Paris

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Um reino não tira férias, muito menos os seus governantes. Desde que Ben  assumirá a coroa ele havia tirado uma férias, que foi após a escola terminar. Depois disso a única vez que se ausentou da coroa foi há dois anos, graças a Agatha, pelo menos de algo a vilã serviu. Esse final de semana não seria dois dias de folga.

— Pai você sabe o que fazer, não é?

Falava com Adam durante no momento de sua partida.

— Ben  você sabe que governei esse reino antes de você, certo? — Adam falou com o filho levando Mal rir. — Vá, antes que eu me arrependa. Não terá mais tanta facilidade assim daqui para frente.

— Vão antes que ele mude de ideia

Bela quase expulsou o filho do castelo.

Mal nem podia acreditar. Desde que começou a dividir as responsabilidades com Ben  desconhecia o significado de descanso. 

A viagem para Paris era consideravelmente rápida. Até o final do dia estariam na capital francesa.

— Dois dias só nós ? É um sonho ?

Ele perguntou brincando com a menina deitada em seu ombro na limusine

— Sinceramente, nem eu estou acreditando.

Revelou com um sorriso que mostrava  suas covinhas

— Quando você começou a planejar isso?

Ele perguntou tentando pensar em algum tempo livre que ela teve nos últimos tempos.

— A nossa última briga. — Eles não discutiam com frequência, porém também não viviam o casamento dos sonhos. — O  “Um rei não se afasta do seu povo” me desafiou — Repetiu a frase tentando soar como ele quando estava nervoso.

— Eu não falo assim.

— Você devia se ver em seu modo besta Ben

Ele brincou rindo só de lembrar dele nervoso.

— É tão ruim assim ?

— Honestamente, eu acho fofo.

Ben  nervoso e com as bochechas avermelhadas era engraçado para ela.

— Você é estranha Mal.

— Ei! Você que quis casar comigo.

— É — deu um beijo na aliança reluzente dela. — Não me arrependo nem um dia.

Os dois seguiram o restante do caminho assim, em perfeita harmonia e em silêncio. Dormiram minutos depois, outra coisa que não faziam com frequência. Entre a saída do castelo, limusine, aeroporto, avião e finalmente o destino final, dormir foi a parte mais divertida.


— Me explica de novo porque eu não posso usar tele transporte?

Mal questionou se jogando na cama quando finalmente chegaram no hotel.

— Porque somos um casal normal

Ele disse, enquanto colocava as malas em um canto do quarto.

— Casal normal? Nós falamos com cinco repórteres diferentes e não tem quinze minutos que colocamos o pé aqui.

Embora Mal dissesse aquilo a França com certeza seria bem diferente dos outros reinos aliançados. Pelo menos até aquele momento não tinham visto aquela euforia com a presença do rei e rainha como acontecia em Auradon e outras províncias.

— Para de reclamar e vem ver essa vista. — Ele puxou ela da cama mostrando o cenário maravilhoso que eles tinham do quarto. — Não é lindo? — Por ele ficava daquele jeito, abraçado a ela aproveitando a bela vista da França.

— É, é lindo mesmo

Mal não conhecia todos os lugares do reino ainda, embora todos eles fossem lindos para ela, sentia que Paris tinha um ar especial.

— Então, você tem algum plano?

— Claro, começa comigo te puxando para o banheiro assim. — Puxou ele pela gravata que nem tentou protestar. — Depois tirando esse paletó. — Dizia enquanto beijava o pescoço do rapaz. — Em seguida te beijando bem lentamente.

— Amei o começo dessa viagem

— Pode ficar melhor.

Os dois seguiram desse jeito até o final do primeiro dia de viagem e essa intensa paixão e paz poderia ter continuado, mas...

— Obrigado por esse presente

Ben  agradeceu e plantou um beijo nos cabelos roxos da mulher deitada em seu peito

— É, era um presente para mim também então é um presente nosso.

— Ah, antes que eu me esqueça, eu fiquei tão empolgado com o seu presente e também estava tão cansado de receber parabéns que não te dei o meu presente.

— Seu presente? — Virou—se para ele apoiando o queixo em seu peito — Sabe que o aniversário era seu, certo?

— Aniversário de namoro. — Ele levantou e foi até a mala pegando um pequeno embrulho. — Toma. — Ela abriu com cuidado o presente vendo uma linda pulseira com uns pequenos corações em volta. — Aí estão todas as nossas datas, namoro, Cotillion, Primeira vez, casamento escondido e sua coroação.

— Awww você se supera na fofura e esses corações sem nada?

— São futuras datas, sabe ? Aniversários de casamento, filhos, etc —  Ela deu o velho sorriso amarelo e pediu a ele que colocasse a joia.—Mal posso fazer uma pergunta? — Ela assentiu . — Por que sempre que o assunto filhos surge você faz essa cara?

— Que cara?

Sabia do que ele estava falando, mas queria muito evitar.

— De que esse assunto é proibido para você. — O silêncio dela lhe causava ansiedade nesse momento. — Mal?

Ela só pensava em como abordar o assunto com ele. 

