Born To Die

trinta e três

Antes que leia. Quero que saiba que pessoas estão sempre a seu lado para ajudar e que você não precisa ter vergonha de pedir ajuda. Coloquei esse pequeno aviso por conta do título do capítulo, espero que entendam. E por favor, não tire sua própria vida, você é importante do seu jeitinho 😊.

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O homem caminhou de forma lenta e calma até a calçada, Levi tentou de toda forma possível não ser percebido pelo homem, mas era difícil com o cigarro aceso, desistiu da ideia de se fundir em meio a escuridão e se levantou, soltou o cigarro no chão e o deixou apagar-se por si mesmo. Grisha olhou o jovem moreno sem surpresa, provavelmente já sabia que a mulher estava cuidado do jovem recém-desabrigado.
- Vejo que ainda está por aqui - O homem disse em um tom amargo e Levi deu de ombros em puro tédio, já havia se acostumado demais com palavras para aquelas o afetarem.
- Sim, vou embora em meados de dezembro - Avisou ao homem que o olhava de forma fria, não era atoa, Grisha acabou sabendo sobre Levi quando o velho pastor Nick foi brutalmente assassinado a não muito tempo atrás.
- Espero que vá antes, não quero ver você muito tempo perto da minha família - O homem disse voltando a andar para a porta principal da casa.
- Família qual você abandonou por meses - O moreno disse e se sentou no capô do carro.
- Você - Apontou brevemente um dedo para o jovem que permanecia impassível - não ouse se meter nisso - Alertou e abriu a porta da casa.
O moreno pegou o celular em seu bolso e andou uma rápida mensagem para Carla, dizendo-lhe que iria comprar algumas garrafas de bebida, obviamente era uma mentira, o jovem queria apenas ficar longe daquela casa por um tempo, todas aquelas pessoas já o incomodavam em um nível algo, mas a chegada repentina de Grisha com certeza iria fazer com que ele perdesse a cabeça.
Entrou em seu carro e o ligou, o motor rugiu em concordância e ambos se afastaram da casa, a casa qual começaram a chamar de lar.

Eren se divertia distraído com os amigos e Carla olhava de forma questionadora para a tela do celular, mais precisamente a mensagem que Levi havia a mandado a poucos segundos, por que não havia mandado para Eren? 
Logo sua pergunta foi respondida, Grisha entra pela porta de madeira e todos na festa se silenciam e o único som acabou sendo o da música ao fundo.
- Grisha? - Carla imediatamente compreendeu o porquê de Levi ter ido, ou melhor, fugido com a desculpa de que iria comprar mais bebidas. Ela deixou o celular em cima da estante e caminhou até o marido - O que faz aqui?
- É aniversário do meu filho, obviamente eu viria - O homem disse como se fosse algo óbvio o suficiente para a mulher entender.
- Você não faria falta - A voz de Eren pode ser ouvida, ele andou para longe de seus amigos e para próximo de seus pais que se encaravam frente a frente.
- Quando aprendeu a responder os mais velhos? - O homem se irritou. A única semelhança entre ambos eram os olhos e os cabelos castanhos, mesmo que os de Eren fossem um pouco mais escuros, mas naquele momento ambos se pareciam muito mais, a faísca de pura fúria nos olhos de ambos e o jeito que se entre olhavam, era intimidador. Carla, enquanto observava os dois, desejou que Levi estivesse ali para separar uma possível briga, a mulher olhou para Mikasa e fez um rápido sinal, para a sorte da mulher a garota entendeu o recado e começou a ligar para a polícia.
- No mesmo segundo que você nos abandonou - O jovem soltou em um rosnado, queria o pai longe dali a qualquer custo.
- Ah pelo amor de deus Eren, você está com dezoito anos, já deveria ter superado esse assunto - O homem deu de ombros - De qualquer forma, vim lhe dar parabéns.
- Não precisava nem ao menos ter se dado ao trabalho para vir - Soou frio e inclinou para a porta por onde o homem havia entrado a alguns minutos - Vai embora.
- Para de ser uma criancinha mimada e vai foder algumas meninas - Começou a mexer nos bolsos de seu blazer atrás de algumas notas que havia acabado deixando em um dos bolsos, o sangue do jovem castanho ferveu em raiva.
- Você é tão estupido! - O jovem esbravejou e empurrou o pai, o homem desequilibrou e olhou o jovem com raiva - Por Deus homem! Eu sou completamente gay.
