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(Capítulo aborta suicídio, desculpa pelo capítulo não estar tão bom.) (fui ler para o próximo capítulo, e vi que eu podia fazer melhor, desculpe o transtorno)

  — Então ela te tocava? —perguntou novamente para ter certeza.

  — Sim.

  — E você deixava?

  — Não.

——

  Eram três e quarenta e cinco, e Midoriya estava com medo de dormir. Medo de fechar os olhos e sentir que alguém só estava o esperando para poder tocar de seu corpo sem seu consentimento, que alguém só aguardava para poder se deliciar de sua pele. Estava aterrorizado, tanto que estava fumando e tomando café desde quando chegou e sentou naquela cadeira de madeira antiga na sacada, estava lá admirando o céu desde mais ou menos oito e quarenta, ele já tinha fumado tanto e tomado tanto café que o paladar já estava completamente enjoado dos dois sabores forte, sentindo uma vontade incontrolável de vomitar a cada tragada, e golada. Midoriya olha as estrelas com atenção maravilhando pelos pequenos pontos no céu que brilhavam de maneira fraca graças a poluição visual da cidade, estava tentando achar constelações e quase fracassando pelos olhos cansados e embaçados de lágrimas, colocando na cabeça tudo que havia aprendido no curso de astronomia.

  — As estrelas estão mortas, Midoriya. —fala sozinho, levantou a mão aberta em direção ao céu escondendo algumas das estrelas na mão, e assim a movimentou fazendo elas desaparecerem e aparecerem novamente, aproveitando seu pequeno momento sozinho— Não, nem todas, você sabe disso. —se corrigiu fazendo uma expressão mais séria e um tanto irritado consigo mesmo, enquanto apontava com o indicador para cima e para baixo.— Mas veja, Midoriya, já que algumas delas estão mortas. Como podemos vê-las? —parou e encarou cada um daqueles pontos brilhantes porém quase invisíveis, tendo seu brilho muitas vezes tirado graças as nuvens.— Simples, por mais que estejam mortas, suas luzes ainda viajam por aí a milhares de anos luz. Isso é interessante não é, Midoriya? Você achou interessante, não é? Parando para pensar... —se levantou da cadeira que sentava e olhou para baixo vendo o a altura do prédio percebendo que era bem alto, ficou olhando o solo, e então voltou a encarar as estrelas.— Se morrer, sua luz vai ficar viajando por aí, não é? Então estará tudo bem, não é?

  Balançou a cabeça em afirmação, como se tivesse acabado de descobrir a maior das conquistas. O que realmente era, parecia uma solução muito plausível. Estava não chocado com o que acabara de perceber que não via mais vida depois daquilo. Deu uma gargalhada olhando para o céu, e então o chão.

  — É isso! O que eu estou esperando? —com os braços fortes, impulsionou o corpo para cima e se sentou na grade da sacada. Deu um grito estridente para ter certeza que ainda estava vivo, e não apenas existindo.— Ah, eu ainda estou vivo.

  Midoriya não conseguia parar de pensar que seu corpo não era mais dele, que controlava uma carcaça de domínio de outra pessoa, só conseguia ver que ele era de Fuyumi e de ninguém mais, estava se sentindo incrivelmente péssimo e idiota por finalmente ter percebido que tinha sido estuprado até acreditar por completo que ele queria aquilo, fora tão manipulado que chegou a esquecer que não gostava e que não queria aqueles toques, que eram sem nenhum consentimento, e que sentia seu corpo mais nojento a cada tocada. Fora controlado, julgado, e teve que passar mais de anos fugindo de novo e de novo. Uns barulhos dentro do quarto foram escutados, e logo a porta abriu de maneira lenta revelando um garoto pequeno de cabelos brancos, coçou um dos olhos com sono.

  — Midoriya? O que está fazendo?

  — Estou indo me matar, Shouto. —respondeu sincero.

  — O que!? Não, não, não, não! Vamos, desça daí. Não faça isso.

  — Me de um motivo. —pediu.— Olha só. —apontou o céu— Estou indo me tornar uma daquelas. Veja como são lindas.

  — Mas... —ele respirou fundo, se aproximou de maneira lenta se sentindo um pouco desesperados uma palavra errada e lá estava Midoriya se jogando da sacada. Pegou na mão dele de maneira leve levando um susto quando os olhos de Midoriya desceram para encarar o chão.— Me permite ser egoísta? Não quero viver sem você. Ande, desça. Viva por mim. Sei que isso é o errado a se fazer, pois você tem que viver por você. Só que eu não consigo me imaginar mais sem você, Izuku. Por favor. Eu gosto de você!

  — Não, está mentindo. —disse tranquilo olhando pros pés enquanto os balançava.— É apenas uma fase. Querer liberdade, está me usando desde o início, eu sei disso. Sei que não gosta de mim de verdade, é mais que óbvio. Quem iria gostar de alguém tão fácil de manipular como eu? Apenas me deixe morrer, Shouto. Você vai ver, vai me esquecer rapidinho. —falou.

  — O que? Você entendeu tudo errado! Eu posso querer liberdade, mas não estou de usando! Nunca pensei nisso! E não, não é uma fase, posso te assegurar disso, não dá mais para ficar um dia sem te ver! Eu gosto mesmo de você.

  — Então prove.

  Todoroki deu um passo para trás. Então franziu as sobrancelhas pensativo. Determinado subiu no mesmo lugar de Midoriya, respirou fundo e olhou para o chão com um frio na barriga.

— Se vai morrer, eu vou com você!

— O que? Não! Desça! —berrou ele.

— Não!

— O que quer que eu faça pra você descer? Você tem uma vida pela frente! Vamos! Não a desperdice por mim!

— Desça primeiro! E não faça isso de novo, por favor! E então... —respirou fundo, olhou para as estrelas, olhou para o chão, e então soltou um longo suspiro, virou a cabeça e se encontrou com os olhos verdes e antes cintilantes, que agora estão opacos. Soltou um longo suspiro.— E então, vamos namorar de verdade!

Midoriya encarou o chão, respirou fundo, os olhos adquiriram um pouco de esperança, logo encarou Todoroki aflito. Porém olha só, iria namorar com a pessoa que gostava.

Espera, gostava? A primeira pessoa que ele já gostou em toda sua vida foi porque essa pessoa lhe abusava diariamente até limpar sua mente e o fazer se viciar. Será que Shouto irá fazer o mesmo? Tremeu relutante, pensou por um segundo em empurrar Shouto para trás e se jogar. Olhou para as estrelas e lá estava Midoriya novamente. Porém lúcido.

O cigarro, o café, e o fato de ser quatro da manhã mexeram com a cabeça de Midoriya. Além da extrema quantidade de substâncias de tristeza e medo terem sido jogadas muito rápido e de uma vez em sua cabeça tinham o deixado fora de si e completamente drogado. Soltou um grito e começou a chorar alto.

— O que eu estava fazendo? —saiu de lá e se agachou no chão se encolhendo no quanto. Todoroki então passou o resto do dia ali, naquele pequeno apartamento aconchegando Izuku que não parava de chorar.

Eighteen [18] [TODODEKU AU] Onde histórias criam vida. Descubra agora