora era hora de continuar as palavras até o final da folha ou do capítulo.

Mikasa havia dormido na casa de Annie, para ser mais exata, na cama juntamente com a jovem, agora considerada uma azulada.
A morena observava seu reflexo no espelho embaçado do banheiro de Annie, os cabelos negros estavam mais longos do que ela gostava e as manchas escuras debaixo de seus belos olhos estavam começando a desaparecer, Mikasa não havia dado nenhuma olhada em seu celular o que significava que não sabia se o primo havia respondido sua mensagem ou não.
Secou o rosto com a toalha que havia recebido da mãe de Annie e saiu do banheiro, encontrando um quarto vazio. Vestiu uma roupa que a azulada havia a emprestado e começou a descer as escadas para o andar de baixo, mas acabou por parar quando começou a ouvir as conversar que vinham da sala.
- Annie, sua amiga não deve estar com problemas? Ela está demorando - A morena, mãe de Annie, duas para a filha enquanto fazia alguma coisa, Mikasa tentou decifrar o que a mulher fazia, mas sem ver era impossível.
- Ela está bem - Afirmou Annie - Ela só precisa de tempo.
- Filha.... Sabe que ela não vai ficar para sempre aqui - Avisou a mulher e Mikasa ouviu um forte estralho, ao que parecia, estavam fazendo a limpeza da sala.
- Eu sei... - Annie pareceu triste, mas sabia que era a verdade - O que acha do caso dela? Sei que trabalhou alguns anos com um advogado.
- Bem.... - A televisão foi desligada - Ela ficar com a tia é algo correto, mas não acho que a justiça vai deixar uma idosa cuidar dela por muito tempo.
- O que quer dizer com isso?
- Quero dizer que talvez.... Provavelmente, mas é raro, ela acabe ficando com o primo - Mikasa ficou em choque. Ter que viver com o primo até maior idade? Já era pedir demais dela. Com certeza, mas ela não negava que poderia ser interessante. 
- O primo dela é um drogado - Annie esbravejou e estranhamente, a jovem morena sentiu vontade de defender Levi.
- Não importa Annie, aos olhos da lei não há nada que prove isso - A mulher fez uma pausa - E por que está tão brava assim? Cruzes.
- O primo dela é um louco que quer ir para Los Angeles - A jovem disse em um tom baixo, mas mesmo assim Mikasa pode ouvir.
- Bem.... Se a justiça joga-la para o primo... Não há nada que impeça que ele a leve junto.
Mikasa resolveu parar de ouvir sobre aquele assunto estranho e terminou de descer a escadaria, e entrou na sala.
- Bom dia! - Annie se levantou do chão em um pulo e abraçou a morena.
- Bom dia - Mikasa fingiu um sorriso, havia aprendido com a tia aquele sorriso extremamente falso que se parecia tanto com um verdadeiro - Sra. Leonhart.
- Me chama de Alice por favor - A morena disse e Mikasa concordou com a cabeça - Eu vou preparar o café da manhã para você.
- Não precisa... - Mikasa deu de ombros - Eu preciso voltar para a casa da minha tia o mais rápido possível, tenho que dar comida para o gato dela.
- Sua tia tem um gato? - Annie perguntou se afastando um pouco da morena.
- Por incrível que pareça sim... Minha tia o chama pelo nome do falecido marido - Fez uma breve pausa - Ela diz que são iguais, mas nunca vi a semelhança.
- Adoro gatos! - A azulada disse de forma alegre.
- Vai adorar conhecê-lo então - A morena sorriu para a azulada.
Se a mãe de Mikasa a visse mentindo tanto como a morena estava fazendo, iria ficar furiosa e com certeza a colocaria de cestinho por semanas!
Mas a mãe dela não estava ali para fazer isso, o que significava que suas mentiras iriam continuar para que sempre salvassem sua pele.