Tracy....
"Ela é a babá da minha filha", as palavras ecoaram em minha cabeça, me dando um soco de realidade, a morena a minha frente parece uma personagem, daqueles livros eróticos, e o que parece tem um certo efeito sobre Klaus, porque seus olhos não pararam de encará-la desde que chegou e agora fui lembrada, quem sou nessa história, o que eu estava fazendo ali no meio daquelas pessoas, que não faziam parte do meu mundo, pior eu não fazia parte do mundo deles, nem desse homem, que horas antes estava derretido sobre mim.
Continuo remoendo a mágoa, tentando controlar as lágrimas quando a morena o puxa para longe de mim, fico ali observando ele se afastar, enquanto minha boca fica seca e a garganta se aperta.
Sinto os passos de alguém, se aproximando de mim e ouço quando ele fala.— Você tá bem ruiva?
É Valentin o irmão de Klaus.
— Não, eu nem sei porque vim, sabe.
Ele sorri para mim.
— Sabe, sim, mas suponho que se arrependeu depois que meu irmão bancou o idiota.
— Ele só me lembrou que sou a empregada dele, Valentin.
— Vem, vamos dar uma volta, serei seu anfitrião.
Sorrio com sua simpatia.
— Não quero atrapalhar sua diversão.
— Não esquenta, acho, que um passeio com a garota mais gata da festa é melhor do que encher a cara.
Olho em direção a Klaus, que esta, distraído com a morena.
— Quer saber, vamos.
Valentin e eu, caminhamos por uma trilha de pedras até chegarmos a um balanço próximo ao lago, a noite esta clara e iluminada pela lua, como meu bom humor se foi sou surpreendida por Valentin, quando ele me diz que viu Klaus saindo do meu quarto, a primeira lágrima corre pelo meu rosto.
— Ele deveria ter me apresentado, olha essa é a babá da minha filha, que como escondido dos outros.
Valentin limpa meu rosto com os dedos e se senta ao meu lado.
— Foi muito cretino da parte dele, mas meu irmão já mudou muito desde Rose, e eu vi como ele fica perto de você.
— Ele não pode amar ninguém, porque enterrou seu coração com Rose.
— Eu não acredito nisso, sei que ele amou Rose, mas ele se nega a gostar de alguém, mas Tracy, o coração ninguém controla.
Solto uma risada amarga.
— Ah! Acredite, seu irmão consegue, eu é que fui uma idiota me iludindo.
Solto um soluço.
— Eu me apaixonei, por ele.
— Isso é óbvio.
— Mas para seu irmão, não.
Valentin me olha, alisando o queixo.
— Então vamos nos divertir, que tal esquecermos o tolo do meu irmão e bebermos um pouco.
Penso e chego a conclusão de que sou nova, tem pessoas legais aqui, uma esta ao meu lado e se importa comigo, sorrio e me levanto.
— Vamos, ainda não provei a cerveja alemã.
— Isso mesmo e amanhã você precisa, já ser uma especialista na hora da feira.
Voltamos os dois sorrindo e encontramos Petrus, Ayla e Aisha, mas Klaus não esta por perto, novidade.
— Klaus, estava procurando vocês?
— Ele deixou Tracy sozinha e eu fui fazer um passeio com ela.
— Estou avisando você Valentin, porque nosso irmão parecia um cão raivoso.
Penso comigo mesma, o cão raivoso perdeu seu osso por alguns minutos, acho, que pensou que outro pudesse ter encontrado e estava roendo, reviro os olhos mentalmente.
— Então, cerveja?
Todos me olham e sorriem, Petrus o primeiro a me oferecer e fazer todo um discurso sobre a bebida, aparentemente a bebida era algo muito importante para todos ali.
Já estou no meu terceiro copo e já me sinto alegre, todos começam a dançar e eu sigo o ritmo, o álcool tem um efeito interessante sobre as pessoas e em mim aliviou a mágoa que estava sentindo de Klaus, isso até eu me virar rindo e da de cara com seus olhos inquisidores.
