•••Primeiramente, quero me desculpar pelo tempo que fiquei sem escrever. O fato de eu passar o dia todo na escola realmente me cansa e me consome muito, além das matérias que tenho pra estudar. Mas quero lhes dizer que esse tempo fora me permitiu pensar em mais e mais emoções pra essa história.
Boa leitura! E lá vamos nós...•••
Dormimos e acordamos com os raios do sol do dia seguinte. Eu e James juntamos as coisas, subimos no Trovão e seguimos rumo à cidade dele.
No caminho paramos algumas vezes para abastecer nossos reservatórios de água e comida. O sol naquele dia no oeste estava impiedoso com a gente e nos fritava vivos, mas era por uma boa razão - deixar James de volta à sua casa, para sua família.Algumas horas depois do meio dia já pude avistar uma cidade.
- Finalemente em casa! - Comemorou James.
- Sério? É aqui? Mas já chegamos?
- Sim! Quase não paramos durante a viagem, por isso chegamos mais rápido.
Entramos na cidade e, ao parar em frente a casa do James, amarrei o Trovão e descemos. Ele bateu na porta. Segundos depois, um homem nos atende e faz cara de confuso. Ao ver James sorrindo para ele e direcionar seus olhos pra mim logo em seguida, ele arregala os olhos, olha pra dentro de casa e grita por sua esposa e seus dois filhos. O homem era Arnold Clark, pai de James.
- AH MEU DEUS! ROSE, ROSE??? ERIC, ALEXANDER????
Segundos depois, aquela família bonita aparece toda junta naquela porta. Rose não perde um segundo, vai logo abraçar seu filho com o resto da família.
- AH MEU DEUS, FILHO, EU ESTAVA COM MEDO DE NUNCA MAIS TE VER DE NOVO... - Dizia ela, passando a mão nos cachos dourados do James enquanto sorria emocionada.
Seu pai e seus dois irmãos o abraçaram.
- Que bom te ver bem assim... - Diziam seus irmãos.
- Família, essa é a Mary... Mary Wood. E quero dizer a vocês que se não fosse por ela, provavelmente seria impossível eu estar aqui agora com vocês.
Sua família veio logo me cumprimentar e me abraçar. Arnold colocou suas mãos em meu rosto:
- Obrigada por trazer meu filho salvo até aqui.
- Imagina... James me conquistou, é realmente um menino de ouro. Não fiz mais que minha obrigação salvá-lo.
- Pior que fez, Mary. Fez muito mais e estou te devendo essa...
Seus pais me olharam, viraram para James e disseram:
- Será que não há nada que possamos fazer para agradecê-la?
- Há sim. Se lembra bem do endereço do seu amigo, não é?- Disse, olhando fixamente para mim, sorrindo. - Vou levá-la até o bendito lugar que você poderá se comunicar com ele.
James pegou em minha mão e me levou até a rua da frente, num lugar que vendia cartas. Comprou um papel e uma caneta:
- Tome, agora é só escrever o que quiser para aquele idoso que você me disse que ama. - Falou, me entregando as coisas para escrever.
- Quanto custou isso, James?
- Não importa, não foi caro. Não se preocupe com isso, só escreva.
Fomos para fora da loja, sentamos numa pequena escada, respirei fundo e tentei colocar o máximo de palavras que estavam em meu coração naquela hora.
"John... sou eu, a Mary... jamais pense que sumi ou esqueci de você. Durante esse pouco tempo que fiquei fora já passei por várias coisas e sinto que ainda há muito por vir. Eu achei que seria difícil para mim levar essa vida sozinha por esse Oeste, sem um rumo certo para ir. Mas até que não está sendo tão difícil. Não está sendo, graças a você. Agora posso enxergar mais do que nunca que a educação que você me deu nesses dois anos valeram muito a pena. A educação, as brincadeiras, as histórias...
Enfim, só quero lhe dizer que te amo muito e estou com muita saudade, e se estiver bem e quiser responder essa minha carta, envie uma para a vila de Cabo Negro - vila próxima da cidade de James, em que eu provavelmente passaria uma próxima noite - para que eu possa receber sua carta e ter a certeza de que você está bem.
