Cap 44. Camisinhas, chocolate e isotônico

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Depois do almoço, que correu normalmente, com o papo girando em torno da visita de Gavin e de minhas fotos, Nathan avisou à mãe que daria uma saída, sem explicar para onde. E eu, que a princípio ficaria fazendo companhia à Nancy, acabei saindo com ele. Eu não me importaria de continuar na mansão enquanto Nathan dava um pulo na farmácia, mas Nancy disse que iria com o marido até a clínica em Malibu, então não faria muito sentido eu ficar.

— Quer levar algumas com sabor? — perguntou-me Nathan, diante da gôndola de preservativos.

— Se não chupo bala com papel, não vou chupar seu pau encapado — respondi, sussurrando, para que ninguém por perto escutasse. — Podemos levar da comum, e sei que a sua é extragrande. — Abaixei-me para pegar a camisinha de tamanho especial na última prateleira.

— Vêm três por embalagem. Precisamos de tantas assim? — Nathan achou graça ao contar seis caixas na nossa cestinha.

— Se quando estiver lá dentro você fizer melhor do que fez pelo lado de fora, pode ter certeza de que 18 serão pouco.

Nathan me abraçou por trás, entrelaçando os braços na altura do meu peito, e me deu uma fungada no pescoço.

— Hmmm, que namorada fogosa. Pode pegar mais dessas então.

Ele deve ter falado de brincadeira, pelo risinho que deu no final, mas eu me abaixei e peguei mais duas embalagens, só para garantir.

— E agora precisamos de mais o quê? Gel lubrificante! — perguntei e eu mesma respondi, pegando um gel com gosto de morango que prometia efeito quente e frio, segundo a informação no rótulo. — Podemos comprar umas guloseimas, sempre bate uma fome depois do sexo.

— Vou buscar chocolates — disse Nathan. — E umas garrafinhas de isotônico.

— Que mistura exótica!

— Chocolates para dar mais energia, e isotônicos para repor os sais minerais depois da maratona que, embora eu não acredite que vá aguentar, você está me prometendo. — Ele riu, e eu estreitei os olhos. — Vá indo para a fila, volto logo.

Pela hora e dia da semana, a farmácia não estava tão cheia, a ponto de precisar guardar lugar na fila, mas me encaminhei para a área das caixas registradoras mesmo assim. Parei em frente às prateleiras de revistas e observei as capas, para passar o tempo enquanto Nathan não retornava.

Maldita hora que resolvi esperar ali.

Havia duas fileiras repletas da última edição da Glamorous, com a Gigi dando uma de modelo na capa.

GIGI ROBINS. Amor, sucesso, fetiche e por que deixei para trás o casamento.

Merda! Merda!

Peguei um exemplar embalado no plástico e, hipnotizada, reparei em cada parte da foto da jovem estilista, sentindo uma pontada de dor de cabeça e enjoo só de vê-la em destaque, linda. Eu precisava arrumar um jeito de levar aquela revista para casa e dissecar a matéria por inteiro, mesmo que me fizesse mal. Eu não conseguiria desapegar e fingir que não tinha visto aquilo, porque, com certeza, informações valiosíssimas sobre o motivo do fim do casamento sairiam de dentro dali. A versão da Gigi sobre o término da relação com Nathan.

E, como se não fosse suficiente uma matéria bombástica sobre Gigi Robins, no melhor estilo "conto tudo", para me desestruturar, um pouco mais embaixo, na prateleira rente ao piso, vi Taylor na capa de outra publicação.

Uma rajada de adrenalina passou por mim, arrepiando o meu couro cabeludo e me impedindo de focar nas palavras em rosa fluorescente que cobriam, em parte, a imagem do maldito. A miopia momentânea ocorreu devido ao medo de que ali estivessem segredos que me tirariam do sério, uma notícia que acabaria comigo.

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