A Fera ( Esse Livro, Poderá Ser Retirado Em Breve, Então Aproveitem)

Capítulo 6

Klaus.....

Porra nenhuma, que aquela peste iria continuar trabalhando para mim, sei que Clarck é tio dela e amigo da família, mas isso não dava o direito dela me enfrentar, aquilo foi corajoso pra caralho, mesmo sendo estúpido da parte dela, mas o que esta me deixando irritado demais, são as palavras que ela soltou em cima de mim, como alguém como uma garota birrenta, podia saber ou entender de dor, da minha dor, quando permiti, que ela viesse não foi só um favor, não quis saber nada da sobrinha de meu amigo, quem ela pensava que era, para entender de sofrimento, ela não faz ideia do que é perder alguém que se ama, eu não permitiria que uma peste de vinte quatro anos, me julgasse eu já tinha bastante gente, para fazer isso.

Arremesso o copo, com o restante da bebida na parede e grunho com amargura, eu sei que sou um péssimo pai, sei que Rose me reprovaria, mas eu não consigo, e agora saber que minha filha não tinha amigos, aquilo era mais uma das merdas, que eu era responsável, arruinei a vida da mãe dela, agora estava fazendo igual com a filha, merda a nossa filha, cada vez que recordava do tom insolente daquela garota, me sentia pior, porque, no fundo, ela tinha razão, todos tinham razão.

Fecho os olhos, enquanto encosto a cabeça na poltrona e respiro fundo, já bebi demais por hoje, amanhã ainda é terça-feira. Me levanto e sigo em direção ao meu quarto, como ontem minhas pernas parecem que ganharam vida própria, porque param exatamente na porta dela, encosto meu ouvido na porta e ouço aquele som que me invade por dentro, eu podia não ter coração ou sentimentos, mas ela tinha, porque conseguia ouvir seus soluços abafados pelo travesseiro.

A voz de Crystal, me chama a atenção, ela está parada na frente da porta de seu quarto, sua testa está franzida, a expressão triste e derrotada, será que era sempre assim que minha filha se sentia, encaro seus olhinhos cheios de preocupação, ela põe um pé na frente do outro, mas continua ali parada me encarando, em outras relações de pai e filhos, eles corriam para abraçar seu pai e dar boa noite, mas a minha filha só mantém a distância, parece ter medo de mim.

Merda fiz isso, ela se cansa de ficar ali, então antes de se virar e voltar para o quarto, diz sem nenhuma emoção na voz.

— Boa noite...

E se vai, era tarde demais, eu não sabia fazer isso, não consegui antes e agora eu não conseguiria mais, fecho os olhos e escuto um último soluço de Tracy, continuo meu caminho até esta seguro no meu quarto, era isso que eu despertava nas pessoas agora, medo, dor e decepção.

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Acordo, com uma merda de ressaca, mas pela primeira vez não tem nada a ver com a bebida e sim com as palavras, que aquela garota jogou na minha cara e os olhos de Crystal, não conseguia esquecer a confusão dentro deles.

Acabo de descer as escadas e escuto o som de risada, mas, não de qualquer uma, é dela, como ela conseguia se afogar em lágrimas e no outro dia acordar sorrindo, aquilo era Irritante. Como sempre, só foi eu aparecer na cozinha e todos ficavam em silêncio, esse era o efeito que eu causava nas pessoas, eu tirava a alegria delas, como da outra vez, Tracy não olha para mim, me ignora completamente, minha filha fica de cabeça baixa e pensativa, Marie já voltou sua atenção para a pia, e Frank esta esperando, que todos estejam prontos para seguirem viagem.

No carro, não há diferença, o silêncio permanece, mas hoje Tracy está distraída, segurando uma pasta e folheando alguns desenhos, que eram ótimos, observo o brilho em seus olhos a cada folha que ela vira, até sorrir, ela sorriu, e aquilo não deveria ser lindo, mas foi, parecia um sorriso de paz, eu já tinha visto esse sorriso muitas vezes, em Rose, a minha Roseline, balanço a cabeça para afastar esses pensamentos, ela não era como minha, Rose de jeito, nenhum, Rose era doce e amava a natureza, não tinha nada que deixasse para baixo, era linda com aqueles cabelos loiros, de um dourado intenso, e seus lindos olhos azuis pareciam piscinas, agora Tracy, era intensa e misteriosa, seus cabelos eram da cor do fogo, combinavam com seu jeito audacioso, seus olhos eram de um azul que pareciam violetas às vezes, e era linda.