Com muito amor, Mary Wood, a sua pequena justiceira."
Logo depois quando acabei de escrever e completar com o endereço, James selou a carta e a entregou para um mensageiro, que não estava muito longe da gente.
Voltamos para a casa de James e entrei lá então, com ele.
- Mary precisa comer alguma coisa pra seguir viagem firme e forte. - Falou para seus pais.
- Claro! A comida está na mesa. - Disse Rose.
A família então se sentou comigo na mesa e Arnold, se virando pra mim, perguntou intrigado:
- Você é mesmo uma dessas pessoas que andam por aí sem rumo?
- Sim... sou sim. Realmente já passei por cada coisa e nem faz muito tempo que sou desse mundo...
- Hm... - olhava para mesa, para sua esposa e seus filhos, e voltava a me questionar - e pretende continuar... bem... levando essa vida assim, por esse Oeste? Mesmo que custe sua segurança, às vezes?
- Sim, eu pretendo. Não só por não ter escolha, mas por vontade própria mesmo. Acho que, mesmo se eu tivesse condições de parar e finalmente se fixar num lugar, eu não conseguiria ficar lá por muito tempo... acho que este é meu destino, minha vida, sabe? Acho que nasci pra isso. Eu acho isso tudo muito bom pra não ser visitado, pra não ser explorado, não ser vivido... eu amo o Oeste, mesmo ele sendo selvagem do jeito que é. Inclsuive ele sendo selvagem. Acho que não o amaria tanto se ele não fosse assim... isso me ajuda muito a despertar minha paixão.
- Uma justiceira! Você quer ser uma grande justiceira. Agora eu entendi. - Falou Eric.
- E ela vai ser! Mary salvou minha vida, ela tem idéias incríveis e eu sei que ela ainda vai longe com isso... - Disse James. - Ainda vamos ouvir seu nome comentado por todo esse Oeste.
A família, inclusive os pais de James ficaram admirados comigo, minhas ideias e minha coragem. Botaram confiança em mim e me apoiaram.
- Eu achava uma bobagem essa sua ideia de seguir viagem solta por aí, mas agora, depois de ouvir do meu próprio filho a sua história, quero que saiba que estamos do seu lado nessa. Faça o que seu coração mandar, independente do que aconteça ou o que as pessoas vão pensar. - Disse Arnold.
- Sim! Siga seus sonhos, você está no caminho certo! Só continue e não desanima. Você vai longe e ainda vai salvar muita gente! - Falou Rose.
Os agradeci muito e, apesar de doer, a hora da despedida havia chegado. Eu tinha que ir. Eu tinha um sonho pra seguir. Ao me despedir dos pais do James, mais uma vez eles me agradeceram.
- Obrigada por tudo que fez por nosso filho.
Fui abraçar James. Ele segurou meu rosto, dizendo enquanto abria seu sorriso magnífico:
- Daqui não muito tempo, vou ficar muito feliz em ler e ouvir em todos os lugares que Mary Wood anda fazendo justiça pelo Oeste. Eu sentirei sua falta, mas estou feliz por você ser essa garota fascinada em correr atrás de seus sonhos. Você foi minha grande inspiração e contarei sua história para meus amigos, futuros filhos, netos e quem sabe, até bisnetos. Quero que saiba que jamais vou te esquecer. Vá em frente, e seja essa justiceira que vive em você.
- Ahah, eu te amo, James. Obrigada... por tudo... e eu também nunca vou me esquecer de você.
Me emocionei e ele também. Nos abraçamos e ele me deu um último beijo. Subi no Trovão, era hora de seguir viagem, até porque mais emoções estariam por vir.
Muito mais.
Continua...
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Diário de uma Justiceira
Historia Corta***TROQUEI DE CELULAR E NAO CONSEGUI LOGAR NESTA CONTA NELE, FAVOR SEGUIREM @monimo0n__ CONTINUAREI A HISTORIA LA*** Em 1873, no Oeste Selvagem dos Estados Unidos da América, Mary Wood tinha apenas 10 anos quando seus pais, Peter Wood e Jane Brow...