Capítulo 1

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Tracy

Meu tio Clark me disse que sonhos são feitos para corrermos atrás, não importa a distância e o quão difícil seja, bom sou uma garota de sonhos e movida a vontade de concretizar cada um deles, mas sabe qual é o maior, arte, e é por isso que acabo de desembarcar num País completamente estranho para mim, Alemanha, estou puxando minha mala no aeroporto de Munique, tentando localizar alguém com o meu nome numa daquelas plaquinhas, arrasto minha mala apressada e examinando em volta até que localizo um homem de no máximo uns 46 anos está uniformizado, todo de preto e usa um daqueles chapéus engraçados, mas meu nome está na placa que ele segura então presumo que esse seja o motorista.
Meu tio foi a pessoa que me criou logo depois que meus pais morreram, não costumo falar sobre isso porque me trazem "flashes" daquele dia e tudo que quero é esquece lo, estou nesse País e prestes a seguir com esse homem que nunca vi, para uma mansão que nunca vi, para trabalhar para um homem que nunca vi, bom a única coisa que sei é que meu tio era muito amigo dos pais dele então deve ser alguém decente, assim espero.
Me aproximo do homem e torço para ele falar inglês.

— Ah? oi, sou a Tracy Miller.

Ele examina meu rosto.

— Senhorita Miller, sou Frank, sou o motorista do senhor Heidmann.

Graças a Deus! Ele fala inglês.

— Prazer, Frank.

Frank me ajuda com as malas e caminhamo, até parar de frente para um carro todo e muito luxuoso, não entendo de carro, mas deve ser bem caro e com certeza pagaria meu curso todo.
Frank põe as malas no bagageiro e eu entro, me acomodo no banco, Frank dá partida, fico observando o trajeto, estamos no verão, então as ruas estavam coloridas com suas folhas, tive sorte de chegar no verão, dizem que o inverno em Munique é cinza e muito frio, bom sou uma garota do sol, uma garota da Califórnia, fico olhando tudo e imaginando uma linda tela, o Bairro também me parecia aqueles pintados em Telas expostas em museus, olho para frente e pergunto a Frank.

— Que bairro é esse?

Ele olha pelo retrovisor.

— Schwabing, senhorita.

É lindo, penso em minha mãe e no quanto ela amaria essa vista, além dos cabelos ruivos e olhos azuis eu herdei a paixão pela arte assim como minha mãe tinha, já faz 16 anos que eles morreram e na época não entendia, porque só eu, sai daquele acidente horrível, as únicas coisas que ficaram foi uma cicatriz na lateral do meu corpo e termina próxima a minha virilha, não é uma coisa bonita de se vê, mas pelo menos, posso esconder -la por baixo das roupas.
A dor que sinto toda vez que lembro dos meus pais mortos a minha frente, essa eu não consigo e nem nunca vou conseguir.
A arte foi a única coisa que me trouxe de volta a vida, ela me salvou de entrar numa depressão, isso e o apoio de meu tio, sem ele eu estaria perdida.
O carro começa a se aproximar de um grande portão de metal, observo enquanto se abre sozinho, é um belo portão, atravessamos e Frank dirige por mais uns dez minutos, nossa, que exagero, penso.
Quando o carro finalmente vira a curva fico de queixo caído, minha nossa essa casa parece aqueles castelos, saído dos filmes de Harry Potter.
Olho tudo a minha volta e vejo que apesar de ser distante de tudo o lugar tem uma área verde enorme e muitas espécies de flores, mas são as rosas que me encantam, nunca tinha visto rosa azul na minha vida, claro que pensei, que poderia existir em algum lugar, mas nunca passou por minha cabeça que aqui nesse lugar, tão distante eu estaria assim tão próxima dessa beleza, há várias cores, mas a que se destaca é azul.
O carro para próximo a enorme entrada da casa, há alguns degraus que levam até a enorme porta da frente, fico imaginando quantos empregados são necessários para manter tudo isso limpo, as janelas além de serem enormes há muitas em torno da gigante mansão.
Desço do carro com meu vestido branco e cardigã azul, eu sei nada de super extravagante, mas ao contrário das outras garotas eu não perdi muito meu tempo investindo em moda e aqueles acessórios todos que minha amiga Penny, pira quando vê, eu sou mais um bom livro e se puder economizar numa dessas feirinhas eu topo, até minha mala parece saída de mil novecentos e bolinha, na vida temos que fazer escolhas e algumas escolhas necessitam de sacrifícios da sua parte, a minha foi me dar menos luxo e investir nos estudos, a arte está dentro da minha alma e quando pinto uma tela eu divido esse sonho como todos que podem vê-la.
Frank me ajuda com a mala e subimos os degraus da grande casa, estou curiosa e tento descobri informações importantes sobre meu novo patrão.
.— Então Frank, me diz com o que vou lidar aqui, estou em desvantagem em muita coisa.

A Fera ( Esse Livro, Poderá Ser Retirado Em Breve, Então Aproveitem)Onde histórias criam vida. Descubra agora