Mensagens Recebidas

Capítulo 9

Regina não sabia por quanto tempo. Ela estava tentada a dizer para sempre, prometendo a si mesma nunca mais se abrir daquele jeito. Apesar das emoções conflitantes atualmente circulando seu cérebro, ela respondeu com um distante "o tempo que for necessário".

Ela pensou que sua mensagem era alta e clara quando ela não respondeu ao bilhete do limpador de para-brisa. Não era esquecimento, era proposital, e dois dias depois da segunda rosa e aquele papel dobrado, Regina comemorou por um trabalho bem-feito de conseguir livrar de Emma. Agora tudo o que ela tinha que fazer era apagar os e-mails, esquecer aquelas lembranças e manter as rosas, uma em um livro de recortes, a outra ainda preservada em sua caixa, fora de sua vista. Então viriam suas emoções traiçoeiras, mas isso seria tratado no devido tempo sob a generosa vigilância de sua sidra.

Ela deveria saber que Emma tinha algo planejando depois de dois dias tranquilos de alívio.

Ela colocou seu Mercedes para dentro de sua calçada depois de pegar Henry na escola, avisou para ele tomar banho e andou até a caixa de correio. Ela não olhou para os envelopes até que jogou as chaves na tigela da mesa da frente do hall e colocou a bolsa ao lado.

Contas. Contas. Lixo. Cupom. Contas. Carta para ela. Lixo.

Ela parou de folhear os envelopes para pegar um simples com seu nome e endereço rabiscado. Não havia endereço de retorno, e a curiosidade levou a melhor sobre ela, pois desconsiderou os outros envelopes e levou a carta em suas mãos ao escritório para abrir com cuidado.

Cortando no topo, ela puxou o papel apenas para encontrar uma página cheia de rabiscos de Emma. Ela fechou os olhos em aborrecimento e rosnou baixinho. Aquela loira ordinária não sabia quando parar.

Alguém poderia pensar que Regina, a mulher mais poderosa e fria de Storybrooke, jogaria a carta na lareira e acabaria com ela, mas ela sabia que o conhecimento contra um inimigo era poder. É por isso que ela manteve os e-mails, as rosas e os bilhetes de papel. É por isso que ela se encostou na escrivaninha, com a nova carta na mão e começou a ler. Para o simples conhecimento, claro.

* Cara Regina,

Eu acho que esta é a primeira vez que estou escrevendo uma carta real. As que eu costumava escrever para o Papai Noel não contavam. Elas também não eram letras, apenas desenhos meus com meus pais. Você sabia como os selos são caros? Não é de admirar que as pessoas escrevam e-mails. Sim, comprei um livro de selos antes mesmo de começar a escrever isso.

Você disse que eu menti para você, o que eu fiz, eu aceito a responsabilidade por isso. Eu não acho que você vai falar comigo em breve, e por mais que eu queira te dizer isso pessoalmente, eu preciso dizer isso agora.

A verdade é que eu tenho vontade de falar com você por um bom tempo. Um tempo ridiculamente longo. A mina foi uma loucura. Eu só lembro de você andando na minha direção, e honestamente eu nem sei o que você disse, mas tudo que eu conseguia pensar era que, era impossível você estar tão bonita parecendo tão esgotada, mas você estava. Eu sei, eu sei. A vida de Henry estava em perigo naquele dia, mas é verdade.

Eu admito, tentei esmagar qualquer coisa que estivesse acontecendo em minha mente sobre você, mas quando me tornei xerife descobri que tinha pouco tempo para que os lados em conflito lutassem contra isso. Você ganhou.

Eu não sabia como falar com você. Eu ainda não sei como, quero dizer, estou escrevendo uma carta, mas tão irritante quanto eu sou, você gostou quando eu apertei enviar também... Regina, nós procuramos um ao outro.

Eu posso ter mentido sobre minha identidade, mas eu ainda acho que Jane Austen escreve livros chatos, Duro de Matar é o melhor filme, Nicholas Sparks é decente, e nosso bebê musical me fez apreciar, como você disse, "música de verdade". A propósito, nosso filho real não está passando por uma fase. Ele só quer te ver feliz.