Silêncio e a doce voz de Dorothy cantando Raise Hell. Os amigos do jovem se entre olhavam, sabendo muito bem o que sairia dali. Carla deu alguns passos para trás.
- Eu criei um homem não um viadinho de merda! - O homem empurrou o garoto que caiu contra o chão de mármore. 
Eren se levantou e agarrou o pai o levando ao chão, dando socos aleatórios no corpo do homem. Grisha empurrou o garoto para longe de si e Eren rolou no mármore frio e o homem começou a lhe dar chutes no rosto e na barriga, Carla interveio e puxou Grisha para longe de Eren, o garoto não perdeu a chance e se levantou e cambaleando pegou um dos copos de vidro, o homem empurrou a mulher que acabou batendo as costas contra um dos pilares da enorme sala, Eren arremessou o copo que acertou em cheio o rosto do pai e se quebrou, o sangue começou a descer pelo rosto do homem. Grisha se aproximou de Eren e o chutou, o jovem caiu de joelhos, o homem pegou uma das cadeiras de madeiras e quase acertou Eren que, por sorte rolou pelo mármore e se salvou. Sirenes podiam ser ouvidas se aproximando de forma rápida, obviamente os dois não poderiam ouvir já que estavam ocupados demais tentando se matar, os oficiais entram e dois algemam Eren e outros dois algemam Grisha e levam ambos para fora.
Os vizinhos saem de suas casa para saber o que acontecia. O corpo de Grisha é prensado contra uma das duas viaturas enquanto o de Eren é prensado na outra.
- Eu não criei você pra ser assim! - O homem gritou tentando se soltar.
- Aham! Não mesmo! - Ironizou Eren em um tom alto o suficiente para o homem ouvir - Você nem mesmo me criou! E adivinha papai, Levi e eu estamos juntos! E temos fodido todo esse tempo! E adivinha só? Eu fico por baixo e eu amo demais isso! - Exclamou quase se soltando do policial.
Todos observavam a cena incrédulos com as afirmações do jovem castanho, tudo bem, casais tinham sexo constante, mas nunca pensaram que Eren pensava nessas coisas tão jovem, especialmente Carla, a boca da mulher formava um completo e quase perfeito "O".
- Entra aí! - O policial gritou para Grisha e o empurrou para dentro da viatura. Eren cuspiu sangue contra o gramado recém cortado e ouviu suas algemas serem abertas.
- Eu realmente não quero um BO comigo hoje, meu marido está me esperando - Disse o policial que a alguns segundos segurava o jovem - Se cuida jovem, não quero ter que voltar aqui.
Eren passou as mãos pelos pulsos e mais uma vez, cuspiu sangue no gramado.  Os policiais entraram em suas viaturas sem dizer mais nada e levaram Grisha junto a eles, o jovem deixou com que seu corpo caísse contra a grama - Onde não havia cuspido sangue - E deixou com que seu corpo relaxasse momentaneamente e junto com a calmaria veio a imensa dor, sua mãe correu até ele.
- Eren! Eren amor você está bem? - Ela perguntou segurando o rosto do filho com firmeza entre as mãos, Eren estava com um belo olho roxo e vários cortes pelos braços e um corte no rosto e a boca suja pelo sangue.
- Estou.... Sim - Tossiu algumas vezes e cuspiu sangue mais uma vez no gramado.
- Eu vou levar você pro hospital - Ela o ajudou a se levantar.
- Não mãe, eu vou ficar bem, só preciso de alguns curativos - Ele riu fraco olhando o olhar preocupado da mãe.
- Você é igualzinho ao Levi - Ela deu de ombros com uma face brava, queria ver se algo havia se quebrado dentro do filho por conta dos socos e chutes que o jovem havia recebido, mas no fundo ela sabia que o filho iria ficar bem.
- Eu sei, acho que é por isso que estamos juntos afinal de contas - Ele sorriu, um sorriso ensanguentado.
- Vai lavar essa boca - Ela o soltou tendo certeza de que ele conseguiria se manter em pé.
Não demorou muito até que Levi voltasse para a casa, com a cabeça fria e levemente bêbado, com certeza havia arriscado dirigir alcoolizado. Jogou o resto do cigarro que fumou durante o trajeto pela janela, estacionou o carro em frente a casa do castanho, quando saiu do carro e o trancou em seguida, andou poucos passos até perceber o sangue no chão, ele correu para dentro da casa e viu todos conversando de forma silenciosa, como se fosse um segredo de estado.
