Cap 41. Grande favor

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Não dormimos juntos após a sessão de masturbação no sofá. Apesar de louca para me enfiar no quarto de Nathan e senti-lo meter seu pau em mim pelo restante da madrugada, ele me convenceu a tomar um banho e ir para a minha cama, pois o "bem cedo" anunciado pela sua mãe seria realmente muito cedo.

E, de fato, foi. Mesmo sem ter pregado os olhos, revirando-me o tempo todo, curiosa e solitária na cama king forrada com lençóis de milhões de fios, nada impediu que às 7 da manhã eu ouvisse batidas à porta do meu quarto.

Era Rosa trazendo uma bandeja de café da manhã, que se assemelhava muito com a de frutas que continuava intocada na mesinha ao lado de minha cama. A senhorinha levou essa de volta para a cozinha e deixou a outra no lugar. E eu, tonta de sono, sentada na cama, revirei os olhos. Era inacreditável que a profecia do apocalipse da senhora Nancy estivesse se cumprindo. E, pior, começando com um café da manhã esquisito, no qual uma fatia de pão integral com creme de abacate era o item menos detestável. Custava ser creme de avelã ou de amendoim?

Amanhã bem cedo, bem cedo, bem cedo, bem cedoooo... Você vai comer torrada com creme de abacate. Que merda!

Um pequeno pedaço de papel encorpado e dobrado ao meio, apoiado no copo de suco de laranja, chamou-me a atenção e, antes de tocar ou comer qualquer outra coisa, foi ele que abri:

Este é só o começo de um dia inteiro dedicado a você. Nathan.

Ah, sim, tinha me esquecido: a profecia não era apenas obra de Nancy, mas também do meu mais novo namorado.

*****

Nada parecia diferente na mansão quando saí do quarto vestida com um short jeans e uma camiseta de manga longa naquela manhã ensolarada, porém gelada. A casa tinha cheiro e ares de hotel, e eu me sentia, de certa forma, confortável passeando pelo corredor silencioso de chinelo de dedo e meias. Mas a tranquilidade só durou até eu chegar à sala de estar e dar de cara com Nancy, Nathan e uma visita.

Eu não via problema algum em desfilar o meu modelito brega, de quem acabou de acordar e mal consegue pronunciar o nome, na frente da minha sogrinha e do meu namorado. Mas diante do coroa de cabelos loiros e longos, muito bem-apessoado e que não me era estranho, era vergonhoso.

Meu Deus! Puta que pariu... Ele não podia ser quem eu achava que fosse. Porém, se fosse, teria a visão de Isabelle de meias no chinelo de dedo, porque de onde eu estava não havia um jeito discreto de arrancá-las ou de retornar ao quarto para trocar o sapato.

Eu me aproximei tímida do sofá, vendo a senhora Nancy sentada ao lado de Nathan, no lugar exato onde eu tivera um orgasmo na noite anterior. Reprimi a vontade de rir, dei bom-dia com um breve aceno e fiquei de pé esperando as formalidades. E, então, logo todos se levantaram para os cumprimentos. Nathan veio para o meu lado, deu-me um beijo casto nos lábios e, com o braço entrelaçado na minha cintura, apresentou-me para a visita:

— Isabelle, este é Gavin. Gavin James, fotógrafo da Beverly Angels. Gavin, esta é a Isabelle, de quem tanto lhe falei.

Eu estava certa! Era Gavin James! Gavin James em pessoa bem ali na minha frente. Cumprimentei-o com um aperto de mão firme, enquanto as minhas pernas tremiam, e passei o braço pela cintura de Nathan, para me sentir segura.

— Muito prazer, Isabelle — disse o homem, simpático e sorridente. — A mais nova futura modelo. Encantado.

— Linda, chamei o Gavin aqui para fazer uma sessão de fotos com você — avisou-me meu namorado, dando-me um beijo terno na cabeça em seguida. — Se você quer mesmo ser modelo, uma hora ou outra vai precisar de um portfólio. De um excelente portfólio. Gavin fotografa para os catálogos, posters e outdoors da Beverly Angels desde o lançamento da marca, não há ninguém melhor para fazer esse trabalho. Ele separou um dia de sua agenda, em cima da hora, só para nos ajudar.

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