Capítulo XVII

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Cavalguei e cavalguei até então chegar na próxima cidade. O alívio foi grande já que a comida que os cowboys haviam me dado tinha acabado. Ainda tinha a garrafa d'água que eles me deram e eu enchi no meio do caminho. Foi minha salvação.

Entrei pelas ruas da cidade e fui para o salão.
Me sentei no balcão e pedi um copo de leite e uma porção de carne com limão.

- Sozinha cavalgando por aqui? - Me perguntou um homem de meia idade sentado ao meu lado.

- É. - Respondi com um ar meio cansado de responder a mesma pergunta que me fazem sempre.

A conversa foi interrompida quando meu pedido chegou e comecei a comer. Acabei e decidi ficar um pouco por lá, já que não tinha mais nada pra fazer e lugar pra ir.

- De onde vem? - Ele continuou.

- Eu vim da minha cidade natal... não estou tão longe dela, por enquanto.

O balconista, apoiando o cotovelo sobre o balcão, disse:

- Geralmente as pessoas que assim como você vêm aqui só de passagem, têm um pouco de dificuldade pra achar lugar pra dormir.

- Sim, e eu sou uma delas. Se não achar lugar pra dormir como da última vez, durmo embaixo de qualquer árvore mesmo.

- Você pode ir na minha casa, se quiser. - Interrompeu o homem ao meu lado. - Ah, me desculpe, sou Ben Taylor, prazer. - Disse, estendendo sua mão para me cumprimentar.

Apertei sua mão e me apresentei também. Lembrei das palavras que Bryan havia me dito, sobre não confiar muito em estranhos. Acontece que eu realmente não tinha escolha.

- Imagina, eu não quero lhe incomodar. - Falei.

- Imagina, não vai. Você vai se familiarizar logo. Vou tomar mais algumas garrafas de whisky e quando for pra casa, te chamo.

- Tudo bem, faça o que quiser.

Fiquei algumas horas por alí até Ben me chamar pra ir à sua casa. Peguei o Trovão e segui com ele.
Chegando lá, havia um grande pasto Atrás de sua casa e Ben permitiu que eu deixasse o Trovão por lá.
Ele abriu a porta de sua casa.

- Cheguei, família!

Duas crianças vieram imediatamente correndo ao seu encontro.

- Papai, papai! Você chegou! - Iam abraça-lo quando me viram e pararam, olhando para mim.

- Essa é Mary Wood, uma garota que conheci hoje no salão. Ela vai ficar por aqui hoje.

As crianças me cumprimentaram ainda meio assustadas, talvez com minha roupa - botas com esporas, calça um pouco suja, bandana no pescoço e chapéu - e pelo fato delas verem uma pessoa desconhecida dentro de seu lar com seu pai.
Logo depois, uma mulher veio atrás.

- Ora ora, posso saber quem é? - Disse para o Ben.

- Ah, essa é Mary Wood. A conheci no salão. Ela não tem rumo, está só de passagem por aqui. Vai dormir aqui essa noite conosco para amanhã já partir.

- Hm, prazer. - Falou apertando minha mão e me olhou de cima pra baixo com uma cara não muito agradável.

- Mary, essa é minha esposa Joana Williams e meus dois filhos, George e Maggie Taylor.

- Por que não me avisou que tinha filhos? - Perguntei baixinho, quando os três saíram de perto.

- Fique tranquila, eles vão gostar de você. A janta está pronta.

- Acho melhor eu tomar um banho antes.

- Ah, claro. O banheiro é logo alí.

Fui para o banheiro, tomei banho, coloquei uma roupa mais leve para dormir e fui para a mesa jantar com eles.

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