- Ok.... Sangue, o que aconteceu? - O moreno perguntou e olhou para a prima - Sorte grande, você responde.
- Grisha e Eren tiveram uma briga - Ela resume e acaba dando de ombros - Por sorte a polícia chegou rápido e o levou?
- A polícia levou o pirralho? - Se assustou com a informação mal dada.
- Não Grisha - Armin explicou e Levi soltou um longo suspiro temporário de alívio, sabia que não demoraria muito tempo para que o homem fosse solto, afinal, era quase do mesmo "ramo" que ele.
- Graças a Deus - Soltou um riso abafado - Me livrei daquele verme.
- Que? - Carla entra na sala com alguns salgados dentro de uma bandeja grande de metal luminoso - Chamou meu marido de verme.
- Chamei - Levi permaneceu firme em seu xingamento, ele dificilmente voltaria atrás.
- Boa - Ela disse e sorriu colocando a bandeja em cima da mesinha de centro - Mas eu prefiro outros xingamento, mas estou no trabalho de mãe hoje, não posso dizer esse tipo de coisa.
- Mãe, você fala sempre essas coisas - Eren adentra a sala com um saco de gelo em mãos e belos machucados pelo corpo e principalmente um enorme olho roxo.
- Caralho, vocês realmente são iguais - Carla gargalhou ao ver que ambos estavam com olhos roxos, apesar do de Levi estar estranhamente melhor do que pela manhã.
- Deixa disso - Eren disse e se aproximou cuidadosamente de Levi, o moreno o avaliava com cuidado, alguns cortes próximos ao olho ainda insistiam em sangrar, mesmo que fosse em uma quantidade menor do que quando foram feitos.
- Você realmente atraí problemas - O moreno disse em um sussurro, pegou o gelo das mãos do jovem e depositou com cuidado sobre o olho do mesmo que gemeu levemente em dor - Acredite em mim, eu sei que dói.
- Como conseguiu o seu? - Perguntou. Ambos estavam ignorando completamente o público sentados no sofá que mal se importavam, estavam mais interessados nas comidas e nas bebidas em cima de mesinha de centro.
- Eu tive um trabalho na noite de ontem, próximo a fronteira com o condado de cima - Abaixou o tom de voz, os outros não poderiam saber, pessoas demais já sabiam sobre seu trabalho - O pagamento não foi como planejado e queriam que eu fizesse um segundo trabalho para conseguir o resto, obviamente eu me irritei, se fosse qualquer outro dia eu aceitaria numa boa.
- E por que não aceitou? - Um mínimo sorriso começou a surgir no rosto do garoto.
- Por que hoje é seu aniversário, eu me odiaria se faltasse - Eren sentiu suas bochechas corarem forte e segurou a mão de Levi que ainda segurava o saco de gelo, de forma calma, afastou de seu rosto e puxou o moreno para um longo selinho.
- Eu amo você - Sussurou com um sorriso tímido em seu rosto.
- Você é mesmo um pirralho - Levi riu e deu um rápido selinho no jovem.
- Já estou enrolando demais.... - Eren soltou após alguns segundos em silêncio, olhou para o moreno de forma calma - Levi... Assim.... Vai ter o baile de formatura - A atenção foi voltada para ambos, e o silêncio pairou mais uma vez, mesmo que ambos não conseguissem perceber. 
- Diz logo, já estou com uma resposta - Levi tinha uma feição neutra, o que fez com que Eren ficasse ainda mais nervoso com o ato que estava prestes a fazer.
- Então.... Eu.... Queria que... Você, fosse comigo - O jovem desviou o olhar envergonhado que possuía, sentia suas bochechas mais vermelhas como jamais havia sentido antes - E então? Você aceita?
- Eren, bailes de formatura são um suicídio social - O moreno sussurou - Mas com você eu topo - Um sorriso iluminou o rosto do jovem, que abraçou Levi.
- Arg - Se soltou do moreno ao sentir a dor que havia se instalado recentemente em seu corpo.
- Você realmente não tem limites! - O moreno deu de ombros com um sorriso bobo em seu rosto, jamais havia pensado que Eren pudesse ser tão infantil, mas internamente admitia adorar o jeito do jovem.