Ah! Nem vem, seu rabugento, você sumiu e me deixou aqui sozinha, então dane-se.— Você bebeu?
Faço careta e sorrio na cara dele.
— Be...bi...
Ele olha em direção a Valentin e seus olhos estão cheios de ameaças, mas não deixarei que ele deixe seu ar arrogante, para disputar poder com seu irmão.
— Por que deixaram que ela bebesse?
— Ela é adulta Klaus, e dona de si e pelo que vi aqui, não precisa pedir sua aprovação para nada.
Toma, seu idiota de merda.
— Eu disse para ficarem, longe dela.
Valentin esta de pé encarando o irmão.
— Qual é o seu problema, foi você que deixou ela sozinha.
Os dois ainda estão se encarando, quando minha cabeça começa a girar, eu precisava me afastar dali, eu estava me enganando, foi tudo uma péssima ideia, agora vendo Klaus sendo um cretino com seu irmão me deixa péssima, aproveito que todos estão distraídos tentando acalmar os dois e saio dali, não faço a mínima ideia de onde ir, mas sigo o caminho de pedras ainda tonta, talvez beber não foi uma boa ideia, olho em volta e já não vejo a fogueira e nem ouço vozes, não sei por quanto tempo andei, até esta na estrada que da para saída.
Tentar andar no meio de uma rua que você não conhece e com a visão embaçada, sem contar minhas pernas, que parecem estarem indo em direção contrária.
Estou caminhando e só agora deixo a dor me atingir, as lágrimas rolam e estou me sufocando em meu próprio soluço.
O coração era mesmo um idiota, como pode pensar que aquele homem pudesse te amar, esses últimos dias eu senti tudo diferente entre nós, eu deixei me levar por seu charme e seu corpo me aquecendo.
Aí, tropeço numa pedra," Merda" até você quer me derrubar, começo a ri histericamente, eu estava mesmo tão ferrada e agora estava rindo dessa situação toda que me enfiei, lembro de Jordan, me avisando e me odeio mais.
Olho a minha volta e aperto os olhos, essa estrada nunca tem fim minha nossa, mas espera, pra onde estou indo mesmo, aí meu Deus agora que o efeito do álcool está mais leve, percebo a loucura em que me meti, estou indo embora, mas não faço ideia em qual direção seguir, e agora vejo que já andei muito, mas não vejo casa alguma por perto.
Tento focar e localizar qualquer luz em volta, uma casa, uma alma viva, mas nada...
Eu estava perdida...
Um desespero toma conta de mim e a vontade de chorar esta com força total, estou em pânico em um lugar completamente estranho, para mim, sinto o arrependimento bater com força, se não fosse essa estúpida festa, esse estúpido amor que sinto por Klaus, se não fosse ele me ignorar devido à morena, se eu não tivesse bebido.
Eu sabia que ia me machucar, mas criamos esperanças sobre tudo nessa vida, por que não criar sobre o amor? Quando meus pais morreram, eu estava decidida a me entregar na maior depressão, queria que a dor me punisse por eu estar aqui, quando meus pais haviam partido.
Sabe, nunca quis um relacionamento, nunca quis me envolver em jogos de fraternidades, nunca deixei me tocarem, uma vez um garoto me beijou e tudo que senti foi nojo, eu não entendia como alguém podia enfiar a língua na boca da outra e achar excitante, até Klaus.
Quando ele me beijou, senti meus pés flutuarem, e minha calcinha ficou rapidamente encharcada de tão excitada que fiquei só de suas mãos me tocarem, e quando tocaram, eu não queria que parassem, como agora, eu queria tanto seus braços em volta do meu corpo.Não sei onde estou e nem o que fazer, choro desesperada.
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A Fera ( Esse Livro, Poderá Ser Retirado Em Breve, Então Aproveitem)
Roman d'amour"Klaus Heidmann é um alemão de 32 anos mora com sua filha de 5 anos numa mansão,ele foi devastado pelo passado quando perdeu sua esposa e agora é frio e enigmático,usa a dor para envenenar a alma e manter as pessoas distantes. Tracy Miller é uma jov...