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Acorda princesa.

— Aah, hm! —grunhiu Todoroki puxando o cobertor branco e grande para cima do rosto.— Que droga de dor de cabeça. —reclamou. Os sons de cortinas sendo abertas se fazia presente. Midoriya as abria com brutalidade com uma escova de dentes dentro da boca cheia de pasta.

— Vamos, cuida. —chamou. Foi até o banheiro do quarto e cuspiu toda a espuma, encheu a mão de água levando a boca limpando dos resquícios da pasta. Passou a mão no cabelo tentando aquietar os fios desgovernados desistindo e fazendo o que fazia todos os dias, amarrou em um pequeno amarrado de cavalo baixo e pegou grampos para prender lado da franja verde rebelde. Saiu do banheiro e caminhou a passos lentos até a cama sentando na mesma.

— Eu não quero acordar... —falou o bicolor se encolhendo de baixo dos lençóis.

— Hum, top, já acordou. —Midoriya deu de ombros.— Vamos, acorda princesa. Eu tenho que sair. —falou ele puxando o lençol vendo o bicolor virar uma bolinha ali.— Cuida, cuida! —falou.

Midoriya tocou no peitoral nu de Todoroki, suas mãos geladas o fizeram tremer.

— Está frio. —reclamou.— Me devolve. Seu namorado vai ficar resfriado. —apertou mais o corpo.

— Cuida logo! —pediu. Respirou fundo e tirou a própria camisa.— Toma. —jogou no garoto deitado que abriu um dos olhos, colocou um sorriso no rosto e vestiu a camisa cobrindo o corpo antes coberto apenas pela cueca box. Sentou na cama e fechou os olhos com força.

Midoriya encarou o garoto de canto de olho e pegou alguns remédio. Pediu para esperar e foi buscar um copo de água. Deu os remédios e o copo pro bicolor e abriu o armário para pegar mais uma camisa de botão. Fechou e arregaçou as mangas, pegou uma gravata e colocou no pescoço.

— Você vai dar aula num sábado? —perguntou Todoroki.

— Droga de alunos que não passam direto. —respirou fundo.— Vamos, matemática não é tao difícil. —coçou a nuca.— Mal posso esperar para sair dessa cidade.

— Vai mesmo embora? —perguntou Todoroki terminando de beber a água.

— Aconteceu umas coisas. Tenho que deixar a cidade até o último dia do ano. —esticou o corpo. Olhou pro relógio e arregalou os olhos.— Aí merda! Eu to atrasado! —a passos largos foi até a porta do quarto, parou e virou, jogou a chave do apartamento pro bicolor que pegou a mesma.— Tem alguns remédios na caixa vermelha na cozinha. Quando sair, tranca tudo. —saiu andando.

— Espera! E você? Como vai entrar. —berrou ouvindo a porta da frente abrir.

— Eu tenho uma cópia! Fica com essa. —berrou de volta saindo a passos largos indo até o elevador.

— Esse velho. —murmurou. Olhou em volta tentando lembrar da noite passada.

.

— Entenderam? —falou Midoriya com um sorriso no rosto. Olhou cada cara naquela sala percebendo que eles realmente não gostavam dele. Bom, não que eles precisassem gostar, ele está sendo pago para dar suas aulas de matemática, não para ser amigo dos alunos. Respirou fundo sentindo uma dor irritante nos olhos. Sem tirar o sorriso do rosto escreveu no quadro uma atividade e pediu que lhe entregasse naquela aula. Sentou na mesa do professor e começou a mexer no computador olhando as questões da prova.

—Sensei. —chamou uma voz feminina no fundo da sala.

— Sim, Uraraka-san? —olhou a garota sorrir debochadamente. Saiu da cadeira;esta que estava deitada;e caminhou a passos calmos entre as mesas.

— O que tem feito? —questionou. Midoriya realmente não gostava de lidar com ela, sabia que ela tinha uma paixão por ele, o que fazia complicado pois Uraraka era igual a ele. Ela era chata, e é do tipo que importuna quem tem uma paixão. Ela era de fato igual a ele. A garota passou os dedos no queixo marcado do professor.

— Uraraka-san, se não tem nenhuma dúvida, sente-se. —pediu ele tentando aquietar os nervos. Odiava quando lhe tocavam. Com Midoriya era simples, ele amava tocar, mas odiava ser tocado.

— "Mas sensei!" —fez uma voz levemente mais aguda.— "Eu só quero passar na sua matéria para ser alguém como você!" É isso que gosta de ouvir de suas alunas, não? "Ah! Sensei" —ignorou completamente o pedido do professor. Uraraka era um problema pois ela sabia que o professor foi expulso de uma escola por ser acusado de pedofilia. E o pior, ela sabia que ele não era culpado e que isso o deixava completamente puto.

Uraraka-san. —chamou apertando o punho de baixo da mesa.— Quer saber de uma coisa? —sorriu encarando a garota nos olhos. Se levantou da cadeira fazendo um som estridente na sala silenciosa.— Você é parecida comigo. Por isso é desprezível. —Midoriya Izuku, o professor com a fama de ser incrivelmente sincero com os alunos, joga as verdades na cara, e para piorar, não tira o sorriso do rosto.— Se me deem licença. Ah sim, não preciso de permissão. Eu sou o professor aqui. —saiu da sala com ódio no sangue com o computador em baixo do braço.

Foi para uma área isolada escola e colocou o computador no chão. Encarou a parede espinhenta irritado, e logo deu um soco. Odiava lembrar daquelas pessoas idiotas que achavam que ele era o culpado.

E ainda mais, odiava saber que a aluna maldita que o fez perder o emprego havia seguido ele até essa cidade. Socou a parede novamente sentindo os espinhos perfurando o punho. Respirou fundo e tirou um lenço do bolso limpando o sangue das mãos. Voltou a sala com sua expressão normal na escola, um sorriso de lábios fechados e olhos brilhantes. Abriu a porta da sala de maneira brusca vendo os alunos.

— Então, terminaram?

Midoriya estava mais que irritado, porém não iria dar satisfações para uma garota de 16 anos. Ah mas que dia, hm.

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Todoroki só queria que Midoriya chegasse em casa logo.

Eighteen [18] [TODODEKU AU] Onde histórias criam vida. Descubra agora