Eighteen [18] [TODODEKU AU]

3

Acha que manda no mundo?

Abriu a porta do apartamento e logo a fechou se escorando nela, escorregou e sentou no chão, jogou a mochila em cima do sofá, tremeu ao ouvi o computador bater contra algumas canetas jogadas dentro da bolsa. Ele estava cansado de ter que lidar com Uraraka. Em sala pequena, era como se a garota fizesse a festa, ela não percebe que se não prestar atenção nessas aulas vai reprovar de ano? Respirou fundo, precisava de um chá, e, quem sabe, um cigarro para acalmar os nervos. Se levantou esticando o corpo sentindo os músculos darem uma relaxada.

Foi até a cozinha pegando a chaleira e acendendo o forno começando a esquentar a água. Pegou o celular olhando as redes sociais, e então ouvir apitar. Pegou a chaleira com cuidado pra não se queimar. Colocou a xícara no balcão e no instante que começou a colocar a água Todoroki apareceu por trás.

— O que está fazendo? —perguntou. Midoriya tremeu de susto fazendo a água cair na mão. A ardência se fez presente fazendo Midoriya soltar vários palavrões desconexos, apressado colocou a chaleira no balcão e foi até a pia começar a lavar a mão queimada.— Aí, me desculpa! —fez preocupado indo até o mais velho, olhou a mão avermelhada e a expressão séria com as sobrancelhas franzidas de Midoriya. Foi até a geladeira pegar gelo.

— Na próxima, me avisa que ainda está aí. —disse Midoriya pegando o gelo que já estava enrolado num pano. Colocou em cima da queimadura sentindo a dor.— Caralho, se isso tá doendo, imagina como foi essa aí na sua cara. —comentou.

— Há! —fez.— Senta la, espertalhão, vou te fazer o chá. —falou.

Midoriya caminhou até o sofá sentando de pernas cruzadas, algo que ele gostava de fazer, algo que Todoroki achava de certa forma, fofo.

— Aqui. —falou Todoroki segurando a xícara perto do esverdeado.

— Quer que eu simplesmente pegue assim? Minha mão tá queimada. —falou encarando o bicolor.

— É. —respondeu.

— Toma jeito. Não quero queimar minha língua também, coloca aí. —fez um gesto com a cabeça apontando pra mesa de centro. Todoroki colocou a xícara na mesa e ficou encarando Midoriya.— O que, está com pena? —sorriu.— Cuida, vamos assistir alguma coisa. Pega o controle. —fez um gesto com a cabeça pra frente indicando onde o controle estava.

— Eu queimei sua mão, não seus pés. —falou Todoroki.

— Eu la pego com pé? —perguntou. Todoroki sorriu, amava o fato de Midoriya sempre ter uma resposta na ponta da língua. O som da chuva do lado de fora se fez presente Foi até o controle e o pegou, sentou do lado do mais velho que se jogou no colo do bicolor.

— O que é, ein? —perguntou olhando o esverdeado deitado de lado segundando o pano na mão e de olhos fechados.— Você não tava todo energético ainda agora? —perguntou.

— Não. —se ajeitou no colo do mais novo e o encarou nos olhos.— Eu já estava cansando, agora tem esse cheirinho de chá e o som da chuva, ainda tem você bem aí. Eu sinto como se eu fosse desligar a qualquer momento. —Todoroki desviou o olhar.

— O que? —escolheu debochar.— Eu te acalmo, é? —sorriu com sarcasmo.

— É, isso mesmo. —respondeu, virou e escondeu o rosto na barriga de Todoroki, sorrindo respirou fundo.

Todoroki ficou quieto por um tempo, então colocou os dedos nos cabelos do mais velho, que tremeu com o toque, Midoriya não gostava de toques, Todoroki sabia disso.

— A-Ah! Desculpa! —pediu tirando as mãos.

— Não, pode continuar. —falou, Midoriya estava se estranhando, porém ele queria aquilo. Todoroki então tirou os grampos do cabelo verde e soltou os fios colocando o prendedor no pulso como uma pulseira. Ficaram quietos por um tempo.— Todoroki. —chamou.— Por que só metade do seu cabelo é tingido? —perguntou.

— Ah, meu pai não queria que eu tirasse o ruivo, então eu pintei só metade, ele se irritou muito mas não pode fazer nada, eu ainda estou ruivo de certa forma. —deu de ombros.

— O que te fez escolher o branco? —questionou.

— Ah, minha mãe é albina. —respondeu rápido.— Mas os olhos são assim mesmo, sem lentes. —encarou o de olhos verdes.— Acho que vou pintar todo de branco. Eu tenho de dezoito. —sorriu em satisfação.— Me leve amanhã no salão. —mandou.

— Eh. Acha que manda no mundo, é? —riu Midoriya.

— Talvez eu mande.