Cap 98. Nossa história

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Taylor e eu cochilávamos após o almoço, agarradinhos em minha cama, ao som de um ruído qualquer vindo da TV, quando fomos acordados pelo toque do meu celular. Virei-me para pegar o aparelho em cima da mesa de cabeceira e olhei o nome no visor.

— Mirana, minha amiga. Ou ex-amiga, já não sei mais. — Falei alto, para que Taylor nem tivesse o trabalho de me perguntar quem era. — Que estranho ela me ligar...

— Não vai atender? — Abraçando-me por trás, completamente nu, ele beijou o meu ombro.

Deixei tocar mais umas duas vezes, enquanto decidia o que fazer, e preferi ignorar. Não era a melhor hora para conversar com alguém que me tratara com certo desprezo das últimas vezes em que tivemos contato.

— Não deve ser nada importante. Capaz de Mirana ter visto as fofocas naqueles sites e ter me ligado para saber mais. Se for caso de vida ou morte, o que eu duvido, ela vai insistir.

Coloquei o celular na mesa de cabeceira novamente e me virei para beijar Taylor nos lábios, acariciando seus cabelos perto da nuca.

— A essa hora a Lola já deve ter visto essas notícias também — comentou.

Aproveitei que ele mantinha o rosto colado ao meu e mordi o seu lábio inferior com força, fazendo-o berrar enquanto eu sentia o gosto de sangue em minha boca.

— Cacete, Isabelle! Doeu!

— Desculpe. — Observei-o pressionar a região da mordida, após eu depositar a minha raiva ali. — Mas para que trazer o nome daquela piranha à tona?

— Você tinha certa preocupação de ela saber da gente, como um casal, e acabar sofrendo algum tipo de chantagem. Esqueceu? — Ele continuou pressionando o lábio, com as sobrancelhas curvadas em visível irritação. — Saiu aquela foto nossa no Empire Gossip...

— Por aquela foto de nós dois na porta do Chaosan não dá para afirmar que somos um casalzinho. Não oficialmente. Além do mais, Emmeline já declarou que vocês vão se casar. Capaz de Lola achar que você gostou muito de trepar comigo e que estou fazendo um programa atrás do outro. Deve achar que você é um safado traidor, que não tem vergonha de aparecer com a amante prostituta, e que a sua futura esposa é uma idiota que não tem vergonha de declarar casamento e gravidez diante da exposição sofrida.

Lá estava eu criando narrativas, desta vez para o que Lola poderia estar pensando do cenário pintado na imprensa. Mas eu tinha meus motivos para imaginar aquilo, já que da última vez que nos vimos, Lola chegou a me perguntar se Taylor iria me bancar e se eu estava largando a vida de stripper para viver a três; eu, ele e sua mulher. As últimas publicações, caso ela tivesse lido, só confirmariam suas suspeitas.

— Será?

Estalei a língua nos dentes.

— É possível, Tay, mas não há com que se preocupar. — Eu não estava preocupada. — Se Lola quiser me extorquir de alguma forma, será nada perto da chantagem que você está sofrendo. É melhor pensarmos somente no seu problema, porque esse realmente existe.

— Uma coisa não interfere na outra. São dois problemas diferentes e ambos merecem atenção.

— Ah, que seja! Tirei a dita-cuja de baixo daquele estuprador maldito e espero que ela se lembre disso antes de pensar em me foder. Não vou temer essa vadia, para mim ela é página virada. — Chupei o lábio de Taylor, vermelho e inchado da mordida, estalando a sucção no final. — Agora vamos falar de coisas mais agradáveis. Não quero passar a nossa lua de mel improvisada ressuscitando defunto.

— Hmmm, lua de mel improvisada? Gostei disso. — Ele sorriu enquanto grudava os lábios nos meus e percorria uma das mãos pelas curvas do meu corpo. — Ah, Belle, se você pudesse sentir o quanto estou feliz...

Depois do FimOnde histórias criam vida. Descubra agora