Fuyu.Os soluços altos de Shouto ecoavam no quarto fechado, ele nem ligava mais se dava para escutar do lado de fora, só não conseguia segurar as lágrimas.
O pior era que ele tinha acabado de perceber que amava o esverdeado. Deitou de bruços com os dedos apertando o travesseiro, chorava contra o tecido.
Não entendia, por que ele teve que ir embora? Depois de tantas experiências, tantos sorrisos, ele simplesmente foi embora assim.
— Aquele filho da puta! —berrou Enji do lado de fora do quarto, abriu a porta com brutalidade, Shouto fechou os olhos com força ao escutar o baque da porta. A passos pesados, ele caminhou em direção a cama, pegou o pulso de Shouto e o puxou para fora. Shouto gritava para se soltar, porém o homem não afrouxava o aperto. Chegaram a mesa de jantar, Enji jogou o garoto contra uma das cadeiras, ele que deu com o braço na mesa, ele fingiu ignorar a dor e se sentou tentando limpar o rosto das lágrimas.— Primeiro pega uma das minhas filhas! Agora a outra! —socou a parede com força e encarou Shouto.— Ele disse para onde ia? —perguntou.
— N-Não. —respondeu, o que era verdade, encarou Fuyu que estava do outro lado do cômodo escorada na parede. Pediu ajuda para ela. Ele estava confuso. Ela só virou os olhos para encarar o pai com os braços cruzados.
O homem mais velho chegou perto do albino.
— O que ele fez com você? —puxou os cabelos brancos do garoto.— Ele te fez fazer isso? —se referiu aos cabelos, o soltou com brutalidade.— Da próxima ele não me escapa!
Shouto sabia que algo de ruim havia acontecido com Fuyu no passado, mas não sabia dos detalhes, ele não estava acreditando no que se falavam naquele cômodo.
Começou a juntar os pontos, e finalmente chegou à conclusão que Midoriya pode ter sido o causador do do acontecimento com Fuyu. Com medo e a voz trêmula perguntou:
— O que está acontecendo? —encarou ambos com confusão no olhar. Enji nem se preocupou em responder, saiu estressado do cômodo a passos pesados.
— Papai pegou ele tocando em mim... —respondeu.— Isso causou muito problema, no fim ele foi demitido da faculdade onde trabalhava. Lembra? Onde eu estudava. —abraçou o próprio corpo como se quisesse esconder algo, saiu do cômodo deixando ele sozinho.
Shouto começou a pensar nas possibilidades de que Midoriya só estava o usando.
Se ele fosse tão ruim como estavam dizendo, por que ainda assim gostava tanto dele? Se sentia ruim, sabia que seria problema se envolver com ele, depois de tanto que seu pai o xingou, tem medo do que pode acontecer consigo, estava irritado, sentia que fora traído pelo esverdeado, não havia contado para ele do acontecido, não, não, talvez para ele seria melhor assim, sem ter a próxima presa sabendo das antigas, porém ainda estava triste, já sentia falta do homem, e só queria enterrar os dedos nos fios verdes e macios. Acariciar as tatuagens. Dar risada de fotos antigas, fazer vídeos toscos do esverdeado cozinhando, o pegar desprevenido fazendo fotos estranhas do mesmo para no fim ser atacado com cosquinhas.
"Só quero que saiba que o que quer que falem sobre mim, é mentira."
É, Shouto confiava nele, oh se confiava. Pegou o celular e entrou na primeira rede social que viu.
A tela inicial do instagram mostrava fotos de pessoas sorrindo e algumas montagens aleatórias, foi na área de pesquisa com os dedos tremendo, pesquisou pelo nome de usuário do esverdeado, viu o nome completamente diferente do seu, uma coisa que o esverdeado nunca tinha lhe explicado.
Respirou fundo, Shouto pareceu entender. Apertou na opção de mandar mensagem, não mandou oi, nem perguntou como ele estava, simplesmente mandou uma localização e um horário.
Suspirou e quando estava prestes a desligar a tela do celular, viu que a mensagem foi visualizada. Sorriu mínimo e desligo o celular, a passos leves e lentos caminhou até o quarto, abriu a porta e a fechou sem fazer barulho. Tremeu e logo se jogou na cama. Pegou o celular o ligando e desbloqueando a tela.
Entrou no aplicativo de mensagem e procurou por Fuyu, pelo fato deles raramente se falarem, desistiu de procurar e logo pesquisou pelo nome, mandou uma mensagem.
"Me diz o que realmente aconteceu."
Digitou, não que estava desacreditando da sua irmã, essa que ele confiava e dava a vida, mas era orgulhoso demais para demonstrar. Pensou se mandava ou não.
"Me diz o que realmen"
"Me diz o"
"Me"
""
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Eighteen [18] [TODODEKU AU]
ФанфикHistória inspirada na música "18" de Anarbor. ---- [NÃO REVISADO; DESCULPE PELOS ERROS DE GRAMÁTICA] - Oh! Tive uma ideia. -soltou uma risada e deu uma tragada no cigarro. - Sim?... -respondeu o de cabelos bicolores. - Se quer tanto deixar se...