Mas, que merda eu estava fazendo, quando tive tempo de analisar essa garota irritante, ela não passava de uma peste, como se lesse meus pensamentos, seus enormes olhos azuis estavam me encarando, pela primeira vez, tive vontade de ficar encarando ela, até que suas bochechas coram e ela desvia seu olhar, ela corou, suas maçãs do rosto estavam ardentes.

Quando chego a empresa, vou direto para meu escritório, o que para minha surpresa, não esta, sozinho, Jordan meu amigo de faculdade, esta aqui me esperando, fizemos faculdade todos juntos, mas Jordan assim com Rose, seguiram escolhas diferentes da minha, ele amava arte e agora tinha sua própria escola.

— Jordan???

— Bom, eu tenho que vim até aqui, se quiser ver meu amigo, porque para ele, não faz diferença se somos amigos.

Quando me afastei, decidi deixar de lado, tudo que me lembrava o que perdi, isso, incluía os meus amigos que também eram amigos de Rose, mas esse, cara aqui na frente, nunca desistiu de mim, acho, que foi o único.

— Estou muito ocupado, cara, sabe como é esse serviço aqui.

— Não, na verdade, não sei, porque nunca tivemos a oportunidade de falar sobre isso, tomando uma bebida como amigos de verdade fazem.

Esse discurso, nunca deixa de ser irritante, mesmo sendo verdade.

— Bom, só passei para dá, um oi e ver se você voltou a vida, mas você continua nesse modo robótico, então vou indo, hoje tenho uma aluna nova, americana e muito linda.

Ergo meus olhos, americana, arte, por algum motivo meus pensamentos foram até Tracy, e aqueles desenhos que ela estava segurando com tanto Cuidado, quando Jordan esta perto da porta, realizo uma coisa que há anos não fazia.

— Espere?

Ele me olha, surpreso.

— Ora, temos um progresso.

Ele cruza seus braços e fica aguardando, mas eu também não faço ideia, por que o chamei?

— Foi o que pensei, até Klaus e manda um abraço para Crystal.

Então, se vai me deixando ali, aquilo era mais difícil do que pensei, eu simplesmente não sabia como agir com as pessoas.

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Quando o fim do dia chegou, estava novamente no carro indo para casa, quando o carro estava virando a curva avisto Tracy, correndo atrás de Crystal, foi quando percebi, ela podia ser uma peste atraente e irritante, mas fazia minha filha sorrir, algo que eu não conseguia, Crystal esta correndo segurando uma folha na mão, enquanto Tracy ri, e corre balançando aqueles cabelos, contendo um laço preto neles. Desço do carro e Tracy vem correndo, ainda não me vê parado ali, quando seus olhos encontram os meus, seu sorriso se desfaz.

Ótimo, era isso que eu era, desfazia a alegria das pessoas, de repente me senti com raiva, apresso o passo e entro, sem olhar para trás, não precisava sentir os olhos de medo em cima de mim, sei que gritei e quase fui para cima dela, mas não da maneira como ela estava pensando, eu só queria calar aquela maldita boca. Entro no meu escritório e vou atrás de um copo de uísque, eu sei, covarde é isso que sou dentro da minha própria casa. Deixo a bebida queimar, enquanto desce por minha garganta, quando me acalmo, vou para meu quarto, assim que vejo a foto de Rose tenho um novo ataque de fúria, ainda a culpo por ser egoísta e escolhido me deixar aqui, com esse sofrimento de merda, não me resta nada senão beber, bebo até esvaziar a garrafa que esta ao lado, da cama grande e solitária, às vezes, sinto tanta saudade que tenho vontade de queimar essa cama, faz cinco anos que a perdi e faz cinco anos que não toco em uma mulher, estava perto de fazer seis, aquilo estava me matando, mas só conseguia pensar nela, Tracy... merda eu quis dizer Rose, então, porque pensei naquela peste irritante, era a bebida, eu já tinha bebido muito, arremesso a garrafa na parede, mas acabo me cortando quando resolvo pegar os cacos, merda de garrafa. Caminho até o banheiro em busca de algo para parar o sangramento, mas não encontro nada, me levanto e abro a porta, para ira até o escritório, mas paro quando dois olhos azuis e cabelos de fogo me olham, de meu rosto a minha mão sangrando.