— Não é isso... é só que...eu não penso em filhos

Se levantou da cama puxando o lençol e tentou falar do assunto em alta voz dessa vez.

— Eu também não penso agora, mas em algum momento sim. Daqui três anos talvez

Levantou atrás dela

— Não Ben , eu não penso em filhos, eu acho que nunca imaginei isso, na verdade

Confessou virando para encará-lo.

— Nossa, Uau!

Ele largou a cintura dela se sentando na beirada da cama

— Está vendo? Por isso que não queria falar disso.

Ver o semblante atual dele era razão de evitar o assunto.

— Em algum momento nós iríamos falar.

Respondeu em tom mais alto que o normal.

— Ben, eu só não acho que quero me responsabilizar por outra pessoa.

Foi até ele passando as mãos no rosto dele

— Entendi.

Tirou as mãos dela de sua face e levantou.

— Está bravo?

Perguntou tendo certeza que ele estava bravo.

— Não, surpreso, chateado, talvez

— Ben ...

Revirou os olhos sentindo todo a ansiedade  dele vindo controla ela.

— É só que... — Odiava não conseguir se expressar com clareza. —  Eu sempre me imaginei pai, tendo filhos nossos, é só isso, você não?

— Ben ...eu... não. É que tem tanta coisa na minha vida que eu não planejei e aconteceu.

Sua vida realmente era uma surpresa constante.

— Tipo eu?

— Não é assim Ben.

O repreendeu vendo ele colocar palavras em sua boca.

— Ok, Mal.

Se levantou para evitar uma briga.

— Ah não, Mal nada! Nós sempre discutimos as coisas e você não vai sair assim.

Foi atrás dele. Quem ensinou ela a enfrentar os problemas foi ele.

— O que você quer discutir? Não quer ter filhos, tudo bem. Não sou eu que vou tentar convencer você Mal, sabemos que ninguém faz isso.

Falou tentando não parecer bravo.

— O que? Não, nem começa. Nós sempre discutimos e vemos o que vai ser melhor para nós dois.

Há cinco anos ela seria quem fugiria.

— Não sobre isso Mal ! Me diz como eu convenço a rainha da teimosia sobre algo? Principalmente sobre isso? Você não quer ter filhos? Ok! Depois eu me viro com o conselho e...

O último tópico não era parte dessa conversa e saiu sem querer.

— Conselho? É para isso que você quer um filho? Por causa de outra maldita tradição ridícula.

Era oficial, ela agora estava nervosa.

— O que? Tradição ridícula? Você sabe que esse reino só existe por causa dela, não é?

— Ah, claro, e eu tenho que me sujeitar a outra coisa dos livros de regras.

—Não! Você faz o que você quiser Mal

Ele saiu batendo a porta do banheiro deixando ela grunhindo de raiva.

Mais tarde ele saiu do banho direto para cama e virou-se para o seu lado e ela da mesma forma. Pela madrugada ele acordou sentindo um frio vindo e ao olhar para lado da cama se assustou quando não encontrou a esposa.

— Mal? — A procurou na escuridão do quarto, mas só a viu na varanda do quarto sentada em uma cadeira com seu hobby lilás e olhando para o centro da cidade. — Mal?

— Oi? — Se assustou com ele ali parado em sua frente apenas com sua calça de moletom, uma bela visão na opinião dela. — Desculpa se te acordei — Falou limpando as lágrimas que estavam caindo há alguns minutos

— Não me acordou. Você está chorando? Ei, Mal olha para mim. — Se ajoelhou para ver o rosto dela. — Mal?

— É só o frio, é só isso

Mentiu engolindo seu orgulho.

— É por causa da briga de mais cedo? Me perdoa, está bem? Eu não quero ter filhos por causa de ninguém, vamos esquecer isso, por favor

— Não da Ben, ter filhos é um sonho seu e você é quem diz que sonhos a gente não esquece. Ben, olha, você é o rei e mesmo sem querer você está sempre sujeito há várias coisas e eu sei que casamentos com menos de um ano e fácil anular...

— Nem termina. Mal, ei! — Pediu passagem e sentou na cadeira dando espaço para ela sentar em seu colo. — Você é o meu sonho, sempre foi e sempre vai ser. Eu nunca vou abrir de você. — Limpou a água de seu rosto. — Eu acho que seria legal uma coisinha de cabelo roxo andando por aí. — Mal riu. — Mas, não posso ficar sem você, Mal.

— Cabelo roxo?

— É, sempre imaginei como seria um menininho com cabelos roxos iguais o seu e o meu senso de humor.— Ela soltou uma gargalhada tentando ver essa cena — Qual a graça? É uma bela combinação.

— Se você diz.— Ela novamente o puxou para um beijo. Ele a pegou no colo levando outra vez para cama, porém ele parou e ficou vendo ela a analisando.— O que foi?

— Eu só quero que você saiba que eu escolhi você para sempre. Quando  te dei aquele anel de sinete eu de verdade, acreditei que nós dois somos para sempre Mal.

— Você também é único para mim. Para sempre.



Descendentes Dark Times 